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Economia desregrada : Marx, Keynes e Polanyi e a riqueza no capitalismo contemporaneo

Garlipp, Jose Rubens Damas 05 February 2001 (has links)
Orientador: Luis Gonzaga de Mello Belluzzo / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia / Made available in DSpace on 2018-08-06T21:10:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Garlipp_JoseRubensDamas_D.pdf: 3722319 bytes, checksum: 29fd1624c440ba99a81f8b911b680810 (MD5) Previous issue date: 2001 / Resumo: Em um esforço para apanhar o substrato do capitalismo contemporâneo, esta tese busca identificar as formas como o desaparecimento das regras e das fronteiras deixa o capital entregue às suas próprias leis de movimento. Nesse sentido, propõe que um quadro aproximativo do capitalismo contemporâneo pode ser desenhado por meio do conceito de economia desregrada (INTRODUÇÃO). O argumento explorado é o de que a construção de circuitos internacionais produtivos e, principalmente, financeiros de valorização do capital responde pelo desmantelamento do 'padrão¿ global de desenvolvimento herdado do pós-guerra. Assim é que a financeirização da riqueza, exponenciada pelas inovações dos instrumentos financeiros e desregulação dos mercados que caracterizam as políticas econômicas ocidentais das últimas décadas, ao tempo em que preside a lógica de valorização do capital, não faz mais que tornar claro o objetivo precípuo do capitalismo: a expansão da riqueza abstrata. Esta característica central e distintiva do capitalismo é, sob perspectivas teóricas distintas, sublinhada por Marx, Keynes e Polanyi, autores que analisam os fundamentos da riqueza capitalista e recusam a advocacia clássica acerca da capacidade de auto-regulação do mercado. Por conta disso, defendemos que o recurso às suas contribuições (CAPÍTULOS I, II e III, respectivamente) permite elencar os elementos teóricos que consideramos basilares para se situar a temática das transformações recentes no interior de uma lógica imanente à economia desregrada, de modo que a história econômica do capitalismo no último quarto do século XX é a de um mundo que perde as suas referências e resvala para a instabilidade e crises recorrentes, na exata medida em que se espraia o desaparecimento das regras e das fronteiras que disciplinam o capital. É no interior dessa perspectiva analítica e teórica que procuramos mapear as falhas estruturais do sistema erigido em Bretton Woods, cuja arquitetura institucional responde, em grande parte, pelo arranjo societário desde o segundo pós-guerra até a deflagração da crise do consenso keynesiano (CAPÍTULO IV). Igualmente, são apreciadas as transformações que ocorrem na seqüência da ruptura do sistema de Bretton Woods, com vistas a apreendermos as determinações mais importantes das novas tensões que se desdobram até a crise atual (CAPÍTULO V), com o que tratamos dos experimentos de coordenação que marcaram o último quarto do século XX com o intuito de assinalar que, desde aquela ruptura, o sistema encontra-se sob a égide de uma coordenação sem regras. A sucessão de crises financeiras que então se instala torna explícita a exacerbação da tendência à instabilidade intrínseca da economia desregrada. Depois de abordadas algumas das contribuições recentes da literatura econômica sobre as crises financeiras, identificamos, nas propostas de reordenamento da arquitetura financeira internacional filiadas ao pensamento convencional, a busca dos mesmos princípios baseados na auto-regulação, em contraste com as propostas que partem do reconhecimento daquela instabilidade. Na seqüência, apontamos os vetores que a instituição de uma 'nova arquitetura financeira internacional¿ poderia comportar, não sem antes destacar a presença de importantes constrangimentos impostos por uma realidade marcada pela supremacia das finanças liberalizadas e desreguladas. Os determinantes de uma tal realidade, segundo entendemos (CONCLUSÃO), estão presentes em Marx, Keynes e Polanyi, cujas contribuições fornecem os elementos que permitem desenhar um quadro aproximativo do capitalismo contemporâneo, quadro esse cuja expressão mais acabada, conforme a tese desenvolvida, é a economia desregrada / Abstract: In an effort to pick the substratum of the contemporary capitalism, this thesis intends to identify the ways how the disappearance of the rules and of the borders leaves the capital given to their own movement laws. In that sense, it proposes that an approximate picture of the contemporary capitalism can be drawn through the concept of de-ruled economy (Introduction). The explored argument is what the construction of productive international circuits and, mainly, financial of capital valorization answers for the dismantle of the global 'pattern' of development inherited from the postwar period. So that the financial wealth, exacerbated by both the innovations of the financial instruments and the deregulation of the markets that characterize the economic policies in last decades, at the time in that it presides the capital valorization logic, it doesn't do more than to turn clear the capitalism prime objective: the expansion of the abstract wealth.This central and distinctive characteristic of the capitalism is, under different theoretical perspectives, underlined by Marx, Keynes and Polanyi, authors that analyze the foundations of the capitalist wealth and they refuse the classic legal profession concerning the market self-regulation capacity. Due to that, we defended that the resource to their contributions (respectively, Chapters I, II and III) it allows recovering the theoretical elements that we considered basic to place the theme of the recent transformations inside an immanent logic to the de-ruled economy, so that the economical history of the capitalism in the last room of the century XX is the one of a world that loses their references and it slides for the instability and appealing crises, in the exact measure in that it overflows the disappearance of the rules and of the borders that discipline the capital. It is inside that analytical and theoretical perspective that we tried to map the structural flaws of the system erected in Bretton Woods, whose institutional architecture answers, largely, for the social arrangement from the second postwar to the explosion of the keynesian consensus crisis (Chapter IV).Equally, we appreciated the transformations that happen in the sequence of the rupture of Bretton Woods system, with intention of apprehend the most important determinations of the new tensions that are unfolded until the current crisis (Chapter V), with what we treated of the coordination experiments that marked the last room of the century XX with the intention of marking that, from that rupture, the system is under the aegis of a de-ruled coordination. The recurrence of financial crises that then is installed turns explicit the exacerbation of the de-ruled economy intrinsic instability tendency. After having approached some of the recent contributions of the economic literature on the financial crises, we identified, in the proposals of reordering the international financial architecture adopted to the canonical thought, the search of the same principles based on the self-regulation, in contrast with the proposals that leave of the recognition of that instability. Then, we pointed the vectors that the institution of a 'new international financial architecture' it could hold, not without before to detach the presence of important constraints imposed by a reality marked by the supremacy of the liberalized and deregulated finances.The determinant of a such reality, as we understood (Conclusion), are present in Marx, Keynes and Polanyi, whose contributions supply the elements that allow to draw an approximate picture of the contemporary capitalism, that whose accurate expression is, according to the developed thesis, the de-ruled economy / Doutorado / Teoria Economica / Doutor em Ciências Econômicas

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