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Mercado de linguas : a instrumentalização brasileira do portugues como lingua estrangeira / Market of languages : the Brazilian instrumentalisation of Portuguese as a foreign languageDiniz, Leandro Rodrigues Alves, 1984- 25 March 2008 (has links)
Orientador: Monica Graciela Zoppi-Fontana / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-11T03:02:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2008 / Resumo: Filiando-nos à História das Idéias Lingüísticas, na sua articulação com a Análise do Discurso de perspectiva materialista, estudamos a construção discursiva do português do Brasil como língua estrangeira (PLE), a partir da ampliação de seu ¿espaço de enunciação¿ (GUIMARÃES, 2002). Para tanto, investigamos duas instâncias da gramatização (AUROUX, 1992) brasileira do português ¿ os livros didáticos (LDs) de ensino de PLE e o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) ¿, aqui concebidos como instrumentos lingüísticos, que se encontram no cerne do que Orlandi (2007a) denomina ¿política de línguas¿. Após um mapeamento da produção editorial brasileira de LDs de PLE desde a primeira publicação na área ¿ que nos permitiu observar interessantes mudanças diacrônicas ¿, constituímos nosso corpus para o estudo desses materiais. Para a investigação do Celpe-Bras, concentramo-nos nos manuais do exame e em uma entrevista com um ex-membro da comissão técnica do Celpe-Bras. Nosso estudo indica que a configuração do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991, pode ser vista como o marco de um novo período no processo de gramatização brasileira (ZOPPI-FONTANA, 2007). Tal período é caracterizado por um gesto político do Estado brasileiro em relação à inclusão do português do Brasil em um espaço geopolítico transnacional, que se reverbera em diferentes iniciativas da sociedade civil. Constitui-se, assim, uma posição de autoria para o Estado/cidadão brasileiro. Percebemos, ainda, que o português é freqüentemente significado como uma língua ¿do mundo da comunicação¿, de ¿troca comercial¿, que ¿está em toda parte¿. Assim, ele é antes representado como uma língua veicular (GOBARD, 1976) do que como uma língua de integração regional. Trata-se, porém, de uma representação específica de língua veicular, ligada ao avanço do ¿capitalismo mundial integrado¿, nas palavras de Guattari (1987). ¿Dominar¿ o português aparece, por exemplo, relacionado ao sucesso, recompensa prometida àqueles que obedecem às ¿leis do Mercado¿, em tempos contemporâneos (PAYER, 2005). Além disso, não se representa o português como uma língua ¿neutra, objetiva, despojada de suas especificidades étnicas¿ (GOBARD, op. cit., p.36). Ao contrário, observamos o funcionamento de um ¿discurso de brasilidade¿, através do qual, de uma maneira ou de outra, faz-se sempre alusão ao Brasil ¿e não a Portugal ¿, o que evidencia o trabalho de uma política do silêncio (ORLANDI, 2002b). Em termos de Mercado, esse discurso permite ¿vender¿ a língua portuguesa, enquanto instrumento para se atingir um objetivo outro, e, por conseguinte, ¿vender¿ os ¿produtos¿ em questão: os LDs e o Celpe-Bras. Em relação ao Estado, percebemos que o Brasil, marcado por políticas lingüísticas portuguesas, passa a disputar com Portugal espaços políticos, simbólicos e econômicos. Concebemos, assim, o português do Brasil não como uma língua globalizada, mas como uma língua transnacional, na medida em que ele se ¿exporta¿ como metonímia do Estado brasileiro. Concluímos, ainda, que a gramatização brasileira do PLE se configura a partir da relação entre as duas meta-instituições que, segundo Payer (op. cit.), desempenham um papel fundamental na constituição do sujeito contemporâneo: o Estado e o Mercado / Abstract: Based on the History of Linguistic Ideas in its relation to the Discourse Analysis from a materialistic perspective, we study the discursive construction of Brazilian Portuguese as a foreign language (PFL), which starts from the broadening of its ¿space of enunciation¿ (GUIMARÃES, 2002). To undertake such research, we investigate two instances of the Brazilian grammatisation of Portuguese ¿ PFL coursebooks and the Certificate of Proficiency in Portuguese as a Foreign Language (Celpe-Bras) ¿, conceived of as linguistic instruments, which are at the core of what Orlandi (2007a) designates the ¿politics of languages¿. After mapping the Brazilian editorial production of PFL coursebooks since the publication of the first material ¿ which enabled us to observe interesting diachronic changes ¿, we composed our corpus for the study of the coursebooks. For the investigation of Celpe-Bras, we concentrated on the exam booklets and on an interview with an ex-member of the technical comission of Celpe-Bras. Our study indicates that the creation of the Southern Common Market (MERCOSUR), in 1991, may be considered the turning point for a new period in the Brazilian grammatisation process (ZOPPI-FONTANA, 2007). This period is characterised by a gesture of the Brazilian State for the inclusion of Brazilian Portuguese in a transnational space of enunciation, which reverberates through different initiatives taken by civil society. A new position of autorship for the Brazilian State / citizen is thereby stablished. In addition, we have observed that Portuguese is frequently signified as a language ¿of the world of communication¿, of ¿commercial trade¿, which ¿is everywhere¿. Therefore, it is represented as a vehicular language (GOBARD, 1976) rather than as a language of regional integration. However, that is a specific representation of a vehicular language, related to the advance of ¿worldwide integrated capitalism¿, in the words of Guattari (1987). For instance, ¿mastering¿ the Portuguese language is related to sucess, as a reward for those who obey Market laws, in contemporaneity (PAYER, 2005). Besides, Portuguese is not represented as a ¿neutral and objective¿ language, ¿dispossessed of its ethnic specificities¿ (GOBARD, op. cit., p. 36). On the contrary, we observe the functioning of a ¿discourse of Brazilianity¿, through which an allusion to Brazil ¿ and not to Portugal ¿ is, one way or the other, always made, revealing the work of the politics of silence (ORLANDI, 2002b). In terms of Market, this discourse enables the ¿sale¿ of the Portuguese language, as an instrument for achieving another objective, and, consequently, the ¿sale¿ of the ¿products¿ in question: the coursebooks and Celpe-Bras. With reference to the State, it is noticeable that Brazil, defined by linguistic policies pursued by Portugal, begins to challenge Portugal regarding political, symbolic and economic spaces. We conceive, therefore, Brazilian Portuguese not as a globalised language, but as a transnational one, since it ¿exports¿ itself as a metonymy of the Brazilian State. We also conclude that the Brazilian grammatisation of PFL is outlined by two metainstitutions which, according to Payer (op. cit.), play a leading role in the constitution of the contemporary subject: the State and the Market / Mestrado / Linguistica / Mestre em Linguística
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