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Falas vazias: língua, referência e sujeito na demência

Landi, Rosana 19 October 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T18:23:34Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rosana Landi.pdf: 468150 bytes, checksum: a523f0351c6d85209089f6843624cdec (MD5) Previous issue date: 2007-10-19 / This study focuses on questions raised in the course of clinical observation involving patients with dementia, more particularly, the ones with Alzheimer s Disease (AD). It aims at discussing, with particular emphasis, the symptomatic speech manifestations of the common events referred to in literature as anomia or empty speech speech, although grammatically well formed, does not properly convey meaning neither does it establish reference. I departure from a critical review of the literature of the fields of Medicine and Speech Therapy. The assessment of such literature indicated that - despite the variability concerning both the description of speech symptoms in AD and its causes - all studies eventually mention a loss of external reference in characterizing the patients speech. Such common trait between otherwise differing studies is interpreted as being the result of the theoretical assumption of language as nomenclature. It is argued that in such a perspective reduces language to a code which can, as so, be approached through descriptive apparatuses (based either on grammar, pragmatics or semantics). This view on language is associated with the notions of language and sign, sustained by Classical Philosophy, as well as with the notion of psychological subject. It is pointed out that the process of displacement of such notions to clinical fields involves a significant loss of conceptual strength. In this dissertation, I examine different approaches to the speech of AD patients. In order to do so, I assume the theoretical perspective on language which was inaugurated by Saussure a perspective that promoted a discontinuity in the path traditionally followed in the reflections on language (and the sign) in western literature. From this point of view, language is not a nomenclature. Such a statement guided the interpretation of the speech of AD patients presented in this study. As a result of this theoretical approach, it is argued, that the so-called empty speech can be finally recognized as being full of truth the truth of a singular relationship between a speaking-subject and language / Este trabalho aborda uma questão suscitada pelo meu encontro com falas de sujeitos com demência, ou seja, com manifestações sintomáticas que, na literatura sobre o assunto, são designadas como anomia - diminuição de vocabulário funcional e como fala vazia - falas que, embora articuladas e coesas, são esvaziadas de sentido, carente de referências. Parto de um levantamento bibliográfico não exaustivo, porém extenso, de trabalhos na área da demência. Explorei com maior detalhe estudos referentes à Doença de Alzheimer (DA), desenvolvidos nos campos clínicos na Medicina e na Fonoaudiologia. Pude observar que, apesar das diferenças quanto ao tipo de explicação sobre suas causas e quanto ao modo de descrição dos sintomas na fala, em todas as pesquisas sobre a DA a perturbação lingüística é caracterizada em termos de perda da referência externa. Argumento que, em todos eles, a linguagem é implicitamente assumida como uma nomenclatura. Em outras palavras, ela é código, pode ser abordada a partir de aparatos categoriais (gramaticais, pragmáticos ou semânticos) e tem, declaradamente, as funções representativa e designativa. Trata-se de uma visão fortemente ligada às concepções de linguagem e de signo que movimentaram a Filosofia Clássica, que deixam em saliência a concepção de sujeito psicológico. Essa perspectiva sobre a linguagem se estende, com perdas conceituais, sem dúvida, para os campos clínicos. Nesta tese, discuto tais abordagens (na verdade redutíveis a uma). Tomo o partido de Saussure porque dou reconhecimento à enunciação da ordem própria da língua, um corte em relação ao pensamento ocidental sobre a linguagem e sobre o signo. Segundo Milner (1978), Saussure não é mais um na história das idéias lingüísticas e filosóficas sobre a linguagem: ele é UM. Seu pensamento é exigente e oferece resistência. Assumo, com Saussure que a língua não é nomenclatura e procuro retirar conseqüências teóricas e empíricas para a escuta e explicação de sujeitos com demência. Procuro fazer valer as leis de referência interna da linguagem que deslocam o signo para o lugar de efeito de suas operações. Com base neste solo teórico, encontro na ditas falas vazias , falas plenas de uma verdade sobre a relação profunda e indissolúvel do sujeito com a linguagem

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