Spelling suggestions: "subject:"corpo pulsional/orógeno"" "subject:"corpo pulsional/estrógeno""
1 |
Crianças surdocegas, corpo & linguagemBezerra, Luiz Carlos Souza 29 April 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-08-18T11:53:32Z
No. of bitstreams: 1
Luiz Carlos Souza Bezerra.pdf: 1062162 bytes, checksum: bfd273bfda35c722874187552b0974dd (MD5) / Made available in DSpace on 2016-08-18T11:53:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Luiz Carlos Souza Bezerra.pdf: 1062162 bytes, checksum: bfd273bfda35c722874187552b0974dd (MD5)
Previous issue date: 2016-04-29 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research looks at the effects of sense privation in the relationship between
mothers and deaf-blind children. In order to achieve such a goal, the discussion was
carried out having as basis the psychoanalytical conception of body. Considering the
status of the body in Freudian Psychoanalysis made it possible to reflect on a motherchild
relationship that influences directly the constitution of the erogenous body. The
fundamental research matters are first laid out and after that the implications of deafblindness
as a unique condition that results in a double sense privation are discussed.
The discussion is brought to the field of Psychoanalysis as the outcome of the adoption
of the hypothesis that looking at deaf-blind children from the viewpoint of sensorial
imperfection and of the marks of the real in the body is the same as not taking into
consideration essential aspects for the discussion on the uniqueness of the subject.
The concept of “child as a pulsional body” was thus drawn on from the work of Cláudia
de Lemos on “child phrases”. It was by the contact with those “phrases” that the
subject-matter “child” emerged. Phrases in which, at first glance, traces of alienation
regarding what other people say seem to be predominant, and which are, at second
glance, characterized by mistakes and unusual constructions. In order to respond to
the questions on the psychological and epistemic subject and, above all, to find
answers to the questions about the child, De Lemos finds in Psychoanalysis the
conception of pulsional body, which is consistent with the data she obtained by means
of empirical research. This conception will be discussed with the aid of the works by
Freud, mainly those that deal with the sex theories of children, because children, as
Freud and De Lemos (1992; 2003) see them, are subjects constituted in the
relationship with their mothers’ otherness; a child that is interrogated by their questions
on child sexuality. In a second moment of the research, the status of the body in the
theoretical elaborations of Freud was questioned. The questioning is based on the child
sexuality and supports, like Freud and Lecraire, a conception of erogenous body.
Freud, by proposing the theory of sexuality, identifies a discontinuity regarding biology
that is brought to the relation unconscious-pulsion and to the relation with sexual
pleasure, which is not restricted to genitals but connected to unconscious desire. The
mother-baby relation is thus permeated by the motherly want for sexual pleasure, as
the mother “looks at the child with feelings derived from her own sex life” and treats
them as the “substitute of an entirely legitimate sex object” (FREUD, [1905] 1996, p.
211). According to Freud, the relation between the child and the other is that of
survival, dependence, and constitution, the libidinal investment on the child body made
by the Other-mother being noteworthy. There is, according to Psychoanalysis, an
erogenous body which is constituted in the Other/other relation and has no unity, no
hierarchy, and no organization. It is a body that designates a dispersion, not a unity
(LECLAIRE, 1992, 2007). This theoretical discussion draws on a reading by De Lemos
(1992, 2003) of the relation holding between body, language, and capture, with the
objective of providing understanding on the implications of the Other-mother in the
constitution of the body and of the language. At a third moment, some segments of
interviews with four mother of deaf-blind children are discussed. The research suggests
that deaf-blindness has multiple effects in the imaginary representation of mothers of
deaf-blind children and that in some cases these effects may influence the libidinal
investment in the body / Esta pesquisa aborda os efeitos da privação sensorial na relação mãe-filho surdocego.
Para tanto, essa discussão é encaminhada a partir de uma concepção psicanalítica de
corpo. Assim, abordar o estatuto do corpo na Psicanálise freudiana possibilitou pensar
em uma relação mãe-bebê que incide diretamente na constituição do corpo erógeno.
Após centrar as questões fundamentais da pesquisa, discutem-se as implicações da
surdocegueira como condição única que resulta da dupla privação sensorial. Partindo
da hipótese de que olhar a criança surdocega pela via da imperfeição sensorial e das
marcas do real do corpo não leva em consideração aspectos essenciais para refletir
sobre a singularidade do sujeito, desloca-se a discussão para o campo da Psicanálise.
Assim, foi recolhida uma afirmação de “criança como corpo pulsional”, que aparece no
trabalho de Cláudia de Lemos sobre “falas de criança”. Dessa forma, foi a partir da
escuta para essas “falas”, que a questão sobre a “criança” emergiu. Falas em que, em
um primeiro tempo, predominam indícios de sua alienação à fala do outro e, em um
segundo, são perpassadas por erros e construções insólitas. Para responder a essas
ocorrências que interrogam a ideia de sujeito psicológico, epistêmico, e que, mais que
tudo, levantam uma interrogação sobre a própria criança, De Lemos encontra na
Psicanálise a concepção de corpo, que convém aos achados empíricos que recolheu:
a de criança como corpo pulsional. A afirmação da autora será discutida a partir da
leitura do texto freudiano, mais especialmente, das teorias sexuais das crianças, pois a
criança, para Freud e De Lemos (1992; 2003), é concebida enquanto sujeito que se
constitui na relação com o outro materno; uma criança interrogada por suas questões
que estão assentadas na sexualidade infantil. Em um segundo momento da pesquisa,
interrogou-se o estatuto do corpo nas elaborações teóricas de Freud. Essa
interrogação parte da sexualidade infantil para sustentar, com Freud e Leclaire, uma
concepção de corpo erógeno. Freud, ao propor a teoria da sexualidade, marca uma
descontinuidade com o biológico e a insere na relação inconsciente-pulsão assim
como na relação com o prazer sexual, que não está sob a rubrica do genital, mas sob
a ordem do desejo inconsciente. Assim, a relação mãe-bebê é permeada pelo desejo
materno, pelo prazer sexual, uma vez que “a mãe contempla a criança com
sentimentos derivados de sua própria vida sexual” e a trata como o “substituto de
objeto sexual plenamente legítimo” (FREUD, [1905] 1996, p. 211). Com Freud,
observa-se que a relação da criança com o outro é de sobrevivência, de dependência
e de constituição, destacando-se, portanto, o investimento libidinal que o Outromaterno
faz no corpo da criança. Há, em Psicanálise, um corpo erógeno constituído na
relação com o Outro/outro, um corpo que não tem uma unidade, nem hierarquia, nem
uma organização. Trata-se de um corpo que não designa uma unidade e sim, uma
dispersão (LECLAIRE, 1992, 2007). Nesse itinerário teórico, retoma uma leitura acerca
da relação corpo, linguagem e captura, do trabalho de De Lemos (1992; 2003). A
discussão visa a compreender a implicação do Outro-materno na constituição do corpo
e da linguagem. Em um terceiro momento, discutem-se alguns segmentos de
entrevistas com quatro mães de crianças surdocegas. A pesquisa sinaliza que a
surdocegueira produz múltiplos efeitos nas representações imaginárias de mães de
crianças surdocegas e, que, em alguns casos, podem incidir no investimento libidinal
no corpo
|
Page generated in 0.0996 seconds