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Esse menino nÃo larga do peito, como à que vai falar?: desnutriÃÃo, estabelecimento da demanda e aquisiÃÃo da falaGabriela Monteiro SimÃo 14 June 2017 (has links)
FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / A presente dissertaÃÃo, que tem como referencial teÃrico e metodolÃgico a psicanÃlise, parte de uma experiÃncia clÃnico-institucional com crianÃas e suas mÃes acompanhadas por uma instituiÃÃo do terceiro setor em Fortaleza, historicamente reconhecida pelo trabalho de tratamento à desnutriÃÃo infantil. O estudo faz parte de um conjunto maior de pesquisas realizadas no estado do Cearà sobre os efeitos subjetivos da experiÃncia da fome. Um dos ditos que surgiu no discurso de uma das pediatras na instituiÃÃo foi o seguinte: âesse menino nÃo larga do peito, como à que vai falar?â. Tal questionamento foi tomado como mote para se pensar a respeito da aquisiÃÃo da fala no processo de constituiÃÃo psÃquica, levando em consideraÃÃo um espectro mais amplo do campo da oralidade, que tem inÃcio com a experiÃncia da alimentaÃÃo e os primeiros registros na dimensÃo do desejo e do estabelecimento da demanda. Inspirando-se no que Jacques Lacan discorre a respeito da funÃÃo da fala, o que se destaca à a fala enquanto uma funÃÃo significante na comunicaÃÃo entre mÃes e filhos. No Ãmbito da constituiÃÃo psÃquica, a funÃÃo significante da fala inicia-se com os traÃos que vÃm do Outro e implica a relaÃÃo em circuito com os outros que se ocupam da crianÃa. Destacou-se como fundamental, para essa discussÃo, a operaÃÃo de estabelecimento da demanda, entendida, aqui, como paradigmÃtica do enodamento do corpo ao registro pulsional. Nessa operaÃÃo, estÃo reunidas as primeiras manifestaÃÃes que o bebà apresenta ao nascer, tais como o choro, que serÃo reconhecidas e significadas pela mÃe, ou quem exerÃa essa funÃÃo. As determinaÃÃes simbÃlicas possuem sua matriz no corpo. AlÃm do aspecto sonoro, hà os gestos, os olhares, os toques; sÃo como letras que escrevem o corpo da crianÃa. Assim, ao compreender a constituiÃÃo humana como expressÃo de um enlaÃamento entre corpo e palavra e o sujeito do inconsciente como efeito da linguagem, apresenta-se uma discussÃo sobre a fala no Ãmbito da constituiÃÃo psÃquica, que foi sistematizada pelos achados clÃnicos da experiÃncia na referida instituiÃÃo e articulada ao conceito de demanda. Encontra-se, tambÃm, uma problematizaÃÃo sobre uma particular relaÃÃo com a fala â o silÃncio, conduzindo a indagaÃÃes sobre o que bascula do sujeito no aspecto singular, mas tambÃm no Ãmbito social e coletivo, em que podem surgir entraves à escuta do outro como desejante e, inclusive, conduzir a aÃÃes silenciadoras.
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