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A questão do erro sintomático na trajetória lingüística da criança: singularidade de um casoTorres Leal, Katarina January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Este trabalho objetivou investigar dificuldades na fala de uma criança sem
comprometimentos biológicos e/ou neurológicos, entendendo tais dificuldades como
erro sintomático , um erro que aparece nas produções verbais infantis, não se
restringindo apenas a uma questão lingüística, mas apontando para um obstáculo
nas relações com o outro, no percurso de constituição subjetiva. Adotou-se, como
base, a perspectiva de De Lemos, que concebe a trajetória lingüística como um
processo de mudança de posição da criança numa estrutura, na qual comparecem
três pólos: fala do outro, a língua e a fala da criança. Essa trajetória é compreendida
como o próprio processo de subjetivação do indivíduo, considerando a linguagem
como constitutiva, uma condição para a significação/nascimento do sujeito. Tendo
em vista a concepção psicanalítica de sintoma, o referido erro é abordado como um
obstáculo na mudança de posição da criança naquela estrutura e como indicador de
uma posição diferenciada/singular que a criança estaria ocupando. Fundamentouse,
também, na perspectiva de Kupfer, a qual considera que um erro de ordem
sintomática (dentro da cognição infantil) decorreria de uma falha estrutural no
processo de constituição do sujeito, que estaria vinculada às relações familiares
estabelecidas em sua vida. Assumiu-se, ainda, a abordagem de Lier-De Vitto, a qual
produz reflexões originais sobre o sintoma na linguagem, qualificando positivamente
a fala sintomática. Para atender ao objetivo, essa pesquisa investigou uma criança,
em torno de sete anos de idade, que apresentava dificuldades como trocas de letras
e atraso de linguagem e estava realizando tratamento fonoaudiológico e psicológico,
numa instituição de saúde do Recife. Foram registradas as falas, em momentos de
diálogos com a investigadora, a partir de leituras de histórias infantis e produções de
desenhos. Além disso, foram realizadas entrevistas com os profissionais citados e
com a mãe da criança, para se ter uma indicação de sua história de vida e da
maneira como essas dificuldades na fala eram representadas. Por fim, foram
levantadas algumas questões acerca das marcas sintomáticas nas produções orais
da criança, levando-se em consideração a própria fala da mãe, bem como o discurso
dos profissionais e o modo singular de composição e circulação de elementos
significantes na fala do sujeito
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