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Fatores preditivos para tuberculose em crianças infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência HumanaVAN-DÚNEM, Joaquim Carlos Vicente Dias 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / A presente tese teve como objetivo identificar os fatores preditivos associados à tuberculose em
crianças infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em um hospital de nível terciário da
África subssariana.
Dela fazem parte quatro artigos:
1- Revisão de literatura sobre a problemática da co-infecção Mycobacterium tuberculosis / Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV), com enfoque nos aspectos da epidemiologia, nos aspectos
de diagnóstico da tuberculose, nos fatores preditivos e na discussão do papel da BCG em
crianças infectadas pelo HIV.
2- Estudo de caso controle com 902 crianças (230 casos / 672 controles), infectadas pelo HIV e
atendidas em hospital terciário de Angola. Foram investigados, mediante um modelo
hierárquico os fatores preditivos para a tuberculose. Os fatores identificados como associados
à tuberculose foram: socioeconômicos (o desemprego, a aglomeração domiciliar, as condições
desfavoráveis de moradia), da estrutura familiar (a orfandade e irmão falecido por AIDS), dos
cuidados de saúde (distância ao local de atendimento, irregularidade de consultas AIDS e não
adesão à medicação anti-retroviral) e da condição clínica (categoria clinica das classes B / C
do CDC e imunodeficiência).
3- Avaliação do efeito protetor da vacina Bacille Calmette-Guérin (BCG), contra a tuberculose,
usando o mesmo universo de crianças e a mesma relação de casos por controle. A BCG não
revelou efeito protetor contra tuberculose em crianças HIV positivas.
4- Foi estimada a validade da leitura da cicatriz BCG como indicador de vacinação passada em
crianças infectadas pelo HIV. Foram usados três padrão ouro: cartão de vacinas, informação
do responsável em crianças com cartão de vacinas e informação dos responsáveis (independentemente do cartão de vacinas). A cicatriz vacinal mostrou ser um bom indicador de
vacinação passada.
A identificação dos fatores que aumentam a chance de crianças HIV positivas desenvolverem
tuberculose ativa contribui para antecipar intervenções ao nível individual e dos serviços,
acrescentando novos fatores, aos fatores clássicos para a tuberculose como são as condições
socioeconômicas desfavoráveis. Assim nessas crianças a intervenção em fatores distais tais como a
regularidade de consultas e a adesão à medicação anti-retroviral, podem ter um impacto positivo nos
fatores mais proximais como a imunodeficiência. A clarificação do papel da vacina BCG em crianças
HIV, que vá para além do seu efeito protetor, mas que inclua igualmente a sua segurança a médio e
longo prazo deve constituir uma sugestão para a agenda de pesquisa. Da mesma forma faz-se
necessário conhecer o desempenho da BCG contra formas graves de tuberculose nestas crianças. A
cicatriz vacinal pelo BCG mostrou ser um bom indicador de vacinação passada em crianças infectadas
pelo HIV, achado relevante por ser usada freqüentemente em estudos observacionais que estimam a
efetividade e cobertura vacinal, realizados em contextos onde os registros médicos e cartão de vacinas
nem sempre estão disponíveis
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