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Conflito diplomático entre Brasil e Paraguai em 2008-2009: contestação da hidro-hegemonia brasileira / Diplomatic conflict between Brazil and Paraguay in 2008-2009: questioning the Brazilian hydro-hegemony

Paula, Mariana de 07 December 2016 (has links)
Este trabalho tem como objetivo analisar o conflito diplomático ocorrido entre Brasil e Paraguai nos anos de 2008 e 2009, entendendo-o como um evento que contesta a hidrohegemonia brasileira. As bases teóricas desta pesquisa são conceitos e teorias da geografia política com ênfase na teoria da hidropolítica e no conceito de hidro-hegemonia. A metodologia está baseada em pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Sob a perspectiva da hidropolítica o conflito diplomático analisado é um evento que compõe o processo de disputa pelo domínio dos recursos hídricos transfronteiriços do rio Paraná. Contextualizamos a origem da Itaipu Binacional no processo de disputa entre Brasil e Paraguai pelo domínio desses recursos hídricos transfronteiriços como uma solução interdependente para problemas interdependentes entre Estados vizinhos. Até a ratificação do Tratado de Itaipu a hidro-hegemonia brasileira estava consolidada por meio do controle físico do fluxo hídrico da bacia do Alto Paraná. Após a ratificação desse tratado o Brasil consolida o controle normativo do fluxo hídrico, posto que as bases deste Tratado são as assimetrias existentes entre os Estados. O conflito ocorrido entre 2008 e 2009 buscou reorientar a relação bilateral, com a contestação do exercício do poder material para a superação das divergências na Itaipu Binacional. Isto foi possível por meio do fortalecimento do poder ideacional paraguaio e o consequente fortalecimento do seu poder de negociação. / This work aims to analyze the diplomatic conflict occurred between Brazil and Paraguay in 2008 and 2009, understanding it as an event that challenges the Brazilian hydro-hegemony. The theoretical bases of this research are concepts and theories of political geography with an emphasis on Hydropolitics theory and hydro-hegemony concept. The methodology is based on bibliographical research, documents and interviews. From the perspective of the Hydropolitics this diplomatic conflict is an event that integrates the dispute process to dominate the transboundary water resources of the Parana River. The origin of Itaipu Binacional is contextualized in the process of dispute between Brazil and Paraguay for dominance of these transboundary water resources as an interdependent solution to interdependent problems between neighboring states. Until the ratification of the Itaipu Treaty Brazilian hydro-hegemony was consolidated through physical control of the water flow in the Upper Paraná basin. After the ratification of this treaty Brazil consolidates the regulatory control of the water flow, since the basis of this Treaty are the existing asymmetries between the states. The conflict occurred between 2008 and 2009 sought to reorient the bilateral relationship with the challenge of the exercise of the material power to overcome the divergences in Itaipu. This was possible through the strengthening of the Paraguayan ideational power and the consequent strengthening of their bargaining power.
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Conflito diplomático entre Brasil e Paraguai em 2008-2009: contestação da hidro-hegemonia brasileira / Diplomatic conflict between Brazil and Paraguay in 2008-2009: questioning the Brazilian hydro-hegemony

Mariana de Paula 07 December 2016 (has links)
Este trabalho tem como objetivo analisar o conflito diplomático ocorrido entre Brasil e Paraguai nos anos de 2008 e 2009, entendendo-o como um evento que contesta a hidrohegemonia brasileira. As bases teóricas desta pesquisa são conceitos e teorias da geografia política com ênfase na teoria da hidropolítica e no conceito de hidro-hegemonia. A metodologia está baseada em pesquisa bibliográfica, documental e entrevistas. Sob a perspectiva da hidropolítica o conflito diplomático analisado é um evento que compõe o processo de disputa pelo domínio dos recursos hídricos transfronteiriços do rio Paraná. Contextualizamos a origem da Itaipu Binacional no processo de disputa entre Brasil e Paraguai pelo domínio desses recursos hídricos transfronteiriços como uma solução interdependente para problemas interdependentes entre Estados vizinhos. Até a ratificação do Tratado de Itaipu a hidro-hegemonia brasileira estava consolidada por meio do controle físico do fluxo hídrico da bacia do Alto Paraná. Após a ratificação desse tratado o Brasil consolida o controle normativo do fluxo hídrico, posto que as bases deste Tratado são as assimetrias existentes entre os Estados. O conflito ocorrido entre 2008 e 2009 buscou reorientar a relação bilateral, com a contestação do exercício do poder material para a superação das divergências na Itaipu Binacional. Isto foi possível por meio do fortalecimento do poder ideacional paraguaio e o consequente fortalecimento do seu poder de negociação. / This work aims to analyze the diplomatic conflict occurred between Brazil and Paraguay in 2008 and 2009, understanding it as an event that challenges the Brazilian hydro-hegemony. The theoretical bases of this research are concepts and theories of political geography with an emphasis on Hydropolitics theory and hydro-hegemony concept. The methodology is based on bibliographical research, documents and interviews. From the perspective of the Hydropolitics this diplomatic conflict is an event that integrates the dispute process to dominate the transboundary water resources of the Parana River. The origin of Itaipu Binacional is contextualized in the process of dispute between Brazil and Paraguay for dominance of these transboundary water resources as an interdependent solution to interdependent problems between neighboring states. Until the ratification of the Itaipu Treaty Brazilian hydro-hegemony was consolidated through physical control of the water flow in the Upper Paraná basin. After the ratification of this treaty Brazil consolidates the regulatory control of the water flow, since the basis of this Treaty are the existing asymmetries between the states. The conflict occurred between 2008 and 2009 sought to reorient the bilateral relationship with the challenge of the exercise of the material power to overcome the divergences in Itaipu. This was possible through the strengthening of the Paraguayan ideational power and the consequent strengthening of their bargaining power.
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Aquífero Guarani: atuação do Brasil na negociação do acordo / Guarani Aquifer: Brazil\'s role in negotiating the agreement

Santos, Cinthia Leone Silva dos 14 December 2015 (has links)
Em 2010, Argentina, Brasil Paraguai e Uruguai assinaram o Acordo sobre o Aquífero Guarani. O documento foi elaborado depois da realização de um estudo internacional sobre o SAG, o chamado Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani (PSAG, 2009). A ação foi financiada pelo Banco Mundial, durou de 2002 a 2009 e reuniu pesquisadores de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de equipe técnica e representantes de governo dos quatro países. Essa iniciativa científica manteve um diálogo aberto com os diplomatas das quatro nacionalidades que negociavam o Acordo, e isso deu subsídios à tomada de decisão dos negociadores. Este estudo tem como foco analisar a atuação do Brasil para a celebração do acordo. Após análise de correspondências diplomáticas, versões preliminares do tratado e da realização de entrevistas, e com base também no conhecimento acumulado sobre o Aquífero Guarani, esta dissertação indica que o Brasil teve uma postura soberanista no tocante às negociações do Acordo. Essa postura adiou a assinatura do documento por seis anos e gerou um precedente negativo no Itamaraty em matéria de cooperação sobre águas transfronteiriças e cooperação em meio ambiente no Cone Sul. Constatou-se que a liderança de todo o processo foi do Uruguai, enquanto o Brasil foi membro mais reticente quanto à criação do tratado. A análise dos documentos deixa claro ainda que o tema é visto pelas Relações Exteriores do Brasil como um precedente negativo no que diz respeitos às relações com os quatro países e também no que se refere à águas transfronteiriças na região. Fica claro ainda que a delegação brasileira obteve sucesso em sua estratégia de adiar a criação do documento porque, em sua forma final, o acordo contempla todas as exigências iniciais do país. A presente análise deve auxiliar no entendimento de como se dá a liderança brasileira na região e as consequências dessa liderança sobre a diplomacia para temas ambientais, especificamente para o uso dos recursos hídricos transfronteiriços. / In 2010 Argentina, Brazil, Paraguay and Uruguay signed the Agreement on the Guarani Aquifer. The document was prepared after conducting an international study on SAG, called Project Environmental Protection and Sustainable Development of the Guarani Aquifer System (PSAG, 2009). The action was financed by the World Bank, lasted from 2002 to 2009 and brought together reserchers from Argentina, Brazil, Paraguay and Uruguay, as well as technical staff and government representatives from the four countries. This scientific initiative maintained an open dialogue with the diplomats of the nationalities who negotiated the agreement, and this has given subsidies to the decision makers during the negotiation. This study focuses on analyzing the performance of Brazil for the conclusion of the agreement. After analysis of diplomatic correspondence, drafts of the treaty and conducting interviews and based also on the accumulated knowledge of the Guarani Aquifer, this dissertation indicates that Brazil had a sovereigntist stance concerning the negotiations of the Agreement. This attitude postponed the signing of the document for six years and has generated a negative precedent in the Foreign Ministry on cooperation on transboundary waters and cooperation in environmental matters in the Southern Cone. It was found that the Uruguay had the leadership of the whole process, while Brazil was the most fearful limb during the creation of the treated. The document analysis makes also clear that the subject is seen by the International Affairs of Brazil as a negative precedent toward the four countries and also regards to transboundary waters in the region. It is clear also that the Brazilian delegation was successful in its strategy to delay the creation of the document because the agreement includes all the countrys initial requirements. This analysis should assist in understanding how the Brazilian leadership works in the region and the consequences of that leadership on diplomacy to environmental issues, specifically for the use of transboundary water resources.
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Aquífero Guarani: atuação do Brasil na negociação do acordo / Guarani Aquifer: Brazil\'s role in negotiating the agreement

Cinthia Leone Silva dos Santos 14 December 2015 (has links)
Em 2010, Argentina, Brasil Paraguai e Uruguai assinaram o Acordo sobre o Aquífero Guarani. O documento foi elaborado depois da realização de um estudo internacional sobre o SAG, o chamado Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani (PSAG, 2009). A ação foi financiada pelo Banco Mundial, durou de 2002 a 2009 e reuniu pesquisadores de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de equipe técnica e representantes de governo dos quatro países. Essa iniciativa científica manteve um diálogo aberto com os diplomatas das quatro nacionalidades que negociavam o Acordo, e isso deu subsídios à tomada de decisão dos negociadores. Este estudo tem como foco analisar a atuação do Brasil para a celebração do acordo. Após análise de correspondências diplomáticas, versões preliminares do tratado e da realização de entrevistas, e com base também no conhecimento acumulado sobre o Aquífero Guarani, esta dissertação indica que o Brasil teve uma postura soberanista no tocante às negociações do Acordo. Essa postura adiou a assinatura do documento por seis anos e gerou um precedente negativo no Itamaraty em matéria de cooperação sobre águas transfronteiriças e cooperação em meio ambiente no Cone Sul. Constatou-se que a liderança de todo o processo foi do Uruguai, enquanto o Brasil foi membro mais reticente quanto à criação do tratado. A análise dos documentos deixa claro ainda que o tema é visto pelas Relações Exteriores do Brasil como um precedente negativo no que diz respeitos às relações com os quatro países e também no que se refere à águas transfronteiriças na região. Fica claro ainda que a delegação brasileira obteve sucesso em sua estratégia de adiar a criação do documento porque, em sua forma final, o acordo contempla todas as exigências iniciais do país. A presente análise deve auxiliar no entendimento de como se dá a liderança brasileira na região e as consequências dessa liderança sobre a diplomacia para temas ambientais, especificamente para o uso dos recursos hídricos transfronteiriços. / In 2010 Argentina, Brazil, Paraguay and Uruguay signed the Agreement on the Guarani Aquifer. The document was prepared after conducting an international study on SAG, called Project Environmental Protection and Sustainable Development of the Guarani Aquifer System (PSAG, 2009). The action was financed by the World Bank, lasted from 2002 to 2009 and brought together reserchers from Argentina, Brazil, Paraguay and Uruguay, as well as technical staff and government representatives from the four countries. This scientific initiative maintained an open dialogue with the diplomats of the nationalities who negotiated the agreement, and this has given subsidies to the decision makers during the negotiation. This study focuses on analyzing the performance of Brazil for the conclusion of the agreement. After analysis of diplomatic correspondence, drafts of the treaty and conducting interviews and based also on the accumulated knowledge of the Guarani Aquifer, this dissertation indicates that Brazil had a sovereigntist stance concerning the negotiations of the Agreement. This attitude postponed the signing of the document for six years and has generated a negative precedent in the Foreign Ministry on cooperation on transboundary waters and cooperation in environmental matters in the Southern Cone. It was found that the Uruguay had the leadership of the whole process, while Brazil was the most fearful limb during the creation of the treated. The document analysis makes also clear that the subject is seen by the International Affairs of Brazil as a negative precedent toward the four countries and also regards to transboundary waters in the region. It is clear also that the Brazilian delegation was successful in its strategy to delay the creation of the document because the agreement includes all the countrys initial requirements. This analysis should assist in understanding how the Brazilian leadership works in the region and the consequences of that leadership on diplomacy to environmental issues, specifically for the use of transboundary water resources.

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