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A Fala da Mãe no Processo de Diferenciação dos SujeitosScorsi, Letícia 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Faculdade dos Guararapes / O objetivo deste trabalho foi investigar o papel da fala da mãe no processo de diferenciação dos sujeitos. Investigamos este processo a partir da comunicação mãe-bebê ao longo dos meses iniciais de vida do bebê. A perspectiva dos Sistemas Dinâmicos (Fogel & Thelen, 1987; Lewis, 2000; Lyra, 2000; Thelen & Smith, 1994; van Geert, 2002, 2003) nos permitiu conceber a díade mãe-bebê como compondo um sistema que exibe um caráter interativo, que se conserva aberto e sempre em transformação, admitindo novas formas ou padrões anteriormente não existentes. A perspectiva dialógica, especialmente referida a Bakhtin (1992; 1997; 1999; 2003) nos permitiu encarar como estes novos padrões fazem emergir um sujeito psicológico único, que é também relacional (Lyra, 2006a). Ambos os referenciais teóricos propõem uma visão em direção à díade mãe-bebê que coloca os parceiros em condição de interdependência. A primeira perspectiva citada propõe que sistemas abertos estão em constante transformação e que o desenvolvimento ocorre através do mecanismo de auto-organização do sistema. A perspectiva dialógica propõe que o diálogo é essencial para o desenvolvimento do sujeito e que nas relações dialógicas reside a possibilidade de mudança. A fala da mãe foi analisada segundo dois aspectos: as transformações nas posições que ela assume ao longo deste processo comunicativo (fala por si, fala pelo bebê e fala combinada); e a trajetória de desenvolvimento do fenômeno em questão expressa na fala da mãe. Este último aspecto implicou conceber as amostragens como historicamente estruturadas (HSS) (Valsiner & Sato, 2006), e possibilitou a identificação do Ponto de Equifinalidade (EFP) e dos Pontos de Passagem Obrigatórios (OPPs) expressos nesta fala ao longo deste processo de desenvolvimento. Foram analisadas as trocas estabelecidas por duas díades mãe-bebê da sexta semana de vida do bebê até a semana em que atingiram o predomínio da abreviação, de acordo com o Modelo EEA (Lyra, 2000; 2006a, 2007a, 2007b; Lyra & Bertau, 2008). Seguimos o método do estudo de caso (Yin, 2005; Valsiner, 1997), onde primeiramente realizamos uma análise microgenética (Granott & Parziale, 2002; Lewis, 2002; Thelen & Corbetta, 2002), visando investigar as minúcias deste processo de desenvolvimento. Em seguida foi realizada a análise macrogenética, onde buscamos identificar como as micro-variações assumem agrupamentos maiores naquilo que é chamado de tempo de desenvolvimento (Lyra, 2006a). Foi identificado o que há de comum às duas díades, possibilitando esboços de generalização do fenômeno observado. Os resultados encontrados sugerem um paralelismo entre a fala da mãe e a dinâmica das interações ao longo da construção dos diálogos abreviados (Lyra, 2007b). As trajetórias de desenvolvimento das duas díades analisadas evidenciam o mecanismo conhece-distancia-elabora que possibilita o processo de diferenciação dos sujeitos
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