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O IMPACTO SOBRE A PESSOA DO TERAPEUTA DO ATENDIMENTO AO CLIENTE BORDERLINESousa, Ana Carolina Aquino de 03 December 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004-12-03 / This research is an effort to explore, from a functional analytic perspective, the feelings
that dealing with borderline clients causes in therapists. First, the therapeutic relationship is
described as an instrument that can promote changes in the client s repertoires. This approach
considers that if an individual behaves in relation to a therapist in the same way as he behaves in
his daily life in relation to other people, these settings are functionally identical. So, changes in
one context, will affect the others. Besides, the client s behaviors cause feelings in the therapist (a
phenomenon known in psychotherapy literature as counter-transference) that can be used as cues
about how other people feel in the client s daily life. So, the therapeutic relationship would be a
context that makes in-vivo learning possible for the client, since the behavior can be immediately
reinforced or weakened after its occurrence. Four behavioral therapists, who worked with
borderline clients, took part in this research. The sessions were conducted weekly and lasted one
hour each. Reports by the therapists concerning their feelings were recorded during semistructured
interviews and during monthly supervisions with each therapist separately. All
recordings were transcribed and explored according the methods of grounded theory. The results
indicate that the therapists noted the occurrence of clinically relevant behaviors and countertransference
in the therapeutic relationship. During supervision it was tried to lead the
participants to use their own feelings (about the client) as cues to promote changes in clients
behaviors. They reported that their clients punished many of their new behaviors they were
coerced to continue reacting in ways that were complementary to the client s behaviors. The
therapists what went back to behave in a way that was safe for them reinforced the problem
behaviors of their clients. This counter-therapeutic behavior seems related to experiential
avoidance. The results suggest that particular attention to interpersonal interactions during the
session is important. It could avoid that the therapeutic relationship maintains the client s
problems and can make it possible to take better advantage of the therapist s private responses. / O presente trabalho é um esforço em explorar sentimentos que o atendimento ao cliente
borderline provoca em terapeutas, a partir de uma visão analítico-funcional. Primeiro, a relação
terapêutica é descrita como um instrumento de mudança que pode promover mudanças no
repertório do cliente. Esta abordagem parte do pressuposto de que se o indivíduo se comporta em
relação ao terapeuta da mesma maneira que o faz no seu dia a dia com outras pessoas, esses
ambientes são funcionalmente idênticos, e que, portanto, se um deles for mudado, esta alteração
afetará os demais. Além disso, os sentimentos que os comportamentos do cliente provocam no
terapeuta (fenômeno conhecido na literatura psicoterápica como contra-transferência) podem
servir como dicas sobre o que outras pessoas do seu cotidiano sentem. Desta forma, a relação
terapêutica seria um contexto que possibilita o aprendizado ao vivo para o indivíduo, já que o
comportamento pode ser reforçado ou enfraquecido imediatamente após a sua ocorrência.
Participaram deste trabalho, quatro terapeutas comportamentais que atendiam clientes
borderlines. Elas realizavam os atendimentos semanalmente com sessões de uma hora de
duração. Relatos de sentimentos dos terapeutas foram gravados durante entrevistas semiestruturadas
e durante supervisões mensais com cada terapeuta separadamente. Todas as
gravações foram transcritas e exploradas de acordo com os métodos da teoria fundamentada nos
dados. Os resultados apontaram que os terapeutas percebem a ocorrência de comportamentos
clinicamente relevantes e de contra-transferência na relação terapêutica. Tentou-se, nas
supervisões, levar as participantes a utilizar dos seus próprios sentimentos em relação ao cliente,
como dicas para atuar de modo a promover mudanças no repertório do cliente. Elas relataram que
muitos dos novos comportamentos adotados por elas, foram punidos pelos seus clientes sendo
isto coerção para continuar reagir de forma complementar aos seus comportamentos. As
terapeutas, que voltavam a se comportar de modo mais seguro para si reforçaram os
comportamentos problemáticos dos clientes. Tal comportamento contra-terapêutico parece
relacionado com a esquiva experiencial. Os resultados sugerem que atenção particular para os
padrões interpessoais durante a sessão poderia evitar que a relação terapêutica chegasse a manter
os problemas do cliente e que um melhor proveito das respostas encobertas do terapeuta para este
fim é possível.
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