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[en] REANTROPOFAGIA, VÉXOA, MOQUÉM SURARÎ, HÃHÃW: AESTHETIC-POLITICAL CARTOGRAPHIES OF CONTEMPORARY INDIGENOUS ARTS AND CONTEMPORARY INDIGENOUS CURATORSHIPS / [pt] REANTROPOFAGIA, VÉXOA, MOQUÉM SURARÎ, HÃHÃW: CARTOGRAFIAS ESTÉTICO-POLÍTICAS DAS ARTES E CURADORIAS INDÍGENAS CONTEMPORÂNEASRANDRA KEVELYN BARBOSA BARROS 17 September 2024 (has links)
[pt] Neste estudo, busca-se investigar o projeto curatorial e expositivo de quatro
mostras coletivas articuladas por integrantes dos povos originários:
ReAntropofagia: coletiva de arte contemporânea com artistas indígenas
brasileiros (2019); Véxoa: nós sabemos (2020); Moquém_Surarî: arte indígena
contemporânea (2021) e Hahãw: arte indígena antirracista (2022). A expressão
Arte Indígena Contemporânea (AIC), proposta por Jaider Esbell (2018), é
discutida conceitual e historicamente, pois demarca a insurgência de exposições
indígenas que buscam dialogar com as instituições de arte brasileira (galerias e
museus). Nesse sentido, é fundamental estudar noções que contribuem para a
reflexão sobre as obras de autoria indígena presentes nessas mostras, tais como
relacionamento (Casé Angatu, 2021); alianças afetivas (Ailton Krenak, 2016);
txaísmo (Jaider Esbell, 2021); racismo anti-indígena/etnogenocídio (Geni Núñez,
2019); pilhagem epistemológica (Henrique Freitas, 2016); opacidade e
transparência (Édouard Glissant, 2021), entre outras. Assim, trabalha-se com as
perspectivas estéticas e políticas das expografias, em consonância com as vozes
intelectuais indígenas, que cada vez mais se difundem e debatem sobre o próprio
fazer artístico em diferentes suportes para além do texto escrito. A investigação
realizada constrói uma pesquisa predominantemente qualitativa, de caráter
bibliográfico, que recorre às múltiplas línguas e linguagens utilizadas por essas
comunidades para expressar o pensamento. O trabalho demonstra que os critérios
hegemônicos do campo da arte têm sido questionados por artistas indígenas que
tanto denunciam a exclusão histórica dos seus corpos nesse cenário quanto
convidam o público ao deslocamento estético e à reflexão crítica. Assim, esta
pesquisa contribui para ampliar as investigações no âmbito das artes indígenas
contemporâneas e ressaltar a força do movimento de as próprias pessoas
indígenas estarem reconstruindo imagens sobre os povos originários no Brasil por
meio de diversas expressões artísticas. / [en] The aim of this study is to investigate the curatorial and exhibition project of four group shows organised by members of indigenous peoples: ReAntropofagia:contemporary art collective with Brazilian indigenous artists (2019); Véxoa: weknow (2020); Moquém_Surarî: contemporary indigenous art (2021) and Hahãw:anti-racist indigenous art (2022). The term Contemporary Indigenous Art (AIC),proposed by Jaider Esbell (2018), is discussed conceptually and historically, as it demarcates the insurgence of indigenous exhibitions that seek to dialogue with Brazilian art institutions (galleries and museums). In this sense, it is essential to study notions that contribute to reflecting on the works of indigenous authorship present in these exhibitions, such as relationship (Casé Angatu, 2021); affective alliances (Ailton Krenak, 2016); txaism (Jaider Esbell, 2021); anti-indigenous racism/ethnogenocide (Geni Núñez, 2019); epistemological pillage (HenriqueFreitas, 2016); opacity and transparency (Édouard Glissant, 2021), among others.In this way, we work with the aesthetic and political perspectives of expographies,in line with indigenous intellectual voices, which are increasingly spreading and debating their own artistic endeavours in different media beyond the written text.The research carried out is predominantly qualitative and bibliographical in nature,drawing on the multiple languages used by these communities to express their thoughts and ideas. The work demonstrates that the hegemonic criteria of the art field have been questioned by indigenous artists who both denounce the historical exclusion of their bodies in this scenario and invite the public to aesthetic displacement and critical reflection. In this way, this research contributes to expanding research in to contemporary indigenous arts and emphasises the strength of the movement in which indigenous people themselves are reconstructing images of native peoples in Brazil through various artistic expressions.
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