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Relações de poder no feminismo paulista - 1975 a 1981 / Power relations in feminism in São Paulo

Ribeiro, Maria Rosa Dória 12 August 2011 (has links)
A segunda onda do Movimento Feminista no Brasil emergiu em um contexto de combate à Ditadura. E surgiu em São Paulo como possibilidade de reforçar mais uma frente de luta contra o governo militar. Mas o feminismo ainda era uma novidade pouco conhecida até por aquelas que se declaravam como feministas. Era rechaçado pelos segmentos mais conservadores da sociedade, mas também pelos militantes da Esquerda revolucionária. Estes o consideravam fora de tempo e lugar. Ao impulsionar o movimento social, o feminismo no Brasil reapareceu em meados da década de 70 enfrentando a questão do poder externamente, na sociedade e no Estado, e internamente, no próprio Movimento de Mulheres. Os vários grupos que compunham o campo em que se afirmava o feminismo disputavam o controle do Movimento de acordo com os referenciais tradicionais de poder. E, ao mesmo tempo, buscavam alternativas de gestão do movimento que fugissem daqueles modelos. Ora porque assim as circunstâncias impunham, ora porque assumiam as críticas elaboradas pelo feminismo à natureza patriarcal e autoritária do poder tradicional. As contradições que o Movimento de Mulheres abrigou punham em jogo as posições de todas as suas ativistas, inclusive das próprias feministas. Fazia com que reexaminassem os seus papéis sociais e constatassem as suas condições de oprimidas. Construir as identidades feministas significava romper com os cânones estabelecidos para o ser mulher que haviam aprendido. Assim como implicava assumir-se como sujeito de suas lutas. / The second wave of the Feminist Movement in Brazil emerged in the context of fighting the Dictatorship. And it arose in São Paulo as a possibility to further enhance a battle front against the military government. Yet feminism was still a little known novelty even by those who declared themselves as feminists. It was rejected by the more conservative segments of the society, and also by supporters of the revolutionary Left, who regarded feminism as out of place and time. By propelling the social movement, feminism reemerged in Brazil in the midseventies facing the issue of power both externally, regarding the society and the state, and internally, inside the Women\'s Movement. The various groups comprising the field where feminism was grounded vied for control of the Movement in accordance with traditional references of power. At the same time, those groups sought alternatives to manage the movement, thus trying to escape from those conventional models. And this was because either the circumstances imposed, or because the groups adopted the Feminisms critique regarding the authoritarian and patriarchal nature of traditional power. The contradictions harbored by the Women\'s Movement put at stake the position of all its activists, including the feminists themselves. They were led to re-examine their social roles and to face their condition of oppressed beings. Building feminist identities meant breaking with the established canons that they have learned regarding what is to be a woman. The construction of the feminist identity also meant to become the subject of their own struggles.
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Relações de poder no feminismo paulista - 1975 a 1981 / Power relations in feminism in São Paulo

Maria Rosa Dória Ribeiro 12 August 2011 (has links)
A segunda onda do Movimento Feminista no Brasil emergiu em um contexto de combate à Ditadura. E surgiu em São Paulo como possibilidade de reforçar mais uma frente de luta contra o governo militar. Mas o feminismo ainda era uma novidade pouco conhecida até por aquelas que se declaravam como feministas. Era rechaçado pelos segmentos mais conservadores da sociedade, mas também pelos militantes da Esquerda revolucionária. Estes o consideravam fora de tempo e lugar. Ao impulsionar o movimento social, o feminismo no Brasil reapareceu em meados da década de 70 enfrentando a questão do poder externamente, na sociedade e no Estado, e internamente, no próprio Movimento de Mulheres. Os vários grupos que compunham o campo em que se afirmava o feminismo disputavam o controle do Movimento de acordo com os referenciais tradicionais de poder. E, ao mesmo tempo, buscavam alternativas de gestão do movimento que fugissem daqueles modelos. Ora porque assim as circunstâncias impunham, ora porque assumiam as críticas elaboradas pelo feminismo à natureza patriarcal e autoritária do poder tradicional. As contradições que o Movimento de Mulheres abrigou punham em jogo as posições de todas as suas ativistas, inclusive das próprias feministas. Fazia com que reexaminassem os seus papéis sociais e constatassem as suas condições de oprimidas. Construir as identidades feministas significava romper com os cânones estabelecidos para o ser mulher que haviam aprendido. Assim como implicava assumir-se como sujeito de suas lutas. / The second wave of the Feminist Movement in Brazil emerged in the context of fighting the Dictatorship. And it arose in São Paulo as a possibility to further enhance a battle front against the military government. Yet feminism was still a little known novelty even by those who declared themselves as feminists. It was rejected by the more conservative segments of the society, and also by supporters of the revolutionary Left, who regarded feminism as out of place and time. By propelling the social movement, feminism reemerged in Brazil in the midseventies facing the issue of power both externally, regarding the society and the state, and internally, inside the Women\'s Movement. The various groups comprising the field where feminism was grounded vied for control of the Movement in accordance with traditional references of power. At the same time, those groups sought alternatives to manage the movement, thus trying to escape from those conventional models. And this was because either the circumstances imposed, or because the groups adopted the Feminisms critique regarding the authoritarian and patriarchal nature of traditional power. The contradictions harbored by the Women\'s Movement put at stake the position of all its activists, including the feminists themselves. They were led to re-examine their social roles and to face their condition of oppressed beings. Building feminist identities meant breaking with the established canons that they have learned regarding what is to be a woman. The construction of the feminist identity also meant to become the subject of their own struggles.

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