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Adolescência e anticoncepção: iniciação sexual e uso de métodos anticoncepcionais em adolescentes da Ilha de Santiago, Cabo Verde - África Ocidental / Adolescence and Contraception: the onset of sexual life and use of contraceptive methods among adolescents of Santiago Island, Cape Verde - West Africa

Tavares, Carlos Mendes 08 April 2009 (has links)
Objetivo: Descrever a iniciação sexual e o uso de métodos anticoncepcionais e estimar fatores associados a estas condutas, em adolescentes de 13 a 17 anos de idade, de escolas da rede pública de ensino secundário da Ilha de Santiago, Cabo Verde. Métodos: Estudo transversal realizado com amostra probabilística e representativa de 768 adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, de escolas secundárias públicas da Ilha de Santiago em 2007. A associação foi testada pelo teste de proporção, qui-quadrado de Pearson ou Fisher e regressão logística. Para estimar os fatores associados ao uso de métodos anticoncepcionais e preservativo, foi analisada a sub-amostra de 368 adolescentes sexualmente ativos. O início da vida sexual, o uso de métodos anticoncepcionais e o uso de preservativo foram analisados como desfechos. Foram consideradas variáveis independentes: características sociodemográficas, afetivo-sexuais e comportamentais. Foi utilizada regressão logística para análise simultânea dos fatores, considerando-se nível de significância de 5%. Resultados: Entre os adolescentes do sexo masculino, os fatores associados ao início da vida sexual foram: idade maior que 14 anos, ser católico e consumir bebidas alcoólicas. Entre as adolescentes do sexo feminino, possuir mais de nove anos de estudo e parceria afetivosexual foram associados ao início da vida sexual. Entre os 368 adolescentes, 69,3% referiram ter usado métodos anticoncepcionais na sua última relação sexual, sendo mais freqüentes o preservativo (94,9%) e a pílula (26,4%). Fatores significativos e positivamente associados ao uso de métodos anticoncepcionais na última relação foram: morar em município da capital (OR=2,02; IC95%: 1,23;3,32), ter namorado anteriormente à época da entrevista (OR=2,82; IC95%: 1,51;5,26) e ter mais de oito anos de estudo (OR=2,03; IC95%: 1,23;3,33). A prevalência de uso de preservativo na última relação sexual foi de 94,9%. Fatores associados ao uso de preservativo na última relação foram: religião não católica (OR=0,68, IC 95%: 0,52;0,88) e parceria afetivo-sexual no período anterior à pesquisa (OR = 5,15, IC 95%: 1,79; 14,80). Conclusões: Ao contrário de outros contextos da África Subsaariana, foram constadas taxas elevadas de uso de preservativo por adolescentes no início da vida sexual. Os adolescentes podem iniciar a vida sexual de maneira mais segura se tiverem informação, educação sexual e acesso a métodos de prevenção à gravidez e IST. O elevado uso de preservativo e a associação entre escolaridade e utilização de métodos anticoncepcionais entre adolescentes na última relação sexual podem expressar resultados positivos das políticas de saúde sexual e reprodutiva atuais, contribuindo para diminuição da infecção por HIV. Todavia, a influência da religião e da parceria afetivo-sexual no uso de preservativo revela a necessidade de ações de prevenção voltadas para segmentos religiosos não católicos e que não possuem parceria afetivo-sexual. Este estudo oferece elementos para a reflexão sobre o delineamento de políticas de redução da vulnerabilidade dos jovens às IST/Aids e sobre os limites e desafios da promoção do uso do preservativo e educação sexual focando as relações desiguais de gênero. / Objective: To describe the onset of sexual life and the use of contraceptive methods and to estimate factors associated among adolescents aged 13-17 years from public high schools in Santiago Island, Cape Verde. Methods: A cross-sectional study with a probabilistic and representative sample of 768 adolescents aged 13-17 years from public high schools was carried out in Santiago Island, Cape Verde, in 2007. The association was verified by means of test of proportions, Pearsons chi-square, Fishers exact and logistic regression. The subsample of 368 sexually active adolescents was analyzed to estimate the factors associated with contraceptive methods and condom use. The first sexual intercourse and contraceptive methods and condom use were analyzed as outcomes. Sociodemographic, sexual-affective and behavioral characteristics were the independent variables. Logistic regression was used for simultaneous analysis of factors at a 5% significance level. Results: Among male adolescents, the factors associated with the first sexual intercourse were: age over 14 years, being catholic and alcohol consumption. For female adolescents, having more than nine years of schooling and sexual-affective partnership were associated with the first sexual intercourse. Among the 368 adolescents, 69.3% reported use of contraceptive methods in the last sexual intercourse; the most frequent methods were condom (94.9%) and pill (26.4%). Significant and positive factors associated with the use of contraceptive methods in the last sexual intercourse were: living in the capital (OR=2.02; 95%CI: 1.23;3.32), having dated previously the study (OR=2.82; 95%CI: 1.51;5.26) and having more than eight years of schooling (OR=2.03; 95%CI: 1.23;3.33). The prevalence of condom use in the last sexual intercourse was 94.9%. Factors associated with condom use in the last sexual intercourse were: being non-catholic (OR=0.68, 95%CI: 0.52;0.88) and having affective-sexual partnership previously the study (OR=5.15, 95%CI: 1.79;14.80). Conclusions: Contrary to other Sub-Saharan Africa contexts, high rates of condom use in adolescents first sexual intercourse were observed. Adolescents are able to begin sexual life more safely as long as they are provide with information, sexual education and access to contraceptive and STI prevention methods. The high condom use and the association between schooling and contraceptive methods utilization in the last sexual intercourse may express positive outcomes from the current sexual and reproductive health policies, accounting for the decrease in HIV infection. However, the influence of religion and sexual-affective partnership on condom use indicates the need for preventive measures targeted at noncatholic groups and those without affective-sexual partnership. This study contributes for the reflection upon the design of policies aimed at reducing the vulnerability of young people to STI/AIDS and the limits and challenges to promote condom use and sexual education focusing on gender inequalities.
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Adolescência e anticoncepção: iniciação sexual e uso de métodos anticoncepcionais em adolescentes da Ilha de Santiago, Cabo Verde - África Ocidental / Adolescence and Contraception: the onset of sexual life and use of contraceptive methods among adolescents of Santiago Island, Cape Verde - West Africa

Carlos Mendes Tavares 08 April 2009 (has links)
Objetivo: Descrever a iniciação sexual e o uso de métodos anticoncepcionais e estimar fatores associados a estas condutas, em adolescentes de 13 a 17 anos de idade, de escolas da rede pública de ensino secundário da Ilha de Santiago, Cabo Verde. Métodos: Estudo transversal realizado com amostra probabilística e representativa de 768 adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, de escolas secundárias públicas da Ilha de Santiago em 2007. A associação foi testada pelo teste de proporção, qui-quadrado de Pearson ou Fisher e regressão logística. Para estimar os fatores associados ao uso de métodos anticoncepcionais e preservativo, foi analisada a sub-amostra de 368 adolescentes sexualmente ativos. O início da vida sexual, o uso de métodos anticoncepcionais e o uso de preservativo foram analisados como desfechos. Foram consideradas variáveis independentes: características sociodemográficas, afetivo-sexuais e comportamentais. Foi utilizada regressão logística para análise simultânea dos fatores, considerando-se nível de significância de 5%. Resultados: Entre os adolescentes do sexo masculino, os fatores associados ao início da vida sexual foram: idade maior que 14 anos, ser católico e consumir bebidas alcoólicas. Entre as adolescentes do sexo feminino, possuir mais de nove anos de estudo e parceria afetivosexual foram associados ao início da vida sexual. Entre os 368 adolescentes, 69,3% referiram ter usado métodos anticoncepcionais na sua última relação sexual, sendo mais freqüentes o preservativo (94,9%) e a pílula (26,4%). Fatores significativos e positivamente associados ao uso de métodos anticoncepcionais na última relação foram: morar em município da capital (OR=2,02; IC95%: 1,23;3,32), ter namorado anteriormente à época da entrevista (OR=2,82; IC95%: 1,51;5,26) e ter mais de oito anos de estudo (OR=2,03; IC95%: 1,23;3,33). A prevalência de uso de preservativo na última relação sexual foi de 94,9%. Fatores associados ao uso de preservativo na última relação foram: religião não católica (OR=0,68, IC 95%: 0,52;0,88) e parceria afetivo-sexual no período anterior à pesquisa (OR = 5,15, IC 95%: 1,79; 14,80). Conclusões: Ao contrário de outros contextos da África Subsaariana, foram constadas taxas elevadas de uso de preservativo por adolescentes no início da vida sexual. Os adolescentes podem iniciar a vida sexual de maneira mais segura se tiverem informação, educação sexual e acesso a métodos de prevenção à gravidez e IST. O elevado uso de preservativo e a associação entre escolaridade e utilização de métodos anticoncepcionais entre adolescentes na última relação sexual podem expressar resultados positivos das políticas de saúde sexual e reprodutiva atuais, contribuindo para diminuição da infecção por HIV. Todavia, a influência da religião e da parceria afetivo-sexual no uso de preservativo revela a necessidade de ações de prevenção voltadas para segmentos religiosos não católicos e que não possuem parceria afetivo-sexual. Este estudo oferece elementos para a reflexão sobre o delineamento de políticas de redução da vulnerabilidade dos jovens às IST/Aids e sobre os limites e desafios da promoção do uso do preservativo e educação sexual focando as relações desiguais de gênero. / Objective: To describe the onset of sexual life and the use of contraceptive methods and to estimate factors associated among adolescents aged 13-17 years from public high schools in Santiago Island, Cape Verde. Methods: A cross-sectional study with a probabilistic and representative sample of 768 adolescents aged 13-17 years from public high schools was carried out in Santiago Island, Cape Verde, in 2007. The association was verified by means of test of proportions, Pearsons chi-square, Fishers exact and logistic regression. The subsample of 368 sexually active adolescents was analyzed to estimate the factors associated with contraceptive methods and condom use. The first sexual intercourse and contraceptive methods and condom use were analyzed as outcomes. Sociodemographic, sexual-affective and behavioral characteristics were the independent variables. Logistic regression was used for simultaneous analysis of factors at a 5% significance level. Results: Among male adolescents, the factors associated with the first sexual intercourse were: age over 14 years, being catholic and alcohol consumption. For female adolescents, having more than nine years of schooling and sexual-affective partnership were associated with the first sexual intercourse. Among the 368 adolescents, 69.3% reported use of contraceptive methods in the last sexual intercourse; the most frequent methods were condom (94.9%) and pill (26.4%). Significant and positive factors associated with the use of contraceptive methods in the last sexual intercourse were: living in the capital (OR=2.02; 95%CI: 1.23;3.32), having dated previously the study (OR=2.82; 95%CI: 1.51;5.26) and having more than eight years of schooling (OR=2.03; 95%CI: 1.23;3.33). The prevalence of condom use in the last sexual intercourse was 94.9%. Factors associated with condom use in the last sexual intercourse were: being non-catholic (OR=0.68, 95%CI: 0.52;0.88) and having affective-sexual partnership previously the study (OR=5.15, 95%CI: 1.79;14.80). Conclusions: Contrary to other Sub-Saharan Africa contexts, high rates of condom use in adolescents first sexual intercourse were observed. Adolescents are able to begin sexual life more safely as long as they are provide with information, sexual education and access to contraceptive and STI prevention methods. The high condom use and the association between schooling and contraceptive methods utilization in the last sexual intercourse may express positive outcomes from the current sexual and reproductive health policies, accounting for the decrease in HIV infection. However, the influence of religion and sexual-affective partnership on condom use indicates the need for preventive measures targeted at noncatholic groups and those without affective-sexual partnership. This study contributes for the reflection upon the design of policies aimed at reducing the vulnerability of young people to STI/AIDS and the limits and challenges to promote condom use and sexual education focusing on gender inequalities.

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