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[pt] DIREITO À SAÚDE PARA QUEM?: EXPERIÊNCIAS DE MULHERES TRANS E TRAVESTIS NEGRAS NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE / [en] RIGHT TO HEALTH FOR WHOM?: EXPERIENCES OF TRANS WOMEN AND BLACK TRANSVESTITES IN ACCESSING SERVICES

RENATA DE SOUZA SILVA 06 October 2022 (has links)
[pt] Atualmente o Brasil, consta nas primeiras colocações no ranking de países onde a população LGBT, em especial as travestis e mulheres trans – particularmente as negras – sofrem graves violações de direitos humanos, por comportarem em seus corpos mais de um tipo de opressão colonial, principalmente no que tange o acesso aos serviços de saúde. O presente estudo tem por objetivo central compreender a partir de um olhar interseccional, como se configura o acesso destas aos serviços de saúde, levando em conta como essas mulheres, como pessoas em situação de extremo risco social, buscam a efetividade de seus direitos, por meio de estratégias de sobrevivência. A discussão do referido estudo são fundamentadas pelas correntes teóricas do feminismo decolonial, interseccionalidade e do transfeminismo, por apreender que este percurso teórico permitiria contemplar as falas de mulheres tão invisibilizadas pelo processo da colonialidade de poder e de gênero que permanece até os dias atuais. Assumindo o pressuposto que a existência de uma política nacional de atenção à saúde integral da população LGBT não é garantia de acesso aos serviços de saúde por mulheres trans e travesti negra é demonstrada por meio da dificuldade que estas têm seu acesso aos serviços de saúde, devido à discriminação. Utilizamos como técnica metodológica o grupo focal com 6 mulheres trans e travestis negras, a fim de valorizar a historicidade destas, dos significados/sentidos que atribuem às suas vivências, sentimentos, experiências, crenças etc., no acesso aos serviços de saúde pública. Ao final do estudo foi possível vislumbrar que Política Nacional de Saúde Integral LGBT, é algo que não está presente efetivamente na realidade cotidiana da vida destas mulheres, considerando que ao tentarem acessar os serviços saúde não são atendidas dentro da complexidade de suas vivências plurais, mas sim por meio de uma lógica reducionista segregatória, que ao reproduz mais invisibilidade social. / [en] Currently, Brazil is in the first places in the ranking of countries where the LGBT population, especially transvestites and trans women - particularly black women - suffer serious violations of human rights, for having more than one type of colonial oppression in their bodies, mainly regarding access to health services. The main objective of the present study is to understand, from an intersectional point of view, how their access to health services is configured, taking into account how these women, as people in extreme social risk, seek the effectiveness of their rights, for through survival strategies. The discussion of the aforementioned study is based on the theoretical currents of decolonial feminism, intersectionality and transfeminism, by apprehending that this theoretical path would allow us to contemplate the speeches of women so invisible by the process of coloniality of power and gender that remains until the present day. Assuming that the existence of a national policy for comprehensive health care for the LGBT population is not a guarantee of access to health services for trans women and black transvestites, it is demonstrated through the difficulty they have in accessing health services, due to to discrimination. We used as a methodological technique the focus group with 6 trans women and black transvestites, in order to value their historicity, the meanings/senses they attribute to their experiences, feelings, experiences, beliefs, etc., in the access to public health services. At the end of the study, it was possible to see that the National Policy for Integral Health,LGBT, is something that is not effectively present in the daily reality of these women s lives, considering that when they try to access health services, they are not served within the complexity of their plural experiences, but rather yes, through a segregating reductionist logic, which reproduces more social invisibility.

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