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Geologia e Geocronologia do Complexo Santa Izabel na Região de Urandi, Bahia

Medeiros, Éder Luís Mathias 03 1900 (has links)
Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-02-20T02:09:07Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao_Eder_Luis.pdf: 16465501 bytes, checksum: 22aba23103e8962a2f7ca81100c29ead (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-20T02:09:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao_Eder_Luis.pdf: 16465501 bytes, checksum: 22aba23103e8962a2f7ca81100c29ead (MD5) / O Complexo Santa Izabel compreende rochas orto e paraderivadas que ocorrem no setor oeste do Bloco Gavião, na porção setentrional do Cráton do São Francisco. Esse trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PRONAGEO (Programa Nascional de Geologia) e do convênio UFBA/CPRM/FAPEX. O objetivo geral foi avançar no conhecimento geólogico sobre a constituição e evolução geológica do Complexo Santa Izabel e, por conseguinte, da porção meridional do Bloco Gavião em seu domínio de afloramento na região de Urandi, Bahia. Como objetivos específicos, essa pesquisa pretende: (i) proceder ao mapeamento geológico do Complexo Santa Izabel na região de Urandi; (ii) realizar o estudo petrográfico das unidades cartografadas; (iii) investigar as idades absolutas dos protólitos e do metamorfismo desse complexo; e (iv) elaborar um modelo geológico que contemple as informações obtidas. Como método de trabalho, foram realizadas estudos bibliográficos, analise de imagens através de Sensoriamento Remoto, e geoprocessamento, trabalhos de campo, estudos petrograficos e análises geocronológicas. O levantamento geológico realizado na escala 1:100000 permitiu identificar ortognaisses migmatitos, enclaves maficos e granitoides. Os ortognaisses compreendem bandas máficas, cujo protólito possui composição hornblenda-gabróica, e bandas félsicas, de composição monzodiorítica e granodiorítica. Os migmatitos formam corpos amebóides e fazem contato transicional com os ortognaisses, sendo classificados como metatexitos e diatexitos. Nos primeiros, a composição das rochas é semelhante à que foi identificada para os ortognaisses e neles foram identificadas estruturas estromáticas, de dilatação e em rede. Nos diatexitos a composição predominante do leucossoma é granodiorítica a monzogranítica e foram observadas estruturas nebulíticas, scholen e schlieren. Nas bandas félsicas dos ortognaisses e metatexitos foi identificada uma mineralogia metamórfica de fácies anfibolito (Paragênese I), de idade paleoproterozóica, constituída por quartzo, plagioclásio, K-feldspato, hornblenda e biotita, enquanto que nas bandas máficas predominam hornblenda e plagioclásio. Os monzogranitos sao isotrópicos a levemente anisotrópicos no centro do corpo e bandados a foliados nas bordas. Essas rochas fazem contato ora intrusivo, ora transicional com os migmatitos e ortognaisses, mas também podem ocorrer como diques com espessura centimétrica cortando essas rochas. Os granitóides desse complexo são o produto da migmatização dos ortognaisses. Uma mineralogia de alteração hidrotermal de fácies xisto verde (Paragênese II), de idade neoproterozóica, foi encontrada em todas as rochas desse complexo, sendo constituída por mica branca, epidoto e carbonato. Quatro fases deformacionais compressionais foram identificadas, subdividas em Dn-1, Dn, Dn+1 (Dn+1’/Dn+1’’) e Dn+2. A fase Dn-1 pode ser reconhecida em dobras isoclinais internas à intrafoliação da fase Dn. A fase seguinte, Dn+1, levou ao desenvolvimento de dobras com envoltória simétrica (estágio Dn+1’). Essas estruturas são truncadas por zonas de cisalhamento sinistrais a sinistrais reversas (Estágio Dn+1”) com orientação geral NNW-SSE, que foram geradas sob campo de tensão NW-SE. A última fase de deformação compressional, Dn+2, nucleou zonas de cisalhamento NNW-SSE e WNWESSE com cinemática destral reversa e sinistral, respectivamente. O campo de tensão principal maxima associado com essa fase posiciona-se em WSW-ENE. Amostras de paleossoma e neossoma foram datadas pelo método U/Pb (zircão, SHRIMP), tendo sido obtidas idades paleoarqueanas para os protólitos e em torno de 2.1 Ga para a migmatização das rochas. Os granitoides apresentam uma idade mais jovem de cristalização, em torno de 2.06 Ga e sugerem um posicionamento tardio com relação à deformação. Uma idade em torno de 2.6Ga foi obtida utilizando-se monazitas em ortognaisses, que deve refletir um evento regional de colocação de rochas anorogênicas. / ABSTRACT - The Santa Isabel Complex comprises ortho- and paraderived rocks that occur in the west sector of the Gavião Block, in the northern area of the São Francisco Craton. The geological survey conducted in a 1:100000 scale enabled the identification of mafic enclaves as well as orthognaisses, migmatites, and monzogranites. Orthognaisses comprise mafic bands, whose protolite consists of hornblende gabbro, and felsic bands that consist of monzodiorite and granodiorite. Migmatites form amoeboid bodies and have transitional contact with orthognaisses, and are classified as metatexites and diatexites. In the first ones the rock composition was similar to the one that was identified for orthognaisses and stromatic, dilatation structures, and structures in network were identified. In diatexities, the predominant composition of the leucosome was granodiorite to monzogranite, and nebulitic, schollen and schlieren structures were observed. In the felsic bands of orthognaisses and metatexites, a metamorphic mineralogy of amphibolite facies (Paragenesis I) was identified, from Paleoproterozoic age, made of quartz, plagioclase, k-feldspar, hornblende, and biotite, while hornblende and plagioclase were predominant in mafic bands. Monzogranites were isotropic to slightly anisotropic in the center of the body, and banded to foliated in the edges. These rocks had sometimes intrusive, sometimes transitional contacts with migmatites and orthognaisses, but the contact can also happen with centimeter-thick dykes that cut these rocks. Granitoids of this complex result from the migmatization of orthognaisses. A hydrothermal altered mineralogy of greenschists facies (Paragenesis II), from the Neoproterozoic age, was found in every rock of this complex, and consisted of white mica, epidote, and carbonate. Four deformational-compressional phases were identified and subdivided into Dn-1, Dn, Dn+1 (Dn+1’and Dn+1’’), and Dn+2. The Dn-1 phase could be recognized in isoclinal folds inner to the intrafoliation of the Dn phase. The following phase, Dn+1, lead to the development of folds with symmetric envelopment (stage Dn+1’). These structures were truncated by sinistral to reverse sinistral shear zones (stage Dn+1”), generally with a NNW-SSE orientation, which were generated under NW-SE orientated stress field. The last stage of compressional deformation, Dn+2, nucleated NNW-SSE and WNW-ESE shear zones with reverse and sinistral dextral kinematics, respectively. The stress field associated with this phase was WSW-ENE orientated. Paleosome and neosome samples were dated through the U/Pb (zircon, SHRIMP) method, and Paleoarchean ages were obtained for the protolites, and around 2.1 Ga for rock migmatization. Granitoids were younger, around 2.06 Ga, and suggest a late positioning regarding deformation. Using monazites, a 2.06 Ga was obtained, which should reflect a regional placing event of anorogenic rocks.

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