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Momento de construir: a construção do caso clínico em psicanálise / Moment to construct: the construction of the clinical case in psychoanalysis and its effects

Fender, Wilian Donnangelo 28 June 2018 (has links)
O trabalho de análise não se encerra quando se encerra a sessão analítica. Não se encerra nem para o paciente - que segue em análise - nem para o analista que, a partir das sessões, pode seguir o trabalho na direção da construção do caso clínico. No entanto, o relato das sessões não faz o caso. Dessa inferência, surge nossa questão: o que é essa operação de construção realizada pelo analista que viabiliza essa transformação? E, mais ainda, quais os efeitos que essa construção possibilita? Dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo investigar a construção do caso clínico em psicanálise, de maneira a compreender essa operação e seus efeitos. Deste primeiro objetivo, desdobram-se três objetivos específicos, que correspondem aos objetivos de cada capítulo de nossa organização. O método utilizado foi a investigação da bibliografia específica da área. De cada capítulo, que organizam nossos resultados, temos que: 1) a noção de construção em psicanálise é uma noção que embasa a construção dos casos clínicos, 2) a noção de caso clínico em psicanálise corresponde a um depósito de tradições específicas, tornando o caso clínico escrito para publicação um gênero literário e 3) a construção do caso clínico em psicanálise pode ser organizada didaticamente em objetivos, funções e elementos que a compõem. Elaboramos ainda um quarto capítulo em que a experiência clínica é discutida, com base em nossos achados, a fim de elencar alguns efeitos clínicos que as noções investigadas implicam no tratamento e na clínica psicanalítica. Concluímos que, para que um paciente em psicanálise possa ser chamado de caso, é preciso que o material clínico passe pelo trabalho de construção, realizado por um analista, ou seja, um rearranjo dos elementos recolhidos das sessões analíticas e que possibilita a construção do caso. Apesar dos diversos objetivos, elementos e articulações que elencamos, possíveis na construção de um caso clínico, é dado que a maneira de construir é singular e é determinada pela prática de cada um e pelo destinatário da construção. No entanto, concluímos que se há uma construção, é possível um analista comunicar o caso para além de seu relato, trazendo elementos 10 clínicos, noções e conceitos psicanalíticos que formam a essencial dialética entre teoria e prática / The psychoanalytical work does not stop at the end of the psychoanalytical session. It does not end either for the patient - who keeps on going under analysis - nor for the analyst who, from the sessions, can continue the work in the direction of the construction of the clinical case. However, the report of the sessions does not mean the case. From this inference, our question arises: what is this construction operation carried out by the analyst that makes this transformation viable? And, what\'s more, what effects does this construction implies? Thus, this research aims to investigate the construction of the clinical case in psychoanalysis, in order to understand this operation and its effects. From this first objective, three specific objectives are defined, which correspond to the objectives of each chapter of our organization. The method used was the investigation of the specific bibliography of the area. From each chapter, which organizes our results, we have: 1) the notion of construction in psychoanalysis is a notion that bases the construction of clinical cases, 2) the notion of clinical case in psychoanalysis corresponds to a deposit of specific traditions, what makes the clinical case a literary genre and 3) the construction of the clinical case in psychoanalysis can be organized in objectives, functions and elements that compose it. We also elaborated a fourth chapter in which clinical experience is discussed, based on our findings, in order to list some clinical effects that have the construction of the case for the psychoanalytic clinic. We conclude that for a patient in psychoanalysis to be called a case, it is necessary that the clinical material goes through the construction work performed by an analyst, that is, a rearrangement of the elements collected from the analytical sessions and that allows the construction of the case. Despite the stated objectives of building the case, the way of building is unique and is determined by the practice of each and the recipient of the construction. However, if there is a construct, it is possible for an analyst to communicate the case rather than a report, bringing up psychoanalytical clinical elements, notions e concepts that make the constant dialogue and dialectic between theory and practice
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A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análise / Not informed by the author

Dallazen, Lizana 15 December 2017 (has links)
A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica / The question that originated this research arose from the clinic, field of investigation and heartland of work of the psychoanalyst. When observing the change in psychic constellations that are appearing in the practice, and verifying the limits that the classical technique imposes to the psychoanalytical´s listening, it became necessary to know other theories and techniques that would allow the amplification of the clinical sensitivity, seeking, via countertransference, a way of listening to the psychic contents of patients with failure in the process of symbolization.The research work aimed at developing and sustaining the thesis that the perlaboration of the countertransference can be an important resource that makes available to the analytical work the material necessary to perform constructions in analysis of thing representations. The arguments are constructed in three stages: approximation of the concepts of countertransference and perlaboration, underpinning the first proposition of the thesis of perlaboration of countertransference; presentation of the theoretical contributions on the concept of countertransference, developed by post-Freudian authors, and description of psychoanalytic work, throwing light on the analyst\'s metapsychology, precisely composed by the psychic processes involved in the perlaboration of countertransference, namely, empathy, projective identification in its communicative and rêverie forms.We understand that these three concepts working together allow us to underpin the aesthetic dimension of countertransference, which, through the work of the analyst, provides material to achieve the necessary figurability of primary symbolizations. This is the last step of the thesis, which is to underpin the proposition that the perlaboration of the countertransference is a sine qua non stage of the constructions in the analysis. The work model that we propose as a paradigm for this way of psychoanalysis is Gradiva\'s, who finds in its own hallucination the form of recalling and perlaboration of the representational chains interrupted in the psychism of Hanold. The arguments were developed from the following clinical histories of well-known authors in psychoanalysis: the Man of the Wolves, the analysis of Margareth Little with Winnicott, the case of mutual analysis of Elizabeth Severn and, finally, Didier case of the psychoanalyst Julia Kristeva.The course led us to contribute with the scientific field since three points: to comprehend how the psychoanalyst achieves this work; to elevate countertransference to an aesthetic dimension, which aims to give form and meaning when there are flaws in these aspects in the analysand, and, above all, to recover the concept of hallucination as a process of recalling, which is understood as the matrix of symbolic creation
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A perlaboração da contratransferência e o processo de alucinação do psicanalista como recursos das construções em análise / Not informed by the author

Lizana Dallazen 15 December 2017 (has links)
A questão que originou esta pesquisa surgiu da clínica, campo de investigação e reduto de trabalho do psicanalista. Ao observar a mudança de constelações psíquicas que vêm se apresentando no consultório, e constatar os limites que a técnica clássica impõe à escuta psicanalítica, fez-se necessário conhecer outras teorias e técnicas que possibilitassem a ampliação da sensibilidade clínica, buscando, via contratransferência, uma forma de escutar os conteúdos psíquicos de pacientes com falha no processo de simbolização. O trabalho de investigação visou então desenvolver e sustentar a tese de que a perlaboração da contratransferência pode ser um importante recurso que coloca à disposição do trabalho analítico o material necessário para realizar construções em análise de representações-coisa. Os argumentos são construídos em três etapas: aproximação dos conceitos de contratransferência e de perlaboração, sustentando a primeira proposição da tese de perlaboração da contratransferência; apresentação dos aportes teóricos relativos ao conceito de contratransferência, desenvolvidos por autores pós-freudianos, e descrição do trabalho psicanalítico, lançando luz na metapsicologia do analista, composta, precisamente, dos processos psíquicos envolvidos na perlaboração da contratransferência, quais sejam, empatia, identificação projetiva em sua forma comunicativa e rêverie. Entendemos que esses três conceitos operando juntos permitem sustentar a dimensão estética da contratransferência, que, via trabalho do analista, disponibiliza material para realizar a figurabilidade necessária às simbolizações primárias. Trata-se do último passo da tese, que é sustentar a proposição dequea perlaboração da contratransferência é uma etapa sinequa non das construções em análise. O modelo de trabalho que propomos como paradigma deste modo de psicanalisar é o da Gradiva, que encontra na sua própria alucinação a forma de rememoração e perlaboração das cadeias representacionais interrompidas no psiquismo de Hanold. Os argumentos foram desenvolvidos a partir dos seguintes historiais clínicos de autores consagrados na psicanálise: o Homem dos Lobos, a análise de Margareth Little com Winnicott, o caso de análise mútua de Elizabeth Severn e por fim, o caso Didier da psicanalista Julia Kristeva. O percurso nos levou a contribuir com o campo científico a partir de três pontos: compreender como o psicanalista realiza este trabalho; alçar a contratransferência a uma dimensão estética, que visa dar forma e sentido quando há falhas nesses aspectos no analisando, e, sobretudo, recuperar o conceito de alucinação como processo de rememoração, sendo esta compreendida como a matriz da criação simbólica / The question that originated this research arose from the clinic, field of investigation and heartland of work of the psychoanalyst. When observing the change in psychic constellations that are appearing in the practice, and verifying the limits that the classical technique imposes to the psychoanalytical´s listening, it became necessary to know other theories and techniques that would allow the amplification of the clinical sensitivity, seeking, via countertransference, a way of listening to the psychic contents of patients with failure in the process of symbolization.The research work aimed at developing and sustaining the thesis that the perlaboration of the countertransference can be an important resource that makes available to the analytical work the material necessary to perform constructions in analysis of thing representations. The arguments are constructed in three stages: approximation of the concepts of countertransference and perlaboration, underpinning the first proposition of the thesis of perlaboration of countertransference; presentation of the theoretical contributions on the concept of countertransference, developed by post-Freudian authors, and description of psychoanalytic work, throwing light on the analyst\'s metapsychology, precisely composed by the psychic processes involved in the perlaboration of countertransference, namely, empathy, projective identification in its communicative and rêverie forms.We understand that these three concepts working together allow us to underpin the aesthetic dimension of countertransference, which, through the work of the analyst, provides material to achieve the necessary figurability of primary symbolizations. This is the last step of the thesis, which is to underpin the proposition that the perlaboration of the countertransference is a sine qua non stage of the constructions in the analysis. The work model that we propose as a paradigm for this way of psychoanalysis is Gradiva\'s, who finds in its own hallucination the form of recalling and perlaboration of the representational chains interrupted in the psychism of Hanold. The arguments were developed from the following clinical histories of well-known authors in psychoanalysis: the Man of the Wolves, the analysis of Margareth Little with Winnicott, the case of mutual analysis of Elizabeth Severn and, finally, Didier case of the psychoanalyst Julia Kristeva.The course led us to contribute with the scientific field since three points: to comprehend how the psychoanalyst achieves this work; to elevate countertransference to an aesthetic dimension, which aims to give form and meaning when there are flaws in these aspects in the analysand, and, above all, to recover the concept of hallucination as a process of recalling, which is understood as the matrix of symbolic creation
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Momento de construir: a construção do caso clínico em psicanálise / Moment to construct: the construction of the clinical case in psychoanalysis and its effects

Wilian Donnangelo Fender 28 June 2018 (has links)
O trabalho de análise não se encerra quando se encerra a sessão analítica. Não se encerra nem para o paciente - que segue em análise - nem para o analista que, a partir das sessões, pode seguir o trabalho na direção da construção do caso clínico. No entanto, o relato das sessões não faz o caso. Dessa inferência, surge nossa questão: o que é essa operação de construção realizada pelo analista que viabiliza essa transformação? E, mais ainda, quais os efeitos que essa construção possibilita? Dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo investigar a construção do caso clínico em psicanálise, de maneira a compreender essa operação e seus efeitos. Deste primeiro objetivo, desdobram-se três objetivos específicos, que correspondem aos objetivos de cada capítulo de nossa organização. O método utilizado foi a investigação da bibliografia específica da área. De cada capítulo, que organizam nossos resultados, temos que: 1) a noção de construção em psicanálise é uma noção que embasa a construção dos casos clínicos, 2) a noção de caso clínico em psicanálise corresponde a um depósito de tradições específicas, tornando o caso clínico escrito para publicação um gênero literário e 3) a construção do caso clínico em psicanálise pode ser organizada didaticamente em objetivos, funções e elementos que a compõem. Elaboramos ainda um quarto capítulo em que a experiência clínica é discutida, com base em nossos achados, a fim de elencar alguns efeitos clínicos que as noções investigadas implicam no tratamento e na clínica psicanalítica. Concluímos que, para que um paciente em psicanálise possa ser chamado de caso, é preciso que o material clínico passe pelo trabalho de construção, realizado por um analista, ou seja, um rearranjo dos elementos recolhidos das sessões analíticas e que possibilita a construção do caso. Apesar dos diversos objetivos, elementos e articulações que elencamos, possíveis na construção de um caso clínico, é dado que a maneira de construir é singular e é determinada pela prática de cada um e pelo destinatário da construção. No entanto, concluímos que se há uma construção, é possível um analista comunicar o caso para além de seu relato, trazendo elementos 10 clínicos, noções e conceitos psicanalíticos que formam a essencial dialética entre teoria e prática / The psychoanalytical work does not stop at the end of the psychoanalytical session. It does not end either for the patient - who keeps on going under analysis - nor for the analyst who, from the sessions, can continue the work in the direction of the construction of the clinical case. However, the report of the sessions does not mean the case. From this inference, our question arises: what is this construction operation carried out by the analyst that makes this transformation viable? And, what\'s more, what effects does this construction implies? Thus, this research aims to investigate the construction of the clinical case in psychoanalysis, in order to understand this operation and its effects. From this first objective, three specific objectives are defined, which correspond to the objectives of each chapter of our organization. The method used was the investigation of the specific bibliography of the area. From each chapter, which organizes our results, we have: 1) the notion of construction in psychoanalysis is a notion that bases the construction of clinical cases, 2) the notion of clinical case in psychoanalysis corresponds to a deposit of specific traditions, what makes the clinical case a literary genre and 3) the construction of the clinical case in psychoanalysis can be organized in objectives, functions and elements that compose it. We also elaborated a fourth chapter in which clinical experience is discussed, based on our findings, in order to list some clinical effects that have the construction of the case for the psychoanalytic clinic. We conclude that for a patient in psychoanalysis to be called a case, it is necessary that the clinical material goes through the construction work performed by an analyst, that is, a rearrangement of the elements collected from the analytical sessions and that allows the construction of the case. Despite the stated objectives of building the case, the way of building is unique and is determined by the practice of each and the recipient of the construction. However, if there is a construct, it is possible for an analyst to communicate the case rather than a report, bringing up psychoanalytical clinical elements, notions e concepts that make the constant dialogue and dialectic between theory and practice

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