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"Superprodutos" para "super-humanos": o tempo como mercadoria na sociedade de consumo contemporânea / "Super products" to "superhuman": the time as a commodity in contemporary consumer society

FARIAS, Vanessa Ester Silva January 2014 (has links)
FARIAS, Vanessa Ester Silva. "Superprodutos" para "super-humanos": o tempo como mercadoria na sociedade de consumo contemporânea. 2014. 114f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-02-06T13:55:36Z No. of bitstreams: 1 2014_dis_vesfarias.pdf: 18296918 bytes, checksum: 28e94d2ffb4434644a885eb324a2e923 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-02-06T15:55:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2014_dis_vesfarias.pdf: 18296918 bytes, checksum: 28e94d2ffb4434644a885eb324a2e923 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-02-06T15:55:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2014_dis_vesfarias.pdf: 18296918 bytes, checksum: 28e94d2ffb4434644a885eb324a2e923 (MD5) Previous issue date: 2014 / In a context of rapid technological development, whose promises of benefits/facilities lead to a cult of fetishized consumption as a producer of subjectivities, we question in this paper the paradox between the accelerated development and the growing scarcity of time experienced by individuals, imprisoning him ever more in comprehensive activities. We seek an analysis of psychosocial impact of market logic, expressed in advertising, on the assumption that the commodity fetishism (Marx) manifests itself today twice: not only alienates the social relations of production, but the very subjectivity of the consumer through “super products”. These aggregate “super powers” such as power, high self-esteem and ability to “all-power” and “all-do”, in record time. It is a result of the dissemination of “superhuman” stereotypes, individuals supposedly capable of dealing with the challenges of late modernity, breaking temporal and spatial barriers, via new technologies. Such advertising stereotypes, in turn, are welcomed to the promises of human needs satisfied, instigating the narcissism of individuals (SEVERIANO, 2007). Namely, it sells the idea of “super products” to keep the imagination of narcissistic “superhuman”, naturalizing themselves in this way, the speed of the living and the performance necessary for the accumulation of capital. So, methodologically, this research appears as a theoretical and empirical investigation, theoretical and methodological axis by the Frankfurt School, plus methodological strategies, which include a selection of advertisements. The advertisements collected do appeal to the acceleration of the pace of life through products and services aimed to produce performances “superhuman”. A first collection of advertisements, based on the most prominent content related to the object of study, it was possible to build the following key categories: Omnipotence; Youth and Recognition. The category of Omnipotence refers to advertisements whose promises revolve around the field of nature, expressing power, via products. The category of Youth comes to the uplifting of science as a way to dominate the time and phases of the cycle of life. While in the category of Recognition refers to advertisements that supposedly promote interpersonal relationships and feelings of belonging, recognition, differentiation, friendship, love, etc. In this sense, the final reflections suggest that the time has been valued in the market as a rare object of consumption, aggregate to superprodutos, which causes an apparent objectification of time the weakening of its real sense and its value in use. In addition, individuals have become receptacles of the most varied demands – entered in the key categories – to become "superhuman", generating intense acceleration of the pace of their lives. It also highlights the prominence of category of Omnipotence, leaving clear that contemporary culture has deprived of rightful place own questions of the human condition (such as weakness, imperfection, sadness, finiteness, etc.), for the incorporation of subjectivities. / Em um contexto de vertiginoso desenvolvimento tecnológico, cujas promessas de benefícios/facilidades levam a um culto do consumo fetichizado como produtor de subjetividades, questionamos nessa pesquisa o paradoxo entre esse acelerado desenvolvimento e a crescente escassez de tempo vivenciada pelos indivíduos, aprisionando-o sempre mais em exaustivas atividades. Buscamos uma análise da repercussão psicossocial da lógica do mercado, expressa na Publicidade, partindo do pressuposto de que o fetichismo da mercadoria (Marx) manifesta-se hoje duplamente: aliena não apenas as relações sociais de produção, mas a própria subjetividade do consumidor por meio de “superprodutos”. Estes agregam “superpoderes” tais como potência, elevada autoestima e capacidade de “tudo-poder” e “tudo-fazer”, em tempo recorde. Trata-se da veiculação de estereótipos de “super-humanos”, indivíduos supostamente capazes de lidar com os desafios da modernidade tardia, quebrando barreiras temporais e espaciais, via novas tecnologias. Tais estereótipos publicitários, por sua vez, são acolhidos ante as promessas de saciarem as carências humanas, instigando o narcisismo dos indivíduos (SEVERIANO, 2007). Ou seja, vende-se a ideia de “superprodutos” para manter o imaginário narcísico de “super-humanos”, naturalizando-se, desta forma, a velocidade do viver e a performance necessária à acumulação do capital. Metodologicamente, esse estudo configura-se como uma investigação teórica e empírica, tendo por eixo teórico metodológico a Escola de Frankfurt, acrescida de estratégias metodológicas, as quais incluem uma seleção e análise de peças publicitárias. As publicidades coletadas fazem apelo à aceleração do ritmo de vida através de produtos e serviços destinados a produzirem performances “sobre-humanas”. Numa primeira coleta de peças publicitárias, tendo por base os conteúdos mais proeminentes concernentes ao objeto de estudo, foi possível construir as seguintes categorias-chave: Onipotência; Juventude e Reconhecimento. A categoria de Onipotência refere-se às publicidades cujas promessas giram em torno do domínio da natureza, expressando potência, via produtos. A categoria de Juventude trata do enaltecimento da ciência como forma de dominar o tempo e as fases do ciclo da vida. Enquanto a categoria de Reconhecimento refere-se às propagandas que supostamente promovem os vínculos interpessoais e sentimentos de pertença, reconhecimento, diferenciação, amizade, amor, etc. Neste sentido, as reflexões finais apontam que o tempo tem sido valorado no mercado como um raro objeto de consumo, agregado aos superprodutos, o que ocasiona uma aparente objetificação do tempo o enfraquecimento de seu sentido real e de seu valor de uso. Além disso, os indivíduos têm se tornado receptáculos das mais variadas demandas – inscritas nas categorias-chave – para tornarem-se “super-humanos”, gerando intensa aceleração do ritmo de suas vidas. Destaca-se ainda a proeminência da categoria de Onipotência, deixando evidente que a cultura contemporânea tem destituído do lugar de direito as questões próprias da condição humana (tais como fragilidade, imperfeição, tristeza, finitude, etc.), para a constituição das subjetividades.
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Compulsão por compras: uma análise psicossocial crítica acerca das subjetividades contemporâneas / Impulse buying: a psychosocial critical analysis about contemporary subjectivities

MORAIS, Rebeca Carvalho de January 2011 (has links)
MORAIS , Rebeca Carvalho de. Compulsão por compras: uma análise psicossocial crítica acerca das subjetividades contemporâneas. 2011. 149 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fortaleza-CE, 2011. / Submitted by moises gomes (celtinha_malvado@hotmail.com) on 2012-04-16T17:28:30Z No. of bitstreams: 1 2011_dis_RCMorais.pdf: 26841430 bytes, checksum: 892045c8db100df9a019a9814cfc5f64 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-04-17T12:24:22Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2011_dis_RCMorais.pdf: 26841430 bytes, checksum: 892045c8db100df9a019a9814cfc5f64 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-04-17T12:24:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2011_dis_RCMorais.pdf: 26841430 bytes, checksum: 892045c8db100df9a019a9814cfc5f64 (MD5) Previous issue date: 2011 / The contemporary subjective construction seems to be permeated by the market logic that is responsible for fabricate - through cultural industry - the most different lifestyles to be consumed by man. From this context, we reflect about the new disorders that emerge in the hypermodernity, using as example the behavior of the compulsive shoppers, analyzed from the Frankfurt School´s theoretical framework. Our goal is to understand the meanings of impulse buying, considering the social-cultural aspects and new forms of psychological suffering that the consumer society may be supplying for the men. Methodologically, we´ve made an empirical research at the digital and printed media, at the group Debtors Anonymous and at advertising campaigns that were, posteriorly, analyzed by the theoretical-critical approach. The first data collected at papers, magazines and Internet supported our initial hypothesis about the mostly intrapsychic explanations attributed to the impulse buying. However, in the end, our research showed that the compulsive buyers are not addicted to the objects themselves, but to the very act of consumption which acts as an escape valve for the contemporary malaise - this reveals the psychosocial aspect linked to that phenomenon. So, we detach that the consumer culture, mainly by the fetishism of the objects and seductive strategies of the financial system, acts as a potentiator for this behavior because it proclains, but never obeys, that the signic objects will be able to remedy the uncertainties and anxieties of hypermodern life. This way, we believe that the impulse buying is a rich reflection font about the subjective suffering entailed by the contemporary capitalism that utilizes the logic of desire in favor of the market logic. / A construção subjetiva contemporânea apresenta-se marcadamente permeada pela lógica do mercado responsável por fabricar – via Indústria cultural – os mais diversos estilos de vida a serem consumidos pelo homem. A partir deste contexto, reflete-se acerca dos novos transtornos hipermodernos, tendo por figura exemplar o comportamento compulsivo por compras, analisado a partir do referencial teórico da Escola de Frankfurt. O objetivo é compreender os sentidos da compulsão por compras, considerando os aspectos sócio-culturais e as novas formas de sofrimento psíquico advindos da sociedade de consumo. Para tal, metodologicamente, coletaram-se dados na mídia digital e impressa, no grupo de Devedores Anônimos e em campanhas publicitárias que foram analisados através da abordagem teórico-crítica. Os primeiros dados obtidos em artigos científicos, revistas e internet corroboraram a hipótese inicial acerca das explicações majoritariamente intrapsíquicas atribuídas à compulsão por compras. No entanto, ao final, a pesquisa demonstrou que os compradores compulsivos não são viciados nos objetos em si, mas no próprio ato de consumo que funciona como uma válvula de escape para o mal-estar contemporâneo – o que revela o aspecto psicossocial presente no referido fenômeno. Salienta-se, portanto, que a cultura de consumo, principalmente através do fetichismo das mercadorias e de estratégias sedutoras do sistema financeiro, atua como uma potencializadora para este comportamento, ao proclamar, entretanto sem nunca cumprir, que os objetos sígnicos serão capazes de sanar as incertezas e as angústias hipermodernas. Neste sentido, acredita-se que a compulsão por compras é uma fonte rica de reflexões acerca dos sofrimentos subjetivos provenientes do capitalismo tardio que, cada vez mais, utiliza a lógica do desejo em prol da lógica do mercado.

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