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Infecção gestacional por Zika Vírus: desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida, contexto ambiental e perfil epidemiológicoZancanelli, Amanda Madeira 19 July 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-07-19 / No ano de 2015, o Brasil enfrentou um surto de infecção por Zika Vírus (ZV), principalmente na região Nordeste, sendo 907 casos em gestantes. Após o nascimento destes lactentes, foi confirmada a associação entre o vírus e diversas malformações congênitas, caracterizando a Síndrome da Infecção Congênita do Zika Vírus (SCZV), que pode levar ao comprometimento das funções motoras, cognitivas, auditivas e visuais. O objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento motor, as oportunidades de estimulação presentes no domicílio de lactentes que foram expostos à Infecção por Zika Vírus na gestação durante os primeiros 20 meses de vida e o perfil epidemiológico desta condição em Juiz de Fora e região. Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, observacional, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF sob parecer n°: 2.001.169. O desenvolvimento motor dos participantes foi avaliado através das Escalas Bayley de Desenvolvimento do Bebê e da Criança Pequena- Terceira Edição (Bayley III) e as oportunidades de estimulação presentes no ambiente domiciliar através do questionário Affordances in the Home Environment for motor Development- Infant Scale (AHEMD-IS) e Self Report (AHEMD-SR). Na descrição do perfil epidemiológico, o presente estudo observou maior taxa de infeção no sexo feminino e na faixa etária de 21 a 41 anos. Quanto ao desenvolvimento motor, cinco participantes apresentaram algum tipo de atraso ou alteração em pelo menos uma das avaliações realizadas, sendo que somente dois foram enquadrados ao nascimento como SCZV. Nenhum participante apresentou microcefalia ao nascimento, porém dois desenvolveram alterações das medidas cefálicas nos meses subsequentes. Foi encontrada correlação forte e moderada entre a Escala Motora da Bayley e o AHEMD nas faixas etárias de 8 a 12 meses e de 17 a 20 meses, respectivamente. Com base nesses resultados conclui-se que a infecção por ZV em Juiz de Fora teve grande potencial de afetar gestantes, pois a maior prevalência foi no sexo feminino e em idade reprodutiva, podendo gerar desfechos desfavoráveis ao feto, mesmo em casos que não foram enquadrados ao nascimento como SCZV, pois foram observados altos porcentuais de atrasos ou alterações no desenvolvimento motor dos participantes do estudo. As relações de moderadas a fortes entre AHEMD e Bayley reforçam a importância do ambiente no desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida, devendo ser dada atenção especial às oportunidades de estimulação presentes no domicílio dos casos onde houve infecção gestacional por ZV. / In the year 2015, Brazil faced an outbreak of infection by Zika Virus (ZV), mainly in the Northeast region, with 907 cases in pregnant women. After the birth of these infants, the association between the virus and several congenital malformations was confirmed, characterizing the Congenital Zika Virus Syndrome (SCZV), which can lead to impaired motor, cognitive, auditory and visual functions. The objective of the present study was to evaluate the motor development, the stimulation opportunities present in the domicile of infants who were exposed to Zika Virus infection during gestation during the first 20 months of life and the epidemiological profile of this condition in Juiz de Fora and region. This is a longitudinal, prospective, observational study, approved by the Human Research Ethics Committee of the Federal University of Juiz de Fora - UFJF under opinion no: 2,001,169. Participants' motor development was assessed using the Bayley Scale of Infant and Toddler Development (Bayley III) and the stimulation opportunities present in the home environment through the Affordances in the Home Environment for Motor Development - Infant Scale (AHEMD-IS) and Self Report (AHEMD-SR). In the description of the epidemiological profile, the present study observed a higher rate of infection in the female sex and in the age group of 21 to 41 years. Regarding motor development, five participants presented some type of delay or alteration in at least one of the evaluations performed, and only two were classified at birth as SCZV. No participant presented microcephaly at birth, but two developed changes in cephalic measurements in the subsequent months. A strong and moderate correlation was found between the Bayley Motor Scale and AHEMD in the 8 to 12 months and 17 to 20 months age groups, respectively. Based on these results, it is concluded that ZV infection in Juiz de Fora had a great potential to affect pregnant women, since the highest prevalence was in females and reproductive age, and could result in unfavorable outcomes to the fetus, even in cases that were not framed at birth as SCZV, as high percentages of delays or motor development changes were observed in the study participants. The moderate to strong relationships between AHEMD and Bayley reinforce the importance of the environment in motor development in the first years of life, and special attention should be given to the stimulation opportunities present in the domicile of cases where there was gestational ZV infection.
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