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Securização urbana: da psicoesfera do medo à tecnoesfera da segurança / Securitizing the urban: from psycho-sphere of fear to techno-sphere of securityMelgaço, Lucas de Melo 06 December 2010 (has links)
A violência urbana e o medo globalizado, marcas do atual período técnico-científico e informacional, têm alterado as paisagens de diversas partes do mundo através do processo denominado neste trabalho pelo termo securização urbana. Como resposta à sensação de insegurança e de imprevisibilidade, busca-se uma racionalização do território a partir da informatização do cotidiano e da criação de espaços exclusivos. Empiricamente, a securização se traduz em formas arquitetônicas variadas, tendo sido destacadas nesta tese as câmeras de vigilância, os condomínios fechados e as arquiteturas anti-indesejáveis. Transformações espaciais como essas são particularmente intensas em Campinas-SP, município brasileiro ao mesmo tempo muito rico, com importantes empresas e universidades, e muito pobre e violento, portando índices de criminalidade acima da média nacional. Exemplos desse e também de outros lugares do Brasil e da Europa foram analisados em trabalhos de campo que contaram com entrevistas colhidas de agentes locais, fotografias e cartografias, com o intuito de caracterizar o processo de securização e, especialmente, conduzir a uma reflexão sobre suas conseqüências. Conclui-se que a maneira pela qual a segurança tem sido buscada aumenta as desigualdades espaciais e promove uma privatização dos espaços públicos. Além disso, o excesso de vigilância tem reforçado a psicoesfera do medo, tolhido muitas das liberdades individuais e criado novas neuroses e violências. A racionalização do espaço para fins de segurança cria, contudo, as condições para o surgimento de contra-racionalidades, o que reafirma o caráter complexo e dialético do espaço geográfico e aponta para a possibilidade de um futuro marcado pelas solidariedades geográficas e pelo poder revolucionário dos agentes não-hegemônicos. / Urban violence and globalized fear, hallmarks of the current technical-scientific and informational period, have transformed the landscape of different cities of the world through a process called urban securitization\". In response to the feeling of insecurity and unpredictability, territories are being rationalised through the digitalization of everyday life and creation of exclusive areas. Empirically, securitization can be materialized through different architectural forms. This thesis highlights surveillance cameras, gated communities and anti-beggars architectures. These transformations are particularly intense in Campinas, a very wealthy Brazilian city, with important companies and universities, and at the same time very poor and violent, with crime rates above the national average. Examples from this city, but also from other parts of Brazil and Europe, were analyzed in field works which involved interviews with local agents, photos and maps, in order to describe the process of securitization and, especially, to lead to a reflection of their consequences. In conclusion, it can be stated that the way security is being searched increases spatial inequalities and promotes a privatization of public spaces. Furthermore, an excessive surveillance has enhanced the psycho-sphere of fear, has restraint individual liberties and has produced new neuroses and violence. However, rationalisation of space for security purposes facilitates the emergence of counter-rationalities, emphasizing the complex and dialectic qualities of geographic space and indicating the possibility of a future characterized by geographic solidarities and by revolutionary power of non-hegemonic agents.
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Securização urbana: da psicoesfera do medo à tecnoesfera da segurança / Securitizing the urban: from psycho-sphere of fear to techno-sphere of securityLucas de Melo Melgaço 06 December 2010 (has links)
A violência urbana e o medo globalizado, marcas do atual período técnico-científico e informacional, têm alterado as paisagens de diversas partes do mundo através do processo denominado neste trabalho pelo termo securização urbana. Como resposta à sensação de insegurança e de imprevisibilidade, busca-se uma racionalização do território a partir da informatização do cotidiano e da criação de espaços exclusivos. Empiricamente, a securização se traduz em formas arquitetônicas variadas, tendo sido destacadas nesta tese as câmeras de vigilância, os condomínios fechados e as arquiteturas anti-indesejáveis. Transformações espaciais como essas são particularmente intensas em Campinas-SP, município brasileiro ao mesmo tempo muito rico, com importantes empresas e universidades, e muito pobre e violento, portando índices de criminalidade acima da média nacional. Exemplos desse e também de outros lugares do Brasil e da Europa foram analisados em trabalhos de campo que contaram com entrevistas colhidas de agentes locais, fotografias e cartografias, com o intuito de caracterizar o processo de securização e, especialmente, conduzir a uma reflexão sobre suas conseqüências. Conclui-se que a maneira pela qual a segurança tem sido buscada aumenta as desigualdades espaciais e promove uma privatização dos espaços públicos. Além disso, o excesso de vigilância tem reforçado a psicoesfera do medo, tolhido muitas das liberdades individuais e criado novas neuroses e violências. A racionalização do espaço para fins de segurança cria, contudo, as condições para o surgimento de contra-racionalidades, o que reafirma o caráter complexo e dialético do espaço geográfico e aponta para a possibilidade de um futuro marcado pelas solidariedades geográficas e pelo poder revolucionário dos agentes não-hegemônicos. / Urban violence and globalized fear, hallmarks of the current technical-scientific and informational period, have transformed the landscape of different cities of the world through a process called urban securitization\". In response to the feeling of insecurity and unpredictability, territories are being rationalised through the digitalization of everyday life and creation of exclusive areas. Empirically, securitization can be materialized through different architectural forms. This thesis highlights surveillance cameras, gated communities and anti-beggars architectures. These transformations are particularly intense in Campinas, a very wealthy Brazilian city, with important companies and universities, and at the same time very poor and violent, with crime rates above the national average. Examples from this city, but also from other parts of Brazil and Europe, were analyzed in field works which involved interviews with local agents, photos and maps, in order to describe the process of securitization and, especially, to lead to a reflection of their consequences. In conclusion, it can be stated that the way security is being searched increases spatial inequalities and promotes a privatization of public spaces. Furthermore, an excessive surveillance has enhanced the psycho-sphere of fear, has restraint individual liberties and has produced new neuroses and violence. However, rationalisation of space for security purposes facilitates the emergence of counter-rationalities, emphasizing the complex and dialectic qualities of geographic space and indicating the possibility of a future characterized by geographic solidarities and by revolutionary power of non-hegemonic agents.
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