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(In)visibilidades no campo da saúde mental infantojuvenil: tessituras e desenlaces na construção da atenção psicossocial e do cuidado em rede

FÉLIX, Lívia Botelho 20 December 2016 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2017-08-09T16:17:55Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Tese de Doutorado_Livia Botelho Felix.pdf: 3868601 bytes, checksum: dd3d1d78f890511b1aa9745fe222f884 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-09T16:17:55Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Tese de Doutorado_Livia Botelho Felix.pdf: 3868601 bytes, checksum: dd3d1d78f890511b1aa9745fe222f884 (MD5) Previous issue date: 2016-12-20 / CAPES / Esta tese teve por objetivo compreender a dimensão da prática profissional na construção dos cuidados em saúde mental infantil em suas imbricações com as representações sociais. Propôsse a realização de uma pesquisa com ênfase na abordagem qualitativa, desenvolvida em 2 (dois) estudos. O primeiro estudo se refere a uma pesquisa documental que visou perscrutar as políticas públicas que orientam os cuidados à saúde mental infantil, apreendendo as representações normativas de infância e cuidado. Para tanto, foram analisados 28 (vinte e oito) documentos inseridos na legislação em saúde mental brasileira. Os resultados apontam invisibilidades e fragmentações nas políticas de saúde mental voltadas para a infância, cuja construção é atravessada por consensos e dissensos, processos políticos, sócio-históricos e de influência social. Refletiu-se que a ênfase atribuída por determinados segmentos e as pressões sociais exercidas para que o Estado intervenha sobre problemas específicos, como o uso de drogas e o autismo, escamoteia outras demandas e especificidades da infância enquanto categoria do tipo geracional. O segundo estudo teve a finalidade de analisar a produção de cuidados formais à saúde mental infantojuvenil em sua relação com as práticas profissionais no contexto dos serviços de saúde. Participaram desta pesquisa uma gestora da rede de saúde mental do estado de Pernambuco e 8 psicólogas/os atuantes em Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF). Verificou-se uma série de impasses que demonstram a fragilidade da rede disponível nesse município para atender às crianças com demandas em saúde mental, a exemplo da insuficiência de serviços substitutivos. No que concerne ao funcionamento e aos desafios vivenciados pelas/os psicólogas/os em suas atuações no NASF, identificou-se a existência de precárias condições de trabalho, objetivadas na ausência de recursos físicos e humanos, na desqualificação dos profissionais e na existência de conflitos na natureza do vínculo (contrato temporário versus concurso público), dentre outras. Ademais, as representações sociais subjacentes às práticas e experiências desses profissionais no cuidado de crianças em sofrimento psíquico apontam conflitos entre tradições e inovações na atuação de psicólogas/os no NASF. Nesse sentido, destacaram-se as dificuldades de manejo de distintos grupos sociais (como profissionais de saúde da atenção básica e professores) frente às demandas da infância no âmbito da atenção básica. Argumenta-se que esse desafio se objetiva na própria anulação da existência de demandas em saúde mental infantil, visto que ora são construídas pela escola em seu discurso patologizante e medicalizante, ora são provocadas pela família percebida como “desestruturada” e “inapta” a cuidar da criança. Verificou-se, assim, que as práticas de cuidado à saúde mental infantil são construídas em meio às negociações de saberes de distintas ordens e da experiência vivida face às demandas e às circunscrições das condições concretas de vida e de trabalho. Conclui-se que a dimensão de (in)visibilidade da criança no campo da saúde mental em distintos níveis de análise (institucional, organizacional e grupal) é balizada pelo atravessamento de 3 (três) marcadores que eminentemente remetem à alteridade: a infância, a loucura e a pobreza. / This thesis aimed to understand the dimension of professional practice in the construction of care in children's mental health in its relations with the social representations. It was proposed to carry out research with emphasis on the qualitative approach, developed in 2 (two) studies. The first study refers to a documentary research that sought to examine the public policies that guide child mental health care, seizing normative representations of childhood and care. Therefore, we analyzed twenty-eight (28) documents inserted in the legislation in Brazilian mental health. The results show invisibility and fragmentation in mental health policies for childhood, whose construction is crossed by consensus and dissent, political processes, sociohistorical and social influence. It was conceived that the emphasis given by certain segments and the social pressures exerted for the State to intervene on specific problems, such as drug use and autism, conceal other demands and specificity of childhood as a category of generational type. The second study aimed to analyze the production of formal mental health care child-juvenile in its relation to professional practices in the context of health services. This research had the participation of a manager of the mental health network of the state of Pernambuco and eight psychologists working in Family Health Care Centers (NASF). We verified a series of impasses that demonstrate the fragility of the network available in this municipality to attend to children with mental health demands, such as the absence of substitute services. With regard to the functioning and challenges experienced by the psychologists in their actions in the NASF, the existence of precarious work conditions was identified, objectified in the absence of physical and human resources, the disqualification of professionals and the existence of conflicts arising from the contract (temporary contract versus public tender), among others. In addition, the social representations underlying the practices and experiences of these professionals in the care of children in psychic suffering point to conflicts between traditions and innovations in the performance of psychologists in NASF. In this sense, the difficulties of managing different social groups (such as primary health care professionals and teachers) were highlighted in relation to the demands of childhood in basic care. It is argued that this challenge is aimed at the annulment of the existence of demands on children's mental health since they are sometimes constructed by the school in its pathologizing and medicalizing discourse, sometimes caused by the family perceived as "unstructured" and "incapable” of caring the child. Thus, it was verified that child mental health care practices are built in the midst of the negotiation of different kinds of knowledge and of the lived experience of the demands and circumscriptions of the concrete conditions of life and work. It is concluded that the dimension of (in) visibility of the child in the field of mental health at different levels of analysis (institutional, organizational and group) is marked by the crossing of three (3) markers eminently referring to otherness: childhood, insanity and poverty.

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