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[en] THEME, SUBJECT AND AGENT: PORTUGUESE PASSIVE VOICE IN SISTEMICFUNCTIONAL PERSPECTIVE / [pt] TEMA, SUJEITO E AGENTE: A VOZ PASSIVA PORTUGUESA EM PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL

HELENA FERES HAWAD 03 June 2003 (has links)
[pt] Este trabalho tem por objeto as estruturas gramaticais portuguesas tradicionalmente denominadas voz passiva analítica e voz passiva sintética (ou pronominal). No quadro da abordagem sistêmico-funcional, são analisadas as semelhanças e diferenças semânticas entre elas, tendo por base seu emprego em textos. O exame de ocorrências dessas estruturas em diferentes gêneros de textos jornalísticos - notícias, editoriais e artigos - revela diferenças de distribuição, com a quase inexistência de voz passiva sintética nas notícias. Partindo desse fato como uma evidência da não-equivalência funcional entre as duas estruturas, estuda-se o significado das ocorrências em contexto, visando a identificar a contribuição específica de cada tipo de estrutura para a realização dos significados do texto. O significado de cada estrutura é, assim, analisado em seus componentes textual, ideacional e interpessoal. No domíno textual, a voz passiva analítica, que se caracteriza pela conversão do participante paciente em Sujeito e, portanto, em Tema não-marcado, funciona primordialmente como um recurso para facilitar o posicionamento de informação dada antes de informação nova, na ordem dos constituintes oracionais. A voz passiva sintética, por sua vez, não apresenta essa propriedade de tematizar um participante, já que, na ordem não-marcada, é o Processo que ocupa a primeira posição oracional nessa estrutura. Na maioria das ocorrências de voz passiva sintética, o constituinte que seria o Sujeito da oração correspondente em voz passiva analítica representa informação nova. Sendo assim, as duas estruturas estudadas contribuem de modos diferentes para a organização do fluxo informacional do texto. No domínio ideacional, há, por um lado, uma diferença na distribuição dos tipos de processo entre as estruturas. A voz passiva sintética presta-se melhor à representação de processos mentais que a voz passiva analítica. Por outro lado, porém, é no âmbito ideacional que as duas estruturas apresentam um traço comum de significado, visto que ambas servem à representação de um processo sem a identificação do Agente. Finalmente, no domínio interpessoal, as estruturas se distinguem pelo fato de que a voz passiva sintética apresenta Sujeito indeterminado, ao contrário da voz passiva analítica. O Sujeito indeterminado, caracterizado pela indefinição máxima da categoria de pessoa, possibilita diferentes efeitos de sentido no que se refere ao envolvimento tanto do autor, quanto do leitor. Propõe-se, desse modo, uma caracterização da voz passiva analítica e da voz passiva sintética em termos de traços semânticos, na forma de um sistema de três parâmetros binários, correspondentes às três metafunções sistêmico-funcionais. Essa análise do significado em traços independentes permite compreender melhor a especificidade do potencial semântico de cada estrutura, bem como a funcionalidade de cada uma no discurso. / [en] The object of this work are the Portuguese grammatical structures traditionally known as analytical passive voice and synthetic (or pronominal) passive voice. Considering their use in texts, the semantic similarities and differences between them are analysed within a systemic- functional framework. The study of these structures in different journalistic genres - reports, editorials and articles - reveals distributional differences, as synthetic passive voice nearly does not occur in reports. Taking this fact as evidence of the functional nonequivalence between the two structures, the work studies the meaning of their occurrences in context, in order to identify the specific contribution of each type of structure to the realization of the text meanings. The meaning of each structure is thus analysed in its textual, ideational and interpersonal components. In the textual domain, analytical passive voice, which is characterized by the conversion of the affected participant into Subject and, consequently, into unmarked Theme, functions primarily as a resource for placing given information before new information, in the order of clause constituents. Synthetic passive voice, on the contrary, does not bear this property of turning a participant into Theme, once it is the Process that occupies the clause first position in this structure. In most of the occurrences of synthetic passive voice, the constituent which would be the Subject of the correspondent clause in analytical passive voice represents new information. So, the two structures contribute in different ways to the organization of the informational flow of the text. In the ideational domain, there is, on the one hand, a difference in the distribution of process types between the structures. Synthetic passive voice is more suitable for the representation of mental processes than analytical passive voice. On the other hand, however, it is in the ideational component that the two structures share a semantic feature, as both of them allow representation of a process without identification of the Agent. Finally, in the interpersonal domain, the structures are distinguished by the fact that synthetic passive voice has indeterminate Subject, differently from analytical passive voice. Indeterminate Subject, characterized by a maximum indefiniteness of grammatical person, permits a variety of meaning effects concerning the author`s and the reader`s involvement. A characterization of analytical passive voice and synthetic passive voice is thus proposed in terms of semantic features, in a system of three binary parameters, correspondent to the three systemic- functional metafunctions. This analysis of meaning in independent features allows a better understanding of the specific semantic potential of each structure, as well as of the functionality of each one in discourse.

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