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[en] OBSOLESCENCE AND PLEASURE: ELEMENTS FOR A CONTEMPORARY THEORY OF ALIENATION / [pt] OBSOLESCÊNCIA E PRAZER: ELEMENTOS PARA UMA TEORIA CONTEMPORÂNEA DA ALIENAÇÃORENATO DE MIRANDA MARQUES 26 February 2010 (has links)
[pt] Este trabalho tem como objetivo estudar a alienação contemporânea a partir
de dois de seus elementos: a obsolescência e o prazer. O primeiro, a obsolescência,
decorre da condição a que foram submetidas não só as mercadorias produzidas, mas
também o próprio trabalhador, a partir da desregulamentação dos direitos trabalhistas
operada pela acumulação flexível. Deste modo, é possível pensar que o advento desta
nova forma de gestão de força de trabalho intensificou o mal-estar e as condições
alienantes experimentadas pelo trabalhador hoje pois, gradativamente, está deixando
de ser mercadoria durável, dono de direitos e garantias, para se tornar uma
mercadoria consumível, facilmente substituída, posto que cada vez mais desprovida
dos referidos direitos e garantias. Contudo, esta intensificação do mal-estar e da
alienação não resultam imediatamente numa igual intensificação do seu desprazer,
tendo em vista que o que se assiste hoje é também um crescente desenvolvimento do
consumo, possível, entre outras razões, graças à estética da mercadoria (sua
embalagem e técnicas de propaganda), cujo único objetivo é a produção incessante de
desejos consumistas para uma reprodução cada vez mais rápida do circuito da
mercadoria. Portanto, é possível pensar numa alienação que nasce da acumulação
flexível, a alienação flexível, efeito, por sua vez, não apenas da falta de estabilidade
nas condições de trabalho e da falta de durabilidade das mercadorias, mas também
por articular, com incrível flexibilidade, o seu mal-estar com o que aparentemente o
contradiz, o prazer, invólucro que oculta e entorpece este mal-estar, marca da
alienação contemporânea. / [en] This work aims to study contemporary alienation on the basis of two of its
elements: obsolescence and pleasure. The first originates from the conditions to
which are submitted not only the produced commodities, but also the worker, in face
of the abolishment of worker’s rights legislation operated by flexible accumulation. It
is possible to suggest that the advent of this new way of managing labour power
intensified both discontent and the alienating conditions experimented by workers
who are gradually being transformed from durable commodities, possessing rights
and securities, into consumable, easily replaceable commodities, increasingly bereft
of the afore-mentioned rights and securities. However, this intensification of
discontent and alienation does not result immediately in an intensification of
displeasure, given that consumption can be seen to be on the rise nowadays. This is
made possible, in part, by the aesthetics of the commodity (packaging and marketing
devices), whose only aim is the incessant production of consumerist desires for an
increasingly faster reproduction of the commodity circle. Therefore, it is possible to
think of alienation as being a consequence of flexible accumulation. The flexible
alienation that thus arises is, on its turn, an effect not only of the lack of stability as
concerns the conditions of work and the lack of durability of commodities, but also of
the incredibly flexible articulation between its own discontent and what apparently
contradicts it: pleasure, the packaging that obscures and dulls the specific discontent
that characterises contemporary alienation.
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