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As duas faces de um mesmo monumento A igreja e o convento do Carmo em Olinda - Pernambuco

SOUZA, Fernando Antônio Guerra de January 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:05:01Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo2374_1.pdf: 2641674 bytes, checksum: 8ab3ba1a7476237c556eeb1b4a941690 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2007 / Durante mais de cinqüenta anos o Reino de Portugal esteve unido ao de Espanha e quer no seu território ou além-mar pouco se disse da presença desta cultura perante a outra. Não se tem dúvidas sobre o que representou a Espanha no conjunto da arte e da arquitetura da península ibérica. Muito menos se ignora a constituição histórica dos dois reinos. O que interessa se verificar é quanto representou para Portugal aquela cultura de um reino vizinho, nem sempre semelhante com relação aos resultados naqueles dois campos da cultura. No Brasil, considerando que o momento histórico da formação dos assentamentos urbanos coincide com a segunda metade do século XVI e boa parte do seguinte, a pergunta seria: onde se pode perceber a presença daquela tão forte cultura artística nas cidades então existentes? Em tese o que se quer tentar provar é que teria ocorrido materialmente a presença da arte e da arquitetura espanholas em terras do Brasil e em tal período histórico e artístico. Dessa forma ocorreria a presença da cultura espanhola em territórios de Portugal e dos seus domínios no período de tempo considerado: 1580-1640. O escolhido cenário para tal questionamento foi o da Vila de Olinda, no Brasil. Sendo assentamento urbano florescente no século XVI e parte do seguinte graças a uma bem sucedida economia açucareira, todo um ambiente artístico se instalou no lugar face às iniciativas construtivas, primordialmente aquelas voltadas para a arquitetura destinada à religião. Sabemos que desde a metade do século XVI os jesuítas se instalaram na vila. Apesar de receberem terras para a construção da igreja e do colégio somente vão consolidar tais construções nos anos sessenta daquele século. Nesse tempo e na década seguinte reformulam a ermida recebida em doação e constrói igreja maior e depois colégio sob planos do irmão Francisco Dias, então vindo da Ilha Terceira para tal finalidade. Os franciscanos chegam a Olinda em 1585 e já encontram um convento iniciado e em pequenas dimensões, construído por iniciativa da senhora Maria da Rosa. Logo irão ampliar tal construção inicial nos moldes das casas de São Francisco de Portugal. Beneditinos edificam seu pequeno mosteiro desde 1592, segundo as diretrizes de sua Regra e à luz de um padrão provavelmente lusitano. Restam os frades de NossaSenhora do Carmo. Estes se instalam na capitania no final do século e em pleno domínio da União Ibérica. Comparando os resultados de tais construções do século XVI em Olinda, as atenções se voltam para o diferente e singular: a igreja dos carmelitas, único remanescente do conjunto conventual demolido no início do século XX. Tem a igreja composição que diverge das demais. Malgrado sua contrafação principal apresentar características artísticas de dois momentos construtivos diferentes, ela parece encerrar o gosto de edifícios espanhóis do mesmo gênero no além-mar. Por ser obra assim única na vila quinhentista ela obriga uma maior reflexão sobre sua história e necessariamente também conduz os estudos aos resultados de pesquisas arqueológicas recentemente realizadas no edifício. Sendo o nosso problema identificar e provar através da Arqueologia Histórica ter existido influência espanhola na produção cultural no além-mar português tais condições da edificação poderão oferecer meios para que se chegue a conclusões afirmativas ou não. As referências ao Convento de Santo Antônio do Carmo e sua igreja dedicada a Nossa Senhora do Carmo estão presentes desde a História do Brasil de Frei Vicente do Salvador. A pesquisa bibliográfica a respeito do edifício e da Vila de Olinda condicionou uma vasta e longa tarefa. De princípio foram lidos e anotados todos os livros e documentos publicados onde havia notícias sobre o edifício. Depois, para melhor conhecimento das diversas tendências e filosofias de restauração ocorreu pesquisa bibliografia nos Boletins, 130 exemplares, da Direção dos Edifícios e Monumentos de Portugal. Além desses foram lidos e anotados textos com as diversas teorias da restauração. A seguir foram pesquisados livros relacionados com arqueologia e sua história, inclusive aquela onde se começou a empregar a arqueologia na restauração de monumentos em Pernambuco. Depois de lidos e com as anotações se realizou com o orientador uma análise das idéias contidas nos textos e suas importâncias para a tese. Com todas essas anotações foram organizados os capítulos da tese e se começou a redigir. O que se verificou nos primeiros textos escritos até o século XIX foi uma repetição entre os autores cronologicamente até o século XIX da mesma referência histórica sem maiores pesquisas na edificação. O primeiro a reunir as informações foi o historiador pernambucano F. A. Pereira da Costa. Em um livro sobre Olinda Frei Bonifácio Mueller refere-se, com dados de Pereira da Costa, onde acrescenta algunscomentários sobre a igreja e convento. Depois dele e com análises importantes no que se refere à questão artística e arquitetural temos o texto do Conservador do Louvre Germain Bazin. Após o francês temos a pesquisa realizada, com Bolsa do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq, pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes. Por outro lado, certas dúvidas eram impossíveis de serem sanadas diante da ausência de uma maior prospecção na estrutura do edifício remanescente a igreja, inclusive no nível abaixo do piso. Tal aconteceu por conta dos trabalhos efetuados pelo IPHAN em 2006 e verificada in loco. Também, por conta da tese apresentada, para comprovação ou não, foram lidos inúmeros livros relacionados com a arte e a arquitetura espanhola da época de Ouro, o século XVII e seu antecedente. Em 1985, o arquiteto José Luiz Mota Menezes escreveu uma monografia sobre a igreja onde informa a respeito da arquitetura do edifício e teceu algumas considerações, entre as quais a sua possível relação à arquitetura da Espanha do século XVI. Pouco mais se escreveu sobre o assunto que viesse modificar o então conhecido. A tese apresentada foi organizada, por conta dos princípios antes referidos em duas partes consideradas instrumentais para a elaboração de uma terceira e suas conclusões. Na primeira será considerada a História do lugar, a Vila de Olinda, e do monumento em particular e sua relação com a História de Portugal e da Espanha naquele período de tempo antes considerado de entre 1580 e 1640. Numa segunda parte serão tecidas considerações sobre a arqueologia em tempo histórico e suas aplicações no Brasil, particularmente em Pernambuco e em edificações onde se fizeram restaurações ou interpretações sobre sua história. Na terceira são empregados tais conhecimentos aos reuni-los com os decorrentes da pesquisa arqueológica na igreja, então, como se disse realizada pela 5ª SR do IPHAN e de conhecimento do doutorando. Finalmente não se considerou como fonte principal as informações do IPHAN que se referem à Ordem 3ª do Carmo
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Nossa Senhora do Carmo do Recife: A brilhante Senhora dos muitos rostos - e sua festa

MEDEIROS, Bartolomeu Figueirôa de 31 July 1987 (has links)
Submitted by Caroline Falcao (caroline.rfalcao@ufpe.br) on 2016-05-31T14:39:28Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) 301M488n Dissertação.pdf: 21702696 bytes, checksum: 759baff28cfb9d08c0150c0f16a29b19 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-05-31T14:39:28Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) 301M488n Dissertação.pdf: 21702696 bytes, checksum: 759baff28cfb9d08c0150c0f16a29b19 (MD5) Previous issue date: 1987-07-31 / A Festa de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira da cidade do Recife, apresenta um quadro de participações especificas e diversificadas: do clero da cidade e religiosos do Convento do Carmo; das classes dirigentes do Estado, que residem na Capital, incluindo as Autoridades Estaduais e Municipais; das classes populares e médias de toda a Região Metropolitana do Recife; das comunidades religiosas afrobrasileiras; e dos setores populares mais diversos, na festa "profana" ou "de rua". Estes vários segmentos sociais e religiosos dão sustentação a festa e concorrem para o conjunto da mesma com configurações especificas e determinadas, a partir do seu modo próprio de festejar a Padroeira. Consequentemente a isto, coexistem simultaneamente nos rituais, ocorrências e comportamentos de tipo arcaico e de tipo moderno, além de a Senhora do Carmo do Recife representar configurações simbólicas distintas para aqueles diversos grupos sociais e religiosos, elencados acima, e para segmentos dentro dos grupos, que a reverenciam. Deste modo, poderíamos falar, simbolicamente, nos vários “rostos" da Senhora que, acima de todas as representações, possui a de Mãe-Rainha: A "Rainha Coroada ao Recife". Aventamos a hipótese de que, aos modos específicos de festejar a Padroeira, correspondem cinco níveis na festa, cinco "festas' distintas, por assim dizer, numa equivocidade de rituais e símbolos que proporcionaram a este fenômeno sócio-cultural-religioso que me propuz estudar, uma complexidade e riqueza de significados, realmente desafiadoras.

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