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O trançado da morte nas tramas do tempo: uma leitura da condição feminina em Cartilha do silêncio e A dança dos cabelos. / The braided of the death in the plots of the time: a reading of the feminine condition in Cartilha do silêncio and A dança dos cabelos.Brun, André Adriano 26 February 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-02-26 / In this research, with base in a perspective analytic-theoretical sociological predominantly, it
was aimed to analyze comparatively the relation among time, space and feminine universe,
having as focus the representations of the characters' feminine protagonists of the romances
pseudomemorialistas Cartilha do silêncio (1997), by Francisco Dantas, and A dança dos
cabelos (2001), by Carlos Herculano Lopes. The first chapter, entitled "Time, feminine
condition and memory", approach the relation between the feminine protagonists and the
time, with emphasis in the categories memory and destiny. The memory is the resource
through which the protagonists appeal to explain the force and the inexorability of their tragic
destinies. The appeal to her, through the disordered affluence of the memories and images
remote or recent, subverts and paralyzes the protagonists' present, appearing for a future
without expectations, obscured for the ghosts of the past and for the terrible present condition.
The second chapter, whose title is "Space, feminine identity and reclusion", approaches the
identity relation among the feminine protagonists and the space in which are inserted. The
house, in general, and the room, especially, they are analyzed with base in the speeches in
vogue in the focalized times, ruled in the patriarchal moral couple that it promoted, harnessed
to a very rigid sexual distinction, a space differentiation of the humankind, linking the man to
the external spaces and, the woman, to the interiors. Entitled "Eroticism, violence, madness
and death", the third chapter intends to analyze these four elements that, individual and
collectively, they identify the five feminine protagonists. These themes, always associated to
the feminine nature, they contributed, along the history, to exalt the woman's satanic face. To
hide and to subdue this evil facet, it just presented a way to the women: to be dedicated to the
marriage and the maternity, undergoing the gear that moved the society. The characters of the
referred works try to adjust to this program ideological absolutist, however, be for the
violence/oppression to it inherent, be for the simple curiosity, they don't totally submit,
sustaining, like this, the two facets the one of the Virgin Mary and the one of the Eva sinner
that, in general, they cover great part of the myths concerning the femininity. Be for the
faith in the fatality and for the affluence of memories of the past, torturing the present and
darkening the characters' future; be for the intimate connection with the same space; be for the
shared characteristics and repeated along the generations that succeed; the five protagonists
resemble each other and identify, being stagnated in the time and in the space. It is as if them,
generation after generation, they had had lessons for the same "spelling book" and they had
their destinies interlaced in a same braid, in spite of the distinctions, besides of authors. All -
each one to her way - they "dance" in a same rhythm, essentially to circulate, and with few
variations according to the choreography. / Nesta pesquisa, a partir de um viés analítico-teórico preponderantemente sociológico,
objetivou-se analisar comparativamente a relação entre tempo, espaço e universo feminino,
tendo como foco as representações das personagens protagonistas femininas dos romances
pseudomemorialistas Cartilha do silêncio (1997), de Francisco Dantas, e A dança dos cabelos
(2001), de Carlos Herculano Lopes. O primeiro capítulo, intitulado Tempo, condição
feminina e memória , atém-se à relação entre as protagonistas femininas e o tempo, com
ênfase nas categorias memória e destino. A memória é o recurso através do qual as
protagonistas recorrem para explicar a força e a inexorabilidade dos seus trágicos destinos. A
recorrência a ela, por meio do afluxo desordenado das lembranças e imagens remotas ou
recentes, subverte e paralisa o presente das protagonistas, apontando para um futuro sem
expectativas, obnubilado pelos espectros do passado e pela terrível condição presente. O
segundo capítulo, cujo título é Espaço, identidade feminina e reclusão , aborda a relação de
identidade entre as protagonistas femininas e o espaço no qual estão inseridas. A casa, de
modo geral, e o quarto, em especial, são analisados com base nos discursos em voga nas
épocas focalizadas, pautados na dupla moral patriarcal que promoveu, atrelada a uma
distinção sexual muito rígida, a espacialização dos gêneros, vinculando o homem aos
espaços exteriores e, a mulher, aos interiores. Intitulado Erotismo, violência, loucura e
morte , o terceiro capítulo se propõe a analisar estes quatro elementos que, individual e
coletivamente, identificam as cinco protagonistas femininas. Estes temas, sempre associados à
natureza feminina, contribuíram, ao longo da história, para a relativa demonização da mulher.
Para ocultar e subjugar esta faceta maligna, apresentava-se apenas uma saída às mulheres:
dedicarem-se ao casamento e à maternidade, submetendo-se à engrenagem que movia a
sociedade. As personagens das referidas obras procuram se ajustar a este programa ideológico
impositivo, porém, seja pela violência/opressão a ele inerentes, seja pela simples curiosidade,
não se submetem totalmente, sustentando, assim, as duas facetas a da Virgem Maria e a da
Eva pecadora que, em geral, revestem grande parte dos mitos acerca da feminilidade. Quer
pela crença na fatalidade e pelo afluxo de lembranças do passado, torturando o presente e
obscurecendo o futuro das personagens; quer pela íntima ligação com o mesmo espaço; quer
pelas características compartilhadas e repetidas ao longo das gerações que se sucedem; as
cinco protagonistas se assemelham e se identificam, parecendo estagnadas no tempo e no
espaço. É como se elas, geração após geração, tivessem tido lições pela mesma cartilha e
tivessem seus destinos entrelaçados numa mesma trança, a despeito das distinções, inclusive
de autores. Todas cada uma a seu modo dançam num mesmo ritmo, essencialmente
circular, e com poucas variações quanto à coreografia.
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