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Auto-ecologia de espécies de couratari (Lecythidaceae): uma abordagem para o manejo e conservaçãoProcópio, Lilian Costa 03 December 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-12-03 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM / “Tauaris” are trees which belong to Lecythidaceae and are among the most logged timber
species of Amazonia. However, their auto-ecology is poorly known, partly due to the use of
only a few local names for all the species. This study defines, firstly, tauari species that occur
in non-flooded forests of Amazonia and their patterns of abundance and geographic
distribution. Then it characterizes regeneration aspects through functional morphology and
biometry of fruits and seeds and germination physiology. Finally, the study defines the growth
strategies of trees (DBH>10 cm). Data from herbaria and from >400 ha of inventory
throughout the Amazonian biome were used to characterize the geographic ranges and the
species abundances. Morpho-functional descriptions of fruits and seeds were based on
material collected from trees of Central Amazonia (Manaus and Belterra, Brazil). The
morphology of germination was described from experiments in the nursery. The physiology
of germination was based on tests of seed tolerance to dessication, photoblastism and
germination at different constant temperatures between 15 and 35 ° C. Growth strategies were
defined through anual growth rates (average and maximum) based on 25-years monitoring in
two forests logged under several cutting intensities (Paracou, French Guina; Belterra-Pará,
Brazil). The tauari group consists of 14 species of the three genus. Nine were invetoried in the
study areas. Couratari guianensis has the largest geographic range and is most frequent in
inventories, however always with low densities (<1 tree/ha). Couratari stellata, C. multiflora,
C. oblongifolia and Cariniana micrantha showed large geographical ranges (>1.10^6 km2),
high frequencies and medium/high densities. Couratari atrovinosa, C. longipedicellata and C.
tauari showed low abundances and regional or restricted ranges. The study provides new
information about carpologia of poorly collected species (C. atrovinosa, C. tauari, C.
longipedicellata) and the first description of the fruit of C. atrovinosa. For five simpatric
Couratari species fo Central Amazonia, biometric measurements pointed out the need for a
revision of the sections and / or a the variables of the fruit that determine each section. The
slow drying of the fruit allows a gradual dispersal of seeds, unique among Lecythidaceae.
Seedlings of the five Couratari species with foliaceous cotyledons and photosynthetic
reserves in the hypocotyl are a rare morpho-functional type. The hypocotyl, folded below the
insertion of the cotyledons, is a type that was still not documented. The seeds of each species
showed desiccation tolerance, since germinated after reaching 7.9%, or less, of seed water
content. Germination occurred in light and dark. C. guianensis and C. stellata had high
germination rates at constant temperatures between 15 to 35 °C while C. longipedicellata and
C. atrovinosa germinated significantly less below 20 °C and above 25 °C. The five species
can be separated by the seed dispersal period (dry or rainy season). Temperature of 25 °C was
appropriate for evaluation of seed quality of the five species. The group has characteristics
that help management of seeds and species propagation species such as desiccation tolerance,
fast germination, in every light conditions and temperature of 25 °C appropriate for seed
quality evaluation. Growth strategies, described for Couratari guianensis, C. multiflora and
C. stellata, were specific to each one and related to wood density and maximum size of the
adults. C. stellata, emergent, had a weak growth potential (GP) in sub-canopy and much
higher above (DAP 10-19 cm: 4 mm/ano; >30 cm: 16 mm/ano) and high growth rates for the
largest adults (dbh>30 cm; 4,6-5,9 cm/year). In contrast, C. multiflora, lower canopy species,
had a GP negatively correlated to tree size and the lowest average growth rate for adults
(dbh>30 cm; 1,8-2,3 mm/year). Logging stimulated the growth of the three species during 15
years and growth increased with logging intensity. The growth of C. multiflora was positively
correlated to the intensity of the dry season. The different growth strategies of the three
species have consequences on the forest management. This work allowed to classify the
species studied of Couratari as late secondary species. / Tauari é a denominação popular das madeiras provenientes de várias espécies de
Lecythidaceae e estão entre as mais exploradas na Amazônia. A auto-ecologia destas espécies
é mal conhecida devido, em parte, ao agrupamento sob o mesmo nome vernacular. Este
estudo determina as espécies de tauari ocorrentes nas florestas de terra firme do bioma
Amazônia e os seus padrões de abundância e de distribuição geográfica; caracteriza aspectos
da regeneração pela morfo-biometria funcional dos frutos e sementes e pela fisiologia da
germinação e define as estratégias de crescimento das árvores (DAP>10 cm). Dados de
herbários e inventários (>400 ha) no bioma Amazônia foram usados para caracterizar as
abundâncias e distribuições geográficas específicas. Descrições morfo-funcionais e medições
de frutos e sementes foram feitas a partir de coletas em árvores da Amazônia Central (Manaus
e Belterra, Brasil). A morfologia da germinação foi descrita a partir de experimentos em
viveiro. A fisiologia da germinação foi analisada a partir de ensaios de tolerância das
sementes ao dessecamento, o fotoblastimo e a capacidade de germinar em diferentes
temperaturas constantes entre 15 e 35 °C. Estratégias de crescimento foram definidas com
base nas taxas de crescimento diamétrico anual (médias e máximas) das árvores durante ~25
anos em florestas exploradas sob diversas intensidades (Paracou, Guiana Francesa; Belterra-
PA, Brasil). O nome vernacular tauari agrupa 14 espécies dos gêneros Couratari, Cariniana e
Allantoma. Nove foram inventariadas no estudo. Couratari guianensis se destacou por sua
maior área de distribuição e alta freqüência nos inventários, porém sempre com abundância
baixa (<1 árvore/ha). Cariniana micrantha, Couratari stellata, C. multiflora, C. oblongifolia
apresentaram ampla distribuição (>1.10 6 km2), alta freqüência e densidades localmente altas.
Couratari atrovinosa, C. longipedicellata e C. tauari mostraram abundâncias baixas e
distribuição regional ou restrita. O estudo traz novas informações sobre a carpologia de
espécies pouco coletadas (C. atrovinosa, C. tauari, C. longipedicellata) e a primeira descrição
do fruto de C. atrovinosa. A biometria apontou a necessidade de uma revisão das seções
infragenéricas e/ou das variáveis dos frutos que determinam cada seção para cinco espécies
simpátricas da Amazônia Central. A secagem lenta do fruto permite a dispersão gradual das
sementes, única entre as Lecythidaceae. As plântulas das cinco espécies de Couratari com os
cotilédones foliáceos fotossintetizantes e reservas no hipocótilo constituem um tipo morfo-
funcional raro. O hipocótilo, dobrado abaixo da inserção dos cotilédones, era um tipo ainda
não documentado. As sementes destas cinco espécies são tolerantes ao dessecamento, pois
germinaram com teor de água abaixo de 7,9%. A germinação ocorreu na luz e no escuro.
Couratari guianensis e C. stellata apresentavam germinação máxima entre 15 a 35 °C
enquanto C. longipedicellata e C. atrovinosa germinaram menos, abaixo de 20 °C e acima de
25 °C. A época de dispersão das sementes (estação seca ou chuvosa) permite separar as
espécies. O manejo das sementes e a propagação destas espécies são facilitados pela
tolerância ao dessecamento, a germinação rápida, sem necessidade de luz, e a temperatura de
25 °C adequada para avaliação da qualidade das sementes. A estratégia de crescimento
definida para C. guianensis, C. multiflora e C. stellata, foi intrínseca da espécie e relacionada
à densidade da madeira e tamanho máximo das adultas. Couratari stellata, emergente, teve
um potencial de crescimento (PC) fraco no sub-dossel e muito maior acima (DAP 10-19 cm: 4
mm/ano; >30 cm: 16 mm/ano), com altas taxas de crescimento das maiores adultas (DAP>30
cm; 4,6-5,9 cm/ano). Ao contrário, C. multiflora, espécie de dossel inferior, teve um PC
negativamente correlato ao tamanho das árvores e o menor crescimento médio para as adultas
(DAP>30 cm: 1,8-2,3 mm/ano). O estímulo do crescimento pela exploração durou ~15 anos e
foi maior nas áreas mais exploradas. O crescimento de C. multiflora foi positivamente
correlato à intensidade da estação seca. As diferentes estratégias de crescimento têm
conseqüências sobre o manejo florestal. Este trabalho permitiu classificar as espécies de
Couratari estudadas como segundárias tardias na sucessão florestal.
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