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A coletivização agrícola em questão: comparação entre a produção coletiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as Cooperativas de Produção Agropecuárias de Cuba / Agricultural Collectivization in question: Comparing the collective production of the Landless Workers\' Movement (MST) and the Agricultural Production Cooperatives of Cuba

Thomaz, Fernanda 15 December 2015 (has links)
A presente pesquisa de doutorado teve o objetivo de analisar o modelo socialista de produção agrícola coletiva implantado através das Cooperativas de Produção Agropecuárias (CPAs), tanto em Cuba, a partir do início da década de 1970, quanto pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Brasil, a partir de meados da década de 1980. Nas CPAs a lógica de vida e produção camponesa são transformadas para dar lugar ao trabalho agrícola na lógica socialista. O trabalho antes realizado pela família camponesa, visando a satisfação das suas necessidades, passa a ser realizado pelo trabalhador cooperado, visando o aumento da produção, produtividade e eficiência. A coletivização agrícola é decorrente de um debate histórico no interior do marxismo sobre a necessidade de transformações nas relações de produção e propriedade visando a superação do capitalismo. A perspectiva teórica que a fundamenta é a marxista-leninista, que vê o campesinato como classe em extinção no capitalismo, e sem lugar no socialismo. A principal tese que a sustenta é a superioridade da grande produção agrícola em detrimento da pequena produção camponesa. No Brasil, a pesquisa de campo foi realizada em assentamentos do MST do Estado do Pará, e em Cuba, no município de Vinhales, província de Pinar del Río. Uma contradição semelhante a ambos os casos é que a agricultura coletiva, como grande unidade produtiva, demanda investimentos e recursos permanentes, que nem sempre as cooperativas são capazes de arcar. Com isso há perda de autonomia sobre a produção e os resultados econômicos podem não ser os esperados. Em decorrência, tanto no MST, quanto em Cuba, há um movimento de reflexão sobre as contradições da produção agrícola coletiva, e um considerável retorno dos cooperados à condição camponesa, trazendo à tona novamente o debate sobre o papel do campesinato na construção de um mundo melhor e mais justo. / The doctoral research this aimed to analyze the socialist model of collective agricultural production implemented through the Agricultural Production Cooperatives (CPAs), both in Cuba, from the beginning of the 1970s, and by the Rural Workers Landless Movement ( MST) in Brazil since the mid-1980s CPAs In the logic of life and peasant production are transformed to make way for agricultural labor in the socialist logic. The work done before the peasant family in order to satisfy their needs, is now held by the cooperative worker, aimed at increasing production, productivity and efficiency. The agricultural collectivization is due to a historical debate within Marxism on the need for changes in production and property relations aimed at overcoming of capitalism. The theoretical perspective underlying it is the Marxist-Leninist, you see on the peasantry as a class endangered in capitalism, and no place in socialism. The main thesis that sustains it is the superiority of large agricultural production at the expense of small peasant production. In Brazil, the field survey was conducted in the state of Para MST settlements, and Cuba in the town of Vinales, Pinar del Río. A similar contradiction to both cases is that collective farming, as large manufacturing plant, investment demand and permanent resources that are not always cooperatives are able to afford. Thus, there is a loss of autonomy over production and economic results cannot be expected. As a result, both the MST, as in Cuba, there is a reflection movement on the contradictions of collective farming, and a considerable return of the cooperative to the peasant condition, bringing up again the debate on the role of the peasantry in building a world better and fairer.

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