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[pt] O PROBLEMA DO TEMPO EM OS DETETIVES SELVAGENS, DE ROBERTO BOLAÑO / [en] THE PROBLEM OF TIME IN ROBERTO BOLAÑO S THE SAVAGE DETECTIVES

CAIO MARQUES PECANHA 03 January 2024 (has links)
[pt] Essa dissertação defende a tese de que há três sentidos principais em que figura o problema do tempo no livro Os detetives selvagens (2006), de Roberto Bolaño. O tempo do retorno, o tempo da polifonia e o tempo da construção. Ao menos desde a célebre formulação de Gyorg Lukács, segundo quem, dada a separação entre sentido e vida, toda a ação interna do romance talvez pudesse ser lida como uma luta contra o poder do tempo, revelando-o como princípio constitutivo da forma, o tema é incontornável no debate sobre a forma romance. Constituído por três eixos, sendo o intermediário um conjunto de entrevistas recolhidas ao longo de um período de vinte anos (1976-96), e os restantes anotações pessoais - em forma diário - do jovem poeta Juan García Madero, que compreendem os últimos meses de 1975 e os primeiros de 1976, o livro escrito por Roberto Bolaño toma forma às custas das aproximações e distanciamentos entre as histórias, bem como através da ordenação temporal heterodoxa e multifacetada, objeto de nosso estudo, que assim pretende abordar filosoficamente – através de autores como Lukács, Adorno e Rancière – a literatura de Os detetives selvagens, de Bolaño. / [en] This work claims that Roberto Bolaño s The savage detectives features the problem of time in three major procedures. The time of return, the time of polyphony and the time of construction. Ever since Gyorg Lukács notorious remark, according to which, given the separation between meaning and life, one could almost state that the entire inner action of the novel is nothing but a struggle against the power of time, unveiling it as a constitutive principle of form, the matter has become mandatory for the debate over the form of the novel. Split into three chapters, the intermediate one consisting in a set of interviews collected over two decades (1976-96) and the remaining two Juan García Madero s diary, which portrays the last months of 1975 as well as the early months of the following year, Roberto Bolaño s book takes shape not only through the similarities and dissimilarities between the stories but also due to the original and rather complex experiences of time elicited by them, subject of our study, which, therefore, aims at a philosophical approach - through names such as Lukács, Adorno and Rancière - of Bolaño s The savage detectives.

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