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Eugenio Battisti e o léxico conceitual e historiográfico do antirrenascimento / Eugenio Battisti and l'antirinascimento's conceptual and historiographical lexicon

Marinho, Fernanda, 1982- 22 August 2018 (has links)
Orientador: Luiz Cesar Marques Filho / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-22T20:26:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marinho_Fernanda_D.pdf: 13219367 bytes, checksum: 713a6b51d616454de72391bbe1229641 (MD5) Previous issue date: 2013 / Resumo: O Antirrenascimento, de Eugenio Battisti, foi publicado pela primeira vez em 1962, durante um período no qual a cultura italiana, ainda com certa dificuldade devido aos resquícios do fascismo, batalhava por uma expansão político-cultural. O livro volta-se aos estudos da cultura popular, das ilustrações científicas, da iconografia das bruxas, da arqueologia das fábulas, compondo um variado mosaico do tecido cultural quinhentista. A presente Tese de doutorado o analisa sob três perspectivas principais: a trajetória biográfica de seu autor; o léxico conceitual do termo que intitula a sua obra; e o contexto historiográfico que a abrange. Battisti nasceu em Turim, em 1924 (faleceu em Roma, em 1989), tendo testemunhado a Segunda Guerra Mundial e, quando ainda jovem, durante o pós-guerra, militado junto aos movimentos de resistência em sua cidade natal. Nesta época envolveu-se principalmente com produções teatrais, demonstrando desde já especial atenção nos assuntos de cultura. A construção de seu pensamento estrutura-se num percurso crítico cujo leitmotiv é identificado como uma muito particular inquietude que lhe instigava à incessante revisão do status quo. Um ceticismo operante que organizava seu pensamento crítico em estruturas dialéticas como as oposições entre comédia e tragédia, entre renascimento e barroco, entre clássico e anticlássico, mas também - e principalmente - incitava-lhe à constante renovação e questionamento destas classificações. O termo antirrenascimento é abarcado nesta Tese para além de suas analogias com o termo maneirismo, com a crise do Renascimento ou do áulico clássico. Mas vem compreendido, acima de tudo, como uma categoria retórica de caráter vanguardista. Battisti fez parte do cenário cultural italiano ligado à escola de Lionello Venturi, oposta à escola de Roberto Longhi. Participou ativamente de fundamentais mudanças dos rumos da historiografia, quando esta experimentava uma maior influência das escolas alemãs, estreitando os confins que separavam os papéis do historiador e do crítico de arte. O Antirrenascimento, desta maneira, é aqui abordado como uma proposta de revisão da romântica, e ainda prevalente, noção de Renascimento enquanto um período que, superando as trevas medievais, alcançou o triunfo máximo da razão. Contrário a esta tradicional interpretação do Renascimento como turning point da história, Battisti investigou as manutenções do mundo medieval na cultura renascentista, a criatividade artística enquanto livre assimilação e emulação de ulteriores culturas. Trata-se de uma proposta historiográfica cujo modus operandi é o ceticismo, de metodologia utópica e livre de resultados conclusivos. Battisti desconfiou de toda premissa teórica - nada lhe é pressuposto científico. O conhecimento deve equilibrar-se em bases móveis, deve se atualizar e temer o estanque. Pretende-se aqui, primordialmente, a apresentação deste historiador da arte e do livro O Antirrenascimento no âmbito acadêmico brasileiro. Acredita-se numa frutífera recepção de seu legado na nossa recente e ativa produção em história da arte, caracterizada pela interdisciplinaridade, pelo caráter revisional dos estudos correntes, pela alteridade como constructo definidor da identidade cultural, determinantes estas tão caras a Eugenio Battisti / Abstract: Eugenio Battisti's Antirinascimento was first published in 1962 during a period in which Italian culture, while still coping with some restraints due to remnants of fascism, battled through political and cultural expansion. The book goes through studies in popular culture, scientific illustrations, iconography of witches, archeology of fables, composing a diverse mosaic of fifteen century's cultural fabric. This doctoral thesis analyzes its three main perspectives: the author's biography; the conceptual lexicon of the term which entitles his work; and the historical context of the encompassed period. Battisti was born in Turin in 1924 (and died in Rome in 1989) thus witnessing the Second World War and, as a young man during the postwar period, militating in his hometown's resistance movements. During this period he got involved mainly with theatrical productions, showing early signs of interest in cultural matters. His thoughts' progress is structured in a critical path whose leitmotiv can be identified as a very unique concern, inciting a constant review of the status quo, an ongoing skepticism that organized his critical thinking in dialectical structures exemplified by the opposition between comedy and tragedy, renaissance and baroque, classic and anti-classic, but, especially, inciting a constant renewal and questioning of these classifications. In this thesis, the term "antirinascimento" is encompassed beyond analogies with the term "mannerism", with renaissance's or classic aulic's crisis. It is understood, above all, as a vanguardist rethoric category. Battisti was part of the Italian cultural scene related to Lionello Venturi's school, which had a difficult conflict with Roberto Longhi's school. He took part in fundamental shifts in historiography in a time tremendously influenced by German schools, narrowing the boundaries separating roles of historians and art critics. Therefore, Antirinascimento is discussed here as a reviewing proposal of the romantic and still prevailing notion of Renaissance as a period that, once surpassed "medieval darkness", reached reason's ultimate triumph. In opposition to the traditional interpretation of Renaissance as a turning point in history, Battisti investigates medieval features in Renaissance culture, artistic creativity as free assimilation and emulation of subsequent cultures. It is a historiographical proposal whose modus operandi is a utopian methodological skepticism free from conclusive results. Battisti was suspicious towards every theoretical premise. For him, there are no scientific assumptions, and knowledge should be balanced in mobile foundations, it should be updated and dread motionless. The prior intention of this thesis is to introduce this art historian and Antirinascimento into Brazilian academics. It may well be a fruitful reception to his legacy in Brazil's recent and active production in art history, known for its interdisciplinarity, revisory approach in current research, otherness as defining structure of cultural identity, all of which are highly esteemed to Eugenio Battisti / Doutorado / Historia da Arte / Doutora em História

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