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Construção prosódica e discursiva da ironia em fala espontânea e fala atuada.Ferreira, Wisla Madaleni Alves Cabral January 2015 (has links)
Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto. / Submitted by Oliveira Flávia (flavia@sisbin.ufop.br) on 2015-04-29T20:04:17Z
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Previous issue date: 2015 / O termo ironia tem significados diversos e conceitos que não se limitam a dizer o contrário do sentido literal do enunciado. Já discutido anteriormente por diversos autores, a ironia designa, em geral, algo expresso em estado de significado figurativo, relacionando-se com seus significados literais; mais especificamente em sua acepção retórica, a ironia pontua a intenção do locutor de forma a deixar entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. A ironia pode ser considerada, também, uma estratégica no discurso, uma vez que ela permite ao locutor escapar às normas de coerência que toda argumentação impõe. Partindo da hipótese de que há distinção prosódica e discursiva entre a expressão irônica, neutra ou não-atitudinal e a leitura, considerando aqui os parâmetros prosódicos de F0 e duração, e os parâmetros discursivos de pistas de contextualização, objetivamos verificar o papel da prosódia e das pistas de contextualização na construção da ironia. O estudo usou como corpus uma seleção de 29 enunciados irônicos e 16 enunciados neutros retirados do Programa CQC (fala espontânea); além de leitura e de atuação desses enunciados por atores (fala lida e fala atuada). Embasamo-nos, teoricamente, na definição pluriparamétrica de prosódia, verificando as características pontuais de F0 (máxima, mínima, inicial, final), o movimento final de F0 (início e fim) e demais movimentos realizados; duração total, da pré-tônica final e da tônica final, presença e duração de pausas e cálculo de taxas de elocução e articulação. Para análise discursiva, nos orientamos pelas pistas de contextualização e suas convenções sociais, descrevemos os movimentos multimodais (faciais e corporais) na expressão irônica e verificamos como o contexto implica na realização das pistas de contextualização. Os resultados revelaram que a ironia não prevê um único padrão entonacional, uma vez que para cada locutor observou-se o uso de estratégias individuais, mas que há modificações prosódicas relevantes para a expressão irônica que, em junção a outros recursos linguísticos, como os gestos e o contexto, respondem pela construção do sentido irônico e são pistas para a interpretação deste sentido pelo ouvinte. Os valores pontuais de F0 apresentaram uma tendência de serem maiores na ironia do que no neutro, na fala espontânea; na fala atuada, esses valores são maiores na ironia de maneira significativa. Em relação à duração, seja do enunciado ou das sílabas observadas, não houve um padrão de uso para diferenciar ironia de neutro. As audições e análises nos mostraram, ainda, que os informantes fizeram uso de prolongamentos, risos e interjeições durante a expressão da ironia, o que interferiu no aumento da duração em enunciados irônicos, principalmente nos atuados. No que tange ao estudo discursivo dos enunciados analisados, percebemos que a função comunicacional dos sujeitos envolvidos na enunciação da ironia é bem definida, embora muitas a intenção do sujeito comunicante possa não coincidir com a percepção do sujeito interpretante. Em relação à comparação entre ironia atuada e neutra, pode-se verificar um uso mais exagerado da prosódia na expressão irônica para a fala atuada. Tudo isso nos mostra que a ironia depende do contexto de comunicação, assim como da entonação para ser construída como tal. Assim, evidenciamos que as formas de expressão de ironia contam com estratégias comunicacionais, pistas de contextualização e escolhas entonacionais como agentes da construção do significado desse afeto social. ___________________________________________________________________________ / ABSTRACT: The irony term has lots of meanings and concepts that can go beyond of telling only the contrary of the statement literal meaning. Already studied by many authors, the irony designates, in general, something expressed in a state of figurative meaning, relating with their literal meanings; specifically in their rhetoric meaning, the irony points the intention of the speaker implying an intentional gap between what we say and what we really think. The irony can also be considered a strategy in discourse, once it allows the speaker escape the consistency standards that every argumentation requires. Starting from the hypothesis that there is prosodic and discursive distinction between the ironic expression, neutral or non-attitudinal and reading, considering the prosodic parameters of F0 and duration, and the discursive parameters of contextualization cues, we aimed to determine the role of prosody and contextualization cues in the irony construction. The study used as corpus a selection of 29 ironic statements and 16 neutral statements taken from the CQC Program (spontaneous speech); includind reading and performance of these statements by actors (read speech and acted speech). Based, theoretically, in the multiparametric prosody definition, checking the specific characteristics of F0 (maximum, minimum, initial, final values), the final movement of F0 (beginning and end) and other movements performed; duration: total, final pre-tonic and final tonic durations, presence and duration of pauses and elocution and articulation rates. For discursive analysis, we are guided by the contextualization cues and its social conventions, we describe the multimodal movements (facial and corporal) in the ironic expression and verified as the context implies the realization of contextualization cues. The results revealed that irony doesn’t provide a single intonation standard, once for each speaker noted the use of individual strategies, but there is relevant prosodic modifications to the ironic expression that, in joining the other linguistic features, such as gestures and the context, are responsible for the construction of the ironic meaning and are clues to the interpretation of this meaning by the listener. The point values of F0 showed a tendency to be higher in the irony instead of the neutral in spontaneous speech; in actuated speech these values are higher in irony, significantly. In relation to duration, whether the statement or observed syllables, there wasn’t a pattern of use to distinguish neutral to irony. The hearings and analysis also showed that the participants made use of extensions, laughts and interjections during the expression of irony, which interfered with the increasing duration in ironic statements, mainly actuated. With respect to discursive study of the analyzed statements, we realized that the communication function of the individuals involved in the irony utterance is well defined, although often the intention of communicating subject can not match with the perception of the subject interpreter. In relation to the comparison between actuated and neutral irony, one can see a more exaggerated use of prosody in acted speech to the ironic expression. All this shows that irony depends on the context of communication, as well as intonation to be construed as such. Thus, we noted that the expression forms of irony count with communication strategies, contextualization cues and intonation choices as agents of the construction of the meaning.
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