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"E aí, está preparado pra poder dar aula?": a voz discente na construção do perfil do bom professor de portuguêsSantos, Davidson dos 02 February 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-02-02 / O presente trabalho apresenta a pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), cujo objetivo foi o compreender alguns aspectos do processo formativo do licenciando em Letras, a partir da análise das projeções do perfil do bom professor de Português construído por estudantes de letras e das experiências por eles vivenciadas na graduação durante a formação. Assumindo os pressupostos da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006; RAJAGOPOLAN, 2003, 2006; RAPTON, 2006; KUMARAVADIVELU, 2006), filiamo-nos à metodologia de base qualitativa (FLICK, 2009; CHIZZOTI, 2010) de cunho interpretativista. Os dados de análise deste trabalho foram gerados através de 4 grupos focais (BARBOUR, 2009), compostos por alunos do curso de Letras e nos quais foram discutidos três tópicos: i) o que é ser um bom(a) professor (a) de português, ii) quais os saberes importantes na construção desse profissional, bem como iii) quais experiências no curso de formação contribuem com a construção de um bom (a) professor(a) de língua portuguesa. Para análise nos baseamos nos pressupostos da Linguística Experiencialista (LAKOFF, 1987), que discute a relação entre linguagem e experiência do sujeito na construção do significado. A caracterização do bom professor de português ancorado sob
três esquemas imagéticos: o que ele deve ser, o que deve ter e o que ele deve fazer, as quais realçam, principalmente, ações relativas à sua capacidade de promover o
engajamento do aluno em sala e adaptar-se à realidade escolar. No mesmo sentido, as
experiências positivas de formação vivenciadas pelos alunos sintetizam o trabalho do
professor a ação deste dentro sala de aula. Os resultados mostram-nos, assim, que a
projeção de seu perfil é relativizada à forma como realiza sua prática mais imediata, dar aula. Os dados também ainda sugerem que os alunos ingressantes no curso se ancoram na experiência como alunos para a descrição do bom professor e os concluintes ora se colocam na posição de alunos, ora na posição de professores. Acreditamos que essa diferença se dá pela imersão destes últimos em outras práticas formativas vivenciadas durante o curso (estágio, bolsas de iniciação científica e treinamento profissional). Diante disso, discutimos a importância de pensarmos novos modelos e práticas mais coerentes e inovadoras para a formação inicial de professores, conforme também apontam Nóvoa (1995, 2009) e Sacristán (1995), Tardiff (2005), Gatti (2010), que ampliam o olhar para a profissão docente. De modo particular, essa pesquisa tem como ganho fundamental a inclusão da voz dos futuros professores na discussão sobre sua própria prática formativa, aumentando o canal de diálogo entre os diferentes agentes que constroem o perfil do professor de português. / The present work presents the research developed within the scope of the
Postgraduate Program in Linguistics of the Federal University of Juiz de Fora
(UFJF), whose main objective was to unveil the profile of the good Portuguese
language teacher. In addition to the assumptions of Applied Linguistics (MOITA
LOPES, 2006, RAJAGOPOLAN, 2003, 2006, RAPTON, 2006,
KUMARAVADIVELU, 2006, we are also based on the qualitative methodology
(FLICK, 2009, CHIZZOTI, 2010). The data analyzes in this work was generated
through 4 focus groups (BARBOUR, 2009), composed by undergratuate students
in Literature and Languages, in which three topics were discussed: i) what it is to
be a good Portuguese teacher, ii ) what kind of knowledge is important to the
construction of this professional, and iii) which experiences in the training course
contribute to the construction of a good Portuguese teacher. We have based our
analysis in the assumptions of Experientialist Linguistics (LAKOFF, 1987), which
discusses the relationship between language and experience of the subject in the
construction of meaning. The characterization of a good Portuguese teacher is
anchored under three dimensions: what he should be, what he should have and what
he should do, which emphasizes, mainly, actions related to his ability to promote
the student's engagement in the classroom and to adapt to the school´s reality. In
the same sense, the positive experiences of formation experienced by the students
synthesize the work of the teacher and his actions in the classroom. The results show
us, therefore, that his profile is relativized taking in consideration the way he
realizes his most immediate practice,that is, to teach. The data also suggest that the
students entering the course anchor themselves in the experience as students to
describe what is a good teacher and the students that are almost graduating put
themselves ,in some cases, in the student´s position and in other cases, in the
teacher´s position. We believe that this difference is due to the immersion of the
latter in other training practices experienced during the course (internship, scientific
initiation fellowships and professional training). Therefore, we discuss the
importance of thinking about new, more coherent and innovative models and
practices for initial teacher education, as also pointed out by Nóvoa (1995, 2009)
and Sacristán (1995), Tardiff (2005) and Gatti (2010) that enlarge the the way
teaching is seen. In particular, this research has as a fundamental gain the inclusion
of the voice of future teachers in the discussion about their own training practice,
increasing the channel of dialogue between the different agents that build the profile
of the Portuguese teacher.
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