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Sensação e fetiche na cultura da imagem : o capitalismo estético e as tecnologias do audiovisual / Sensation and fetish in the culture of image : aesthetic capitalism and audiovisual technologies

Williges, Flademir Roberto January 2015 (has links)
Esta pesquisa aborda o tema da sensação e do fetiche na cultura da imagem a partir do chamado “capitalismo estético” e da omnipresença das tecnologias audiovisuais. O principal teórico em torno do qual se articula a abordagem é o filósofo alemão Christoph Türcke. A partir da leitura de duas de suas obras publicadas no Brasil: Sociedade excitada – filosofia da sensação e Filosofia do sonho (ambas de 2010) investigo hipóteses e, a partir delas, sustento a tese de que a constante exposição à irradiação audiovisual está provocando profundas transformações nas formas de sentir, pensar, imaginar e representar o mundo, ou seja, levando a um domínio da imaginação técnica sobre a humana, ao empobrecimento da linguagem e do pensamento. A singularidade do desejo e a capacidade de prestar atenção a “algo enquanto algo” é posta em questão nos processos de massificação social promovidos pela Indústria Cultural. Primeiramente apresento um recorte clínico de manifestações de mal-estar na contemporaneidade e mapeio alguns sintomas para analisar o que se manifesta (ainda de forma aparente) de concentrado e acumulado no corpo, na ação e na sensação, e que demanda uma abordagem mais profunda para ser descongestionado ou liberado. Seguindo as pistas da Teoria Crítica da Sociedade elaborada por Adorno e aprofundada por Türcke, construo um ensaio crítico à sociedade contemporânea em interface teórica com a psicanálise de Freud. O fenômeno da “compulsão a emitir”, do comercial ou da “propaganda de si” é explorado, bem como o que chamo de “solidão conectada”. Teço considerações sobre as primeiras imagens e as mudanças surgidas a partir de sua produção técnica, da fotografia ao cinema e às imagens de síntese, evidenciando a exploração sistemática dos sentidos humanos, do cérebro, dos nervos e dos músculos. Este percurso inicia considerando a sensação como paradigma da sociedade atual, analisa sua lógica, as mudanças semânticas e sociais do conceito desde o Renascimento, passando pela Revolução Industrial e pela microeletrônica indo até os dias atuais, com uma atenção especial à filosofia sensualista de Berkeley e a análise de sua fórmula: “ser é ser percebido”, estabelecendo com isto algumas mudanças na ontologia do ser social. Após, reconstruo em detalhes a Fisioteologia da Sensação, teoria onde Türcke descontroi a ideia de que a sensação ou o sensório humano é natural, e apresenta a hipótese de que estaríamos vivendo um “retorno ao fundamento”, à pré-história da sensação, ou seja, o encontro entre a alta tecnologia e o paleolítico, entre os choques audiovisuais e o susto primitivo – a partir do qual a compulsão à repetição foi aos poucos assimilando, abrandando e transformando-o no sensório especificamente humano -, e que estaria hoje dando passos de caranguejo. Por fim, no contexto de passagem ao mercado moderno que ocupou o lugar do Absoluto (do sagrado) trato o fenômeno do caráter fetichista da sensação, culminando numa associação entre o fenômeno do vício em imagens e drogas e o fundamentalismo religioso, ou seja, a crença num sentido que não mais se crê, e por isso precisa-se sempre mais e mais investir nele. / This research is about sensation and fetish in the culture of image in the so-called “aesthetic capitalism”, in which audiovisual technologies are omnipresent. The main theoretical point around which the research turns is the German philosopher Christoph Türcke. Based on a reading and analysis of two of his works published in Brazil – Excited society: philosophy of sensation, and Philosophy of dream (both in 2010) – I investigate some hypotheses, and, based on them, I claim that constant exposure to audiovisual irradiation is causing deed changes in the ways of feeling, thinking, imagining and representing the world; that is, leading to a domain of technical imagination of human beings, the impoverishment of language and thought. The singularity of desire and of the capacity to pay attention on “something as something” becomes an issue in the processes of social mass-production promoted by the Cultural Industry. First I present a clinical reading of manifestation of ill-being in contemporary society, and I map some symptoms and analyze manifestations (even if only apparent) of concentration and accumulation on the body, on action and on sensation, which demands a deeper approach so as to be decongested or liberated. Following the guidelines of the Critical Theory of Society set out by Adorno and further developed by Türcke, I construct a critical essay of contemporary society, in interface with Freud’s psychoanalysis. The phenomenon of a “drive to emit”, of commercial adds or “propaganda on itself” is explored, as well as what I call “connected solitude”. I draw some remarks on the first images and changes brought about by their technical production, in photography, cinema, and synthesis images, highlighting the systematic exploration of the human senses, brain, nerves, and muscles. The path begins with a consideration of sensation as a paradigm of our current society, analyzing its logic, semantic and social changes of the concept from Renaissance, Industrial Revolution and microelectronics through present day, paying special attention the sensualist philosophy of Berkeley and the analysis of his formula “to be is to be perceived”, establishing that with some changes in the ontology of social being. Then, I reconstruct in detail the Physioteology of Sensation, Türcke’s theory demonstration that sensation, or human sensory apparatus, is not natural, and present the hypothesis that we are living in a “return to the foundations”, to the pre-history of sensation, that is, a meeting of high technology and the Paleolithic, of audiovisual chocks and primitive dread – from which compulsion to repetition was slowly assimilated, mitigating and transforming it into the specifically human sensation – and which would today be crawling sideways. Last, in the context of a change towards modern market, which occupies the place of the Absolute (of the sacred), I address the phenomenon of the fetishistic nature of sensation, culminating with an association of the phenomenon of vice on images and drugs and religious fundamentalism, that is, the belief in a meaning in which one no longer believes, and for that reason needs to be invested on over and over again.
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Sensação e fetiche na cultura da imagem : o capitalismo estético e as tecnologias do audiovisual / Sensation and fetish in the culture of image : aesthetic capitalism and audiovisual technologies

Williges, Flademir Roberto January 2015 (has links)
Esta pesquisa aborda o tema da sensação e do fetiche na cultura da imagem a partir do chamado “capitalismo estético” e da omnipresença das tecnologias audiovisuais. O principal teórico em torno do qual se articula a abordagem é o filósofo alemão Christoph Türcke. A partir da leitura de duas de suas obras publicadas no Brasil: Sociedade excitada – filosofia da sensação e Filosofia do sonho (ambas de 2010) investigo hipóteses e, a partir delas, sustento a tese de que a constante exposição à irradiação audiovisual está provocando profundas transformações nas formas de sentir, pensar, imaginar e representar o mundo, ou seja, levando a um domínio da imaginação técnica sobre a humana, ao empobrecimento da linguagem e do pensamento. A singularidade do desejo e a capacidade de prestar atenção a “algo enquanto algo” é posta em questão nos processos de massificação social promovidos pela Indústria Cultural. Primeiramente apresento um recorte clínico de manifestações de mal-estar na contemporaneidade e mapeio alguns sintomas para analisar o que se manifesta (ainda de forma aparente) de concentrado e acumulado no corpo, na ação e na sensação, e que demanda uma abordagem mais profunda para ser descongestionado ou liberado. Seguindo as pistas da Teoria Crítica da Sociedade elaborada por Adorno e aprofundada por Türcke, construo um ensaio crítico à sociedade contemporânea em interface teórica com a psicanálise de Freud. O fenômeno da “compulsão a emitir”, do comercial ou da “propaganda de si” é explorado, bem como o que chamo de “solidão conectada”. Teço considerações sobre as primeiras imagens e as mudanças surgidas a partir de sua produção técnica, da fotografia ao cinema e às imagens de síntese, evidenciando a exploração sistemática dos sentidos humanos, do cérebro, dos nervos e dos músculos. Este percurso inicia considerando a sensação como paradigma da sociedade atual, analisa sua lógica, as mudanças semânticas e sociais do conceito desde o Renascimento, passando pela Revolução Industrial e pela microeletrônica indo até os dias atuais, com uma atenção especial à filosofia sensualista de Berkeley e a análise de sua fórmula: “ser é ser percebido”, estabelecendo com isto algumas mudanças na ontologia do ser social. Após, reconstruo em detalhes a Fisioteologia da Sensação, teoria onde Türcke descontroi a ideia de que a sensação ou o sensório humano é natural, e apresenta a hipótese de que estaríamos vivendo um “retorno ao fundamento”, à pré-história da sensação, ou seja, o encontro entre a alta tecnologia e o paleolítico, entre os choques audiovisuais e o susto primitivo – a partir do qual a compulsão à repetição foi aos poucos assimilando, abrandando e transformando-o no sensório especificamente humano -, e que estaria hoje dando passos de caranguejo. Por fim, no contexto de passagem ao mercado moderno que ocupou o lugar do Absoluto (do sagrado) trato o fenômeno do caráter fetichista da sensação, culminando numa associação entre o fenômeno do vício em imagens e drogas e o fundamentalismo religioso, ou seja, a crença num sentido que não mais se crê, e por isso precisa-se sempre mais e mais investir nele. / This research is about sensation and fetish in the culture of image in the so-called “aesthetic capitalism”, in which audiovisual technologies are omnipresent. The main theoretical point around which the research turns is the German philosopher Christoph Türcke. Based on a reading and analysis of two of his works published in Brazil – Excited society: philosophy of sensation, and Philosophy of dream (both in 2010) – I investigate some hypotheses, and, based on them, I claim that constant exposure to audiovisual irradiation is causing deed changes in the ways of feeling, thinking, imagining and representing the world; that is, leading to a domain of technical imagination of human beings, the impoverishment of language and thought. The singularity of desire and of the capacity to pay attention on “something as something” becomes an issue in the processes of social mass-production promoted by the Cultural Industry. First I present a clinical reading of manifestation of ill-being in contemporary society, and I map some symptoms and analyze manifestations (even if only apparent) of concentration and accumulation on the body, on action and on sensation, which demands a deeper approach so as to be decongested or liberated. Following the guidelines of the Critical Theory of Society set out by Adorno and further developed by Türcke, I construct a critical essay of contemporary society, in interface with Freud’s psychoanalysis. The phenomenon of a “drive to emit”, of commercial adds or “propaganda on itself” is explored, as well as what I call “connected solitude”. I draw some remarks on the first images and changes brought about by their technical production, in photography, cinema, and synthesis images, highlighting the systematic exploration of the human senses, brain, nerves, and muscles. The path begins with a consideration of sensation as a paradigm of our current society, analyzing its logic, semantic and social changes of the concept from Renaissance, Industrial Revolution and microelectronics through present day, paying special attention the sensualist philosophy of Berkeley and the analysis of his formula “to be is to be perceived”, establishing that with some changes in the ontology of social being. Then, I reconstruct in detail the Physioteology of Sensation, Türcke’s theory demonstration that sensation, or human sensory apparatus, is not natural, and present the hypothesis that we are living in a “return to the foundations”, to the pre-history of sensation, that is, a meeting of high technology and the Paleolithic, of audiovisual chocks and primitive dread – from which compulsion to repetition was slowly assimilated, mitigating and transforming it into the specifically human sensation – and which would today be crawling sideways. Last, in the context of a change towards modern market, which occupies the place of the Absolute (of the sacred), I address the phenomenon of the fetishistic nature of sensation, culminating with an association of the phenomenon of vice on images and drugs and religious fundamentalism, that is, the belief in a meaning in which one no longer believes, and for that reason needs to be invested on over and over again.
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Sensação e fetiche na cultura da imagem : o capitalismo estético e as tecnologias do audiovisual / Sensation and fetish in the culture of image : aesthetic capitalism and audiovisual technologies

Williges, Flademir Roberto January 2015 (has links)
Esta pesquisa aborda o tema da sensação e do fetiche na cultura da imagem a partir do chamado “capitalismo estético” e da omnipresença das tecnologias audiovisuais. O principal teórico em torno do qual se articula a abordagem é o filósofo alemão Christoph Türcke. A partir da leitura de duas de suas obras publicadas no Brasil: Sociedade excitada – filosofia da sensação e Filosofia do sonho (ambas de 2010) investigo hipóteses e, a partir delas, sustento a tese de que a constante exposição à irradiação audiovisual está provocando profundas transformações nas formas de sentir, pensar, imaginar e representar o mundo, ou seja, levando a um domínio da imaginação técnica sobre a humana, ao empobrecimento da linguagem e do pensamento. A singularidade do desejo e a capacidade de prestar atenção a “algo enquanto algo” é posta em questão nos processos de massificação social promovidos pela Indústria Cultural. Primeiramente apresento um recorte clínico de manifestações de mal-estar na contemporaneidade e mapeio alguns sintomas para analisar o que se manifesta (ainda de forma aparente) de concentrado e acumulado no corpo, na ação e na sensação, e que demanda uma abordagem mais profunda para ser descongestionado ou liberado. Seguindo as pistas da Teoria Crítica da Sociedade elaborada por Adorno e aprofundada por Türcke, construo um ensaio crítico à sociedade contemporânea em interface teórica com a psicanálise de Freud. O fenômeno da “compulsão a emitir”, do comercial ou da “propaganda de si” é explorado, bem como o que chamo de “solidão conectada”. Teço considerações sobre as primeiras imagens e as mudanças surgidas a partir de sua produção técnica, da fotografia ao cinema e às imagens de síntese, evidenciando a exploração sistemática dos sentidos humanos, do cérebro, dos nervos e dos músculos. Este percurso inicia considerando a sensação como paradigma da sociedade atual, analisa sua lógica, as mudanças semânticas e sociais do conceito desde o Renascimento, passando pela Revolução Industrial e pela microeletrônica indo até os dias atuais, com uma atenção especial à filosofia sensualista de Berkeley e a análise de sua fórmula: “ser é ser percebido”, estabelecendo com isto algumas mudanças na ontologia do ser social. Após, reconstruo em detalhes a Fisioteologia da Sensação, teoria onde Türcke descontroi a ideia de que a sensação ou o sensório humano é natural, e apresenta a hipótese de que estaríamos vivendo um “retorno ao fundamento”, à pré-história da sensação, ou seja, o encontro entre a alta tecnologia e o paleolítico, entre os choques audiovisuais e o susto primitivo – a partir do qual a compulsão à repetição foi aos poucos assimilando, abrandando e transformando-o no sensório especificamente humano -, e que estaria hoje dando passos de caranguejo. Por fim, no contexto de passagem ao mercado moderno que ocupou o lugar do Absoluto (do sagrado) trato o fenômeno do caráter fetichista da sensação, culminando numa associação entre o fenômeno do vício em imagens e drogas e o fundamentalismo religioso, ou seja, a crença num sentido que não mais se crê, e por isso precisa-se sempre mais e mais investir nele. / This research is about sensation and fetish in the culture of image in the so-called “aesthetic capitalism”, in which audiovisual technologies are omnipresent. The main theoretical point around which the research turns is the German philosopher Christoph Türcke. Based on a reading and analysis of two of his works published in Brazil – Excited society: philosophy of sensation, and Philosophy of dream (both in 2010) – I investigate some hypotheses, and, based on them, I claim that constant exposure to audiovisual irradiation is causing deed changes in the ways of feeling, thinking, imagining and representing the world; that is, leading to a domain of technical imagination of human beings, the impoverishment of language and thought. The singularity of desire and of the capacity to pay attention on “something as something” becomes an issue in the processes of social mass-production promoted by the Cultural Industry. First I present a clinical reading of manifestation of ill-being in contemporary society, and I map some symptoms and analyze manifestations (even if only apparent) of concentration and accumulation on the body, on action and on sensation, which demands a deeper approach so as to be decongested or liberated. Following the guidelines of the Critical Theory of Society set out by Adorno and further developed by Türcke, I construct a critical essay of contemporary society, in interface with Freud’s psychoanalysis. The phenomenon of a “drive to emit”, of commercial adds or “propaganda on itself” is explored, as well as what I call “connected solitude”. I draw some remarks on the first images and changes brought about by their technical production, in photography, cinema, and synthesis images, highlighting the systematic exploration of the human senses, brain, nerves, and muscles. The path begins with a consideration of sensation as a paradigm of our current society, analyzing its logic, semantic and social changes of the concept from Renaissance, Industrial Revolution and microelectronics through present day, paying special attention the sensualist philosophy of Berkeley and the analysis of his formula “to be is to be perceived”, establishing that with some changes in the ontology of social being. Then, I reconstruct in detail the Physioteology of Sensation, Türcke’s theory demonstration that sensation, or human sensory apparatus, is not natural, and present the hypothesis that we are living in a “return to the foundations”, to the pre-history of sensation, that is, a meeting of high technology and the Paleolithic, of audiovisual chocks and primitive dread – from which compulsion to repetition was slowly assimilated, mitigating and transforming it into the specifically human sensation – and which would today be crawling sideways. Last, in the context of a change towards modern market, which occupies the place of the Absolute (of the sacred), I address the phenomenon of the fetishistic nature of sensation, culminating with an association of the phenomenon of vice on images and drugs and religious fundamentalism, that is, the belief in a meaning in which one no longer believes, and for that reason needs to be invested on over and over again.

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