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Ecofisiologia de Cyatheaceae (Monilophyta): fenologia, banco de esporos, anatomia e germinaçãoSilva, Flávia Carolina Lins da 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O objetivo deste estudo foi: definir o padrão fenológico das espécies de Cyatheaceae, avaliar a
formação do banco de esporos de Cyatheaceae nos fragmentos de Mata Atlântica da RPPN de
Frei Caneca, ao longo do ano, definir condições ótimas de crescimento das espécies, e
também definir padrão anatômico de frondes de duas espécies de Cyathea. O estudo foi
desenvolvido nas Matas da Serra do Quengo e da Bernardina. Para avaliar a formação de
banco de esporos, o solo superficial foi coletado em dez pontos de cada mata, ao final das
estações secas e chuvosas. As amostras de solo foram mantidas a 25°C e fotoperíodo de 12h
em câmara de crescimento. O critério para considerar a germinação do banco de esporos foi o
aparecimento da primeira célula rizoidal dos gametófitos. Durante o desenvolvimento inicial,
os gametófitos foram agrupados em tricomados e não tricomados. A rápida germinação de
esporos e formação de gametófitos foi observada nas amostras a partir do primeiro e segundo
mês de cultivo do solo da Mata da Serra do Quengo e da Bernardina, respectivamente. Nos
dois locais, 80% dos morfotipos de gametófitos formados não apresentaram tricomas. A partir
do terceiro mês foram observadas estruturas reprodutivas, ou seja, anterídio e arquegônio, nas
amostras das duas matas e, ao final de cinco meses houve formação de esporófitos. Para o
estudo fenológico, coletas de dados foram realizadas durante um ano, onde dez indivíduos de
cada espécie de Cyatheaceae foram devidamente marcados, identificados. As três espécies de
Cyathea mantiveram a produção de báculos ao longo do ano e o desenvolvimento constante.
A categoria báculo abortado foi observada para as espécies Cyathea microdonta e C.
praecincta. A produção de frondes estéreis foi mantida durante todo o ano para as três
espécies de Cyathea. Alsophila setosa, apresentou produção de báculo por todo ano. Não foi
observada fronde fértil e poucas foram as frondes estéreis presentes. Não foram observados
indivíduos jovens dessa espécie. Para o estudo anatômico, as frondes coletadas foram fixadas
em FAA 50% e posteriormente mantidas em etanol 70%. Cortes transversais à mão livre
foram realizados, clarificados com hipoclorito de sódio (50%), lavados em água destilada e
posteriormente corados com Safrablau. Após a coloração os cortes, foram montados lâminas
semi-permanentes em água glicerinada 50%. Cyathea corcovadensis e Cyathea microdonta
apresentam anatomia classificada com tipo Cyathea, corroborando com a literatura estudada.
Para caracterizar estudos de germinação e desenvolvimento de gametófitos, esporos de
Cyathea corcovadensis coletados desinfestados e distribuídos em erlenmeyers contendo 25mL
de solução nutritiva de Mohr com fungicida nistatina. O tratamento de fotoblastismo foi mantido em câmara de crescimento com temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12h. Os
experimentos de qualidade de luz e intensidade luminosa foram mantidos em câmara de
crescimento com temperatura de 25ºC e luz contínua. Em todos os experimentos o critério
para considerar o esporo germinado foi a protusão da célula rizoidal. Para o estudo de
fotoblastismo, foram colocados erlenmeyers sob luz e escuro contínuo. O tratamento de
escuro contínuo foi obtido com o uso de três sacos plásticos pretos. A intensidade luminosa
foi analisada a 100, 70, 50 e 30% com uso de telas de sombrite com diferentes filtros de
passagem de luz. Os esporos germinados foram acompanhados por 30 dias para o estudo de
desenvolvimento de gametófitos. Os esporos de C. corcovadensis são aclorofilados e
apresentaram cospúsculos lipídicos. Os esporos de C. corcovadensis são considerados
fotoblásticos positivos, uma vez que não foi observada germinação no escuro mesmo após 30
dias de cultivo. Quando analisados os efeitos da qualidade de luz na germinação, foi
observada germinação a partir do 4° dia e estabilização da curva de germinação em 100% no
12° dia para luz branca e ocorreu um atraso de quatro dias na estabilização da curva para os
demais tratamentos, sendo então a curva estabilizada no 16° dia de cultivo. Os gametófitos
submetidos aos tratamentos de luz branca e luz vermelha tiveram um rápido desenvolvimento
de suas células protaliais. Foi observado uma variação no padrão de desenvolvimento dos
gametófitos nos tratamentos de luz azul e luz vermelho-extremo. Nesses tratamentos, foi
observado maior número de células e as mesmas mostraram-se mais alongadas. O efeito da
intensidade luminosa foi observado nos diferentes tratamentos, sendo a germinação a partir do
4° dia de cultivo e estabilização da curva de germinação (em 100%) a partir do 16° de
germinação para esporos expostos a 100% de luz, 18° dia para os tratamentos de 30 e 50% de
sombreamento e no 20° dia para o tratamento de 70% de sombreamento. Aos 21 dias de
germinação foi observado um alongamento das células protaliais caracterizando estiolamento
das células, no tratamento de 70% de sombreamento, isso em decorrência da baixa
intensidade luminosa incidida sobre os gametófitos de C. corcovadensis. Gametófitos, com
30 dias, cultivados sob 100% de luz e 30% de sombreamento apresentaram a forma
espatulada com início de desenvolvimento sem sincronia das alas, tendo a ala direita se
desenvolvido mais que a ala esquerda. Nas demais intensidades luminosas (50 e 70% de
sombreamento), os gametófitos apresentaram a forma filamentosa de desenvolvimento. Nos
experimentos de qualidade de luz e intensidade luminosa, fica claro que o desenvolvimento
ideal para espécie de Cyathea corcovadensis que os tratamentos de luz branca e vermelha, e
100% de luz e 30% de sombreamento são condições ideais para o desenvolvimento de
gametófitos e conseqüente formação de novas plantas
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