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[en] FROM ANXIETY NEUROSIS TO PANIC: ABOUT NOWADAYS ANGUISHES / [pt] DA NEUROSE DE ANGÚSTIA AO PÂNICO: SOBRE AS ANGÚSTIAS ATUAISNORMA CAVALCANTI PONTILHÃO VIEIRA 07 February 2017 (has links)
[pt] Desde seus primeiros trabalhos, Freud dedicou-se à questão da angústia, da
qual fazemos tema deste trabalho. Sua teoria sobre este afeto, no entanto, foi
sendo submetida a uma série de revisões. Parece-nos permear este percurso uma
articulação constante entre a angústia e um excesso impossível de representar que
invade o sujeito nesta experiência. A fim de estabelecer as bases dessa leitura,
percorremos em Freud e Lacan textos fundamentais sobre este afeto, enfatizando
o que ali encontramos que deponha a favor da hipótese de uma aproximação entre
angústia e excesso, que Freud, posteriormente, veio a articular como o além do
princípio do prazer e que Lacan chamou de gozo. Na última e definitiva
elaboração freudiana acerca da angústia, ela é considerada sinal diante de um
perigo. Este perigo, em última instância, perigo de retorno de uma situação de
desamparo psíquico, Lacan o formula como objeto a, o objeto da angústia. A
relação da angústia com um objeto, longe de estar dada desde o início, foi sendo
construída a partir das indicações do caráter real desta vivência, algo inominável e
inapreensível pela teoria do recalque, mas que, por outro lado, representava um
algo diante de que se angustiar. A despeito da crescente medicalização e da oferta
de soluções rápidas para aplacar a angústia, a clínica contemporânea tem
mostrado que essa questão está longe de perder relevância. Suas manifestações
nos dias de hoje, no entanto, vêm apresentando a angústia muito mais em sua face
traumática que em sua função de defesa. No lugar das fobias clássicas, as crises de
pânico sem explicação. Vejamos de que modo a abordagem da angústia como
experiência que testemunha a dimensão do real pode contribuir para a clínica
contemporânea, especialmente no que concerne ao pânico. / [en] From his early work, Freud devoted himself to the issue of anguish, which
is the theme of this work. His theory on this affect, however, was being subjected
to a series of reviews. A constant discussion between anguish and an
unrepresentable excess that pervades the subject seem to be around this study. In
order to establish the basis of this reading, we have examined some important
texts from Freud and Lacan, pointing out what we have found there to testify in
favor of the hypothesis of an approach between anguish and excess, which Freud
later articulated as the beyond the pleasure principle and what Lacan called
jouissance. In the last and final freudian elaboration about the anguish, it was
considered a sign of danger, as a risk of returning to a psychic state of
helplessness. Lacan formulates this danger as the object a, the object of anguish.
The relation of the anguish to an object, far from being established from the
outset, was being made from the indication of the real nature of this experience,
something unnamable and ungraspable by the theory of repression, but that, on the
other hand, represented something up against which we should be anguished.
Despite the increasing medicalization and the offers of quick solutions to ease the
anguish, the contemporary clinic has shown that this issue is far from losing its
relevance. Although, its current manifestations have been presenting the anguish
in a much more traumatic way than in its function of defense. Instead of the
classical phobias, there are panic attacks without explanation. We are going to see
how the approach of anguish as an experience wich testifies the dimension of the
real can contribute to the contemporary clinic, especially in relation to panic.
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