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O percurso de gramaticalização de é que: um estudo pancrônico

Gomes, João Bosco Figueiredo January 2008 (has links)
GOMES, João Bosco Figueiredo. O percurso de gramaticalização de é que: um estudo pancrônico. 2008. 345f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2008. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-08-25T13:33:27Z No. of bitstreams: 1 2008_tese_jbfgomes.pdf: 3266159 bytes, checksum: f0cff1ca822e0944af6d9141c5c3c7d3 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-08-25T14:07:52Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2008_tese_jbfgomes.pdf: 3266159 bytes, checksum: f0cff1ca822e0944af6d9141c5c3c7d3 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-08-25T14:07:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2008_tese_jbfgomes.pdf: 3266159 bytes, checksum: f0cff1ca822e0944af6d9141c5c3c7d3 (MD5) Previous issue date: 2008 / The increasing use of the expression é que, considered “expletive,” both in Brazilian Portuguese and European Portuguese is conspicuous. Nevertheless, there are divergences among linguists in relation to its origin, nature, and function. This work is a report of an empirical investigation of the multifunctional feature of é que, aiming at describing and explaining its different uses, origins, processes and mechanisms, as well as the formal and functional properties that characterize the emergence of this expression as relative to a grammaticalization process. Within the functionalist paradigm, by which grammaticalization is sheltered, this research panchronically analyzes sample data of the Corpus Mínimo de Textos Escritos da Língua Portuguesa – COMTELPO, that gathers Portuguese texts from the 12th to 18th centuries, and texts of the first and second halves of the 19th and 20th centuries in Brazilian and European Portuguese, which were classified according to genre and period of the Portuguese language. The SPSS program was used for frequency calculation and correlation of evidences. The empirical results seem to prove the hypothesis that through a process of grammaticalization, é que follows the path space > text, moving from more concrete meanings to more abstract ones within the text, resulting from the reanalysis of the original, 13th-century transition from é o que to é que. In relation to the emergence of the expression, the first occurrence of é que in initial position was registered in the data of the 16th-century sample. The expression é que starts to occur in middle position of declarative statements and exclamations in the 17th century, and only in the first half of the 19th century, it occurs in interrogative sentences. Once this pathway was established, the data analysis that refers to the synchronizations of the 19th and 20th centuries reveal that the expression é que accumulates the function of emphasis marker and epystemic asseveration marker, and occurs through the types termed in this work as: emphatic-explicative marker, emphatic-contrastive marker, and emphatic-interrogative marker. / É notório o uso crescente, tanto no português brasileiro quanto no português europeu, da expressão é que dita “expletiva”. Mas há divergências, entre os lingüistas, em relação à origem, natureza e função dessa expressão. Este trabalho consiste num relato de uma investigação empírica do caráter multifuncional do é que, desenvolvida com o objetivo de descrever e explicar os diferentes usos, bem como suas origens, os processo(s)/mecanismos e propriedades formais e funcionais que caracterizam a emergência dessa expressão como relativos a um processo de gramaticalização. No paradigma funcionalista em que se abriga o estudo da gramaticalização, esta pesquisa analisa, pancronicamente, dados amostrais do Corpus Mínimo de Textos Escritos da Língua Portuguesa – COMTELPO, que reúne textos portugueses do Século XII ao Século XVIII e textos das 1ª e 2ª metades do Século XIX e XX do português do Brasil e do português europeu, classificados segundo o gênero e o período da história do português. Utiliza o programa SPSS para o cálculo de freqüência e correlação dos indícios. Os resultados empíricos parecem comprovar a hipótese de que, por meio de um processo de gramaticalização, o é que segue a trajetória espaço > texto, partindo de significados mais concretos para outros mais abstratos no texto, resultante da reanálise do uso original trecentista de é o que em é que. Quanto à emergência da expressão, registrou-se, nos dados da amostra relativa ao Século XVI, a primeira ocorrência do é que em posição inicial. Na posição medial, a expressão é que ocorre a partir do Século XVII, em frases declarativas e exclamativas, e somente na 1ª metade do Século XIX, em frases interrogativas. Estabelecido esse percurso, a análise dos dados referentes às sincronias dos Séculos XIX e XX revela que a expressão é que acumula as funções de marcador de ênfase e de marcador epistêmico de asseveração, e realiza-se por meio dos tipos denominados, neste trabalho, como: marcador enfático-explicativo, marcador enfático-contrastivo e marcador enfático-interrogativo

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