Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sandra Pavone.pdf: 3330646 bytes, checksum: 2e3342cf76c48d13edf58cc272c75853 (MD5) Previous issue date: 2006-12-06 / This dissertation aims at inquiring about the mazy net of relationships between toys and culture, and presents some of the social and cultural changes from medieval to postmodern society, emphasizing how the cultural traces of each age, of each social and historical context, are revealed through toys. We departed from Johan Huizinga, who connects the concept of playful to that of culture, regarding games as the very essence of other cultural manifestations. Walter Benjamin and Philippe Ariès point out some elements of the history of toys, and make an analysis of the relationship between toys, childhood and the existing social and historical context. As objects of a given culture, toys get hold of and transmit certain values, ideologies, ideas and expectations from the social field to childhood. As it plays, the child gets hold of such meanings and representations, but it also changes them. Playing is then the basic tools allowing the connection between the child and its world. In this connection between an object from a culture toys and the constitution of a given subject, which is approached through playing in childhood, we detect the possibility of opening a fertile dialogue between psychoanalysis and semiotics. Based on the contributions of Iuri Lotman s Semiotics of Culture, we considered toys as a complete text in a broader semiotic system, which the author calls semiosphere. Playing, the basic tool for the appropriation by the child of the symbolical elements of a given culture, was approached through the conceptual and psychoanalytical basis to be found in Sigmund Freud, D.W. Winnicott and Jacques Lacan. But our subsidies to the psychoanalytical field aimed at what was called psychoanalysis in expansion , that is, a shifting from the field of psychoanalytical analysis to an analysis of cultural formations, in an operation that is closer to social criticism. We finally went further into our research through the investigation of the relationship between some social and cultural paradigms and formations of post-modernity and certain forms assumed by toys and plays in the contemporary universe. Through the analysis of semiotic processes of toys and the psychoanalytical methodology, we proposed a reading and an interpretation of the subject s positions the child in this case - , and the social bound before such new meanings and social and cultural transformations. In an intersection between philosophy and psycho-analysis, we looked for a basis in Slavoj Zizek s concept of multiculturalism, in Vladimir Sfatle, which analyzes the shifting of modern productive society to post-modern consuming society, as well as in Renata Salecl, who points to the new forms of the Other at this triumphing moment of late capitalism / Esta dissertação investiga a intricada trama de relações que se tece entre os brinquedos e a cultura, apresentando algumas transformações sócio-culturais que ocorreram desde a sociedade medieval até a sociedade pós-moderna, evidenciando como os traços culturais de cada época, de cada contexto sócio-histórico acabam por revelar-se nos brinquedos. Partimos de Johan Huizinga, que articula o conceito de lúdico ao de cultura, tomando o jogo como a própria essência de outras manifestações culturais. Passamos por Walter Benjamin e Philippe Ariès que apontam elementos da história dos brinquedos, fazendo uma análise da relação entre os brinquedos, a própria infância e o contexto sóciohistórico vigente. Objetos da cultura, os brinquedos capturam e transmitem valores, ideologias, idéias e expectativas do campo social para a infância. Enquanto brinca, a criança apropria-se dessas significações e representações, mas também as modifica. O brincar apresenta-se como ferramenta fundamental através da qual é possível o enlace entre a criança e seu mundo.Nesse encontro entre um objeto da cultura - os brinquedos, e a constituição do sujeito, abordada pelo viés do brincar na infância, vislumbramos a possibilidade de abrir um diálogo fértil, entre a psicanálise e a semiótica. A partir das contribuições da Semiótica da Cultura de Iuri Lotman, consideramos os brinquedos como texto complexo, num sistema semiótico mais amplo, denominado pelo autor de semiosfera. O brincar, ferramenta fundamental para a apropriação que a criança faz de elementos simbólicos da cultura, foi abordado por meio do embasamento conceitual psicanalítico em Sigmund Freud, D.W.Winnicott e Jacques Lacan. Nossos aportes ao campo psicanalítico, visaram, porém, ao que se chamou a psicanálise em extensão , ou seja, uma transposição do campo da clínica psicanalítica, para uma análise das formações culturais, numa operação mais próxima à crítica social. Aprofundamos nossos objetivos, investigando, por fim, a relação entre alguns paradigmas e formações sócio-culturais da pós-modernidade e certas formas em que se apresentam os brinquedos e as brincadeiras no universo contemporâneo. Através da análise de processos semióticos dos brinquedos e da metodologia psicanalítica, propusemos uma leitura e interpretação das posições do sujeito, no caso as crianças, e do laço social, diante dessas novas significações e transformações sociais e culturais. Numa intersecção entre a filosofia e a psicanálise, apoiamo-nos no conceito de multiculturalismo de Slavoj Zizek, em Vladimir Safatle, que analisa a passagem da sociedade moderna da produção para a sociedade pós-moderna do consumo e em Renata Salecl que aponta as novas formas do Outro nesse momento triunfante do capitalismo tardio