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Introduzindo argumentos: uma proposta para as sentenças ditransitivas do português brasileiro / Introducing arguments: the case of ditransitives in Brazilian PortugueseCalindro, Ana Regina Vaz 03 November 2015 (has links)
O objetivo desta tese é discutir uma mudança diacrônica na introdução dos argumentos indiretos das sentenças ditransitivas do português brasileiro (PB). Desde o século XIX, o PB iniciou uma reanálise das estratégias possíveis para a introdução de seus objetos indiretos (OI), generalizando o uso da preposição lexical para em detrimento da preposição a, nos contextos de verbos ditransitivos de movimento, transferência e criação dar, enviar, preparar, respectivamente. Ao mesmo tempo em que essa mudança ocorreu, a expressão morfológica do argumento dativo representada pelo clítico dativo de terceira pessoa lhe(s) também foi substituída por outras estratégias, tais como objetos pronominais para / a ele(s)/ ela(s) (cf. Gomes, 2003; Freire, 2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Com o intuito de apresentar uma análise abrangente desse processo de mudança histórica no PB, analisei um corpus jornalístico composto por 223 primeiras capas da Folha de São Paulo escritas entre as décadas de 1920 e 2010, recolhidas do livro 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha. Dessa forma, o PB não possui mais a expressão de caso dativo, nem através da preposição funcional a, nem do clítico dativo lhe(s), portanto assumo nesta tese que, diferentemente do PE, a introdução dos argumentos indiretos em PB não pode ser feita através de núcleos aplicativos. Assim sendo, o PB passou de um tipo de língua que apresentava evidência de Caso dativo para uma variante na qual apenas Caso oblíquo é atribuído ao OI por meio de preposições transitivas lexicais. Desse modo, proponho que os argumentos indiretos em PB são introduzidos por uma projeção pP (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007; Wood 2012). / The aim of this paper is to discuss a diachronic change in the introduction of indirect arguments in Brazilian Portuguese (BP). Since the 19th century, BP has initiated a reanalysis of the possible strategies to head indirect objects (IO) by generalizing the use of the full preposition para to instead of the preposition a in ditransitive sentences with verbs of movement, transfer and creation as dar give, enviar send and preparar prepare, respectively. Alongside with the substitution of the prepositions stated above, the morphological notation of the dative argument - represented by the third person clitic lhe(s) has also been replaced by other strategies, such as 3rd person pronouns preceded by para - para ele(s)/ ela(s) to him/ her/ them (cf. Gomes, 2003; Freire,2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Hence, in order to make a more thorough analysis of this historical change in BP, I analyzed a corpus of first pages from a Brazilian newspaper, Folha de São Paulo collected in the monograph 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha (90 years of History through the most important cover pages of Folha), which spans the 20th century with 223 covers from 1920 to 2010. Hence, as BP cannot express the dative case anymore, nor via a functional preposition, nor by its morphologic counterpart (the dative clitic lhe), it has also lost the possibility of introducing dative elements in its argument structure by an applicative head. Thus, BP has shifted from a type of language which has evidence for Case, as EP, to one where Case is assigned via lexical prepositions. Consequently, I assume that the indirect arguments in BP are always headed by a lexical preposition and are introduced in the argument structure via a p head (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007 and Wood 2012).
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Introduzindo argumentos: uma proposta para as sentenças ditransitivas do português brasileiro / Introducing arguments: the case of ditransitives in Brazilian PortugueseAna Regina Vaz Calindro 03 November 2015 (has links)
O objetivo desta tese é discutir uma mudança diacrônica na introdução dos argumentos indiretos das sentenças ditransitivas do português brasileiro (PB). Desde o século XIX, o PB iniciou uma reanálise das estratégias possíveis para a introdução de seus objetos indiretos (OI), generalizando o uso da preposição lexical para em detrimento da preposição a, nos contextos de verbos ditransitivos de movimento, transferência e criação dar, enviar, preparar, respectivamente. Ao mesmo tempo em que essa mudança ocorreu, a expressão morfológica do argumento dativo representada pelo clítico dativo de terceira pessoa lhe(s) também foi substituída por outras estratégias, tais como objetos pronominais para / a ele(s)/ ela(s) (cf. Gomes, 2003; Freire, 2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Com o intuito de apresentar uma análise abrangente desse processo de mudança histórica no PB, analisei um corpus jornalístico composto por 223 primeiras capas da Folha de São Paulo escritas entre as décadas de 1920 e 2010, recolhidas do livro 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha. Dessa forma, o PB não possui mais a expressão de caso dativo, nem através da preposição funcional a, nem do clítico dativo lhe(s), portanto assumo nesta tese que, diferentemente do PE, a introdução dos argumentos indiretos em PB não pode ser feita através de núcleos aplicativos. Assim sendo, o PB passou de um tipo de língua que apresentava evidência de Caso dativo para uma variante na qual apenas Caso oblíquo é atribuído ao OI por meio de preposições transitivas lexicais. Desse modo, proponho que os argumentos indiretos em PB são introduzidos por uma projeção pP (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007; Wood 2012). / The aim of this paper is to discuss a diachronic change in the introduction of indirect arguments in Brazilian Portuguese (BP). Since the 19th century, BP has initiated a reanalysis of the possible strategies to head indirect objects (IO) by generalizing the use of the full preposition para to instead of the preposition a in ditransitive sentences with verbs of movement, transfer and creation as dar give, enviar send and preparar prepare, respectively. Alongside with the substitution of the prepositions stated above, the morphological notation of the dative argument - represented by the third person clitic lhe(s) has also been replaced by other strategies, such as 3rd person pronouns preceded by para - para ele(s)/ ela(s) to him/ her/ them (cf. Gomes, 2003; Freire,2005; Torres Morais & Berlinck, 2006, 2007; Torres Morais & Salles 2010). Hence, in order to make a more thorough analysis of this historical change in BP, I analyzed a corpus of first pages from a Brazilian newspaper, Folha de São Paulo collected in the monograph 90 anos de história nas capas mais importantes da Folha (90 years of History through the most important cover pages of Folha), which spans the 20th century with 223 covers from 1920 to 2010. Hence, as BP cannot express the dative case anymore, nor via a functional preposition, nor by its morphologic counterpart (the dative clitic lhe), it has also lost the possibility of introducing dative elements in its argument structure by an applicative head. Thus, BP has shifted from a type of language which has evidence for Case, as EP, to one where Case is assigned via lexical prepositions. Consequently, I assume that the indirect arguments in BP are always headed by a lexical preposition and are introduced in the argument structure via a p head (cf. Svenonius 2003, 2004, 2007 and Wood 2012).
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Os verbos de transferência/movimento no PB e a expressão do objeto indireto. Revisitando a noção de estrutura argumental à luz da morfologia distribuída / Verbs of transfer/movement in the brazilian portuguese and the expression of indirect object. Revisiting the concept of argument structure in the light of distributed morphologyMoretti, Fabiana Cristina Baldim Lopes 04 February 2011 (has links)
Os verbos que expressam eventos de transferência/movimento no PB são formados a partir de Raízes que envolvem, em sua semântica, um agente, um elemento transferido/movido e um recebedor/alvo. Geralmente, esses verbos formam construções sintáticas ditransitivas, em que o agente é expresso por meio do sujeito, o elemento transferido/movido por meio de um objeto direto e o recebedor/alvo por meio de um objeto indireto. Nesses contextos sintáticos, o objeto indireto tem suscitado, na literatura pertinente, algumas discussões sobre sua natureza, como: argumento ou adjunto, e, ainda, complemento dativo ou complemento oblíquo. Essas discussões demonstram a indefinição do estatuto sintático-semântico desse elemento para as teorias linguísticas. Entendemos que essas discussões estão ligadas à concepção de estrutura da gramática assumida pelos diferentes pesquisadores e, também, ao modo como estes entendem que as noções de estrutura argumental e de estrutura sintática interagem dentro dessa concepção. Em outras palavras, o debate surge, pois, na caracterização da relação gramatical do objeto indireto com o verbo, é fundamental que o pesquisador disponha de uma teoria da estrutura argumental que lhe permita estabelecer o mapeamento e o licenciamento dos argumentos na sintaxe. Assumimos, neste trabalho, a estrutura da gramática tal como esta é concebida pela Morfologia Distribuída (Distribuited Morphology, doravante, DM) (Halle & Marantz 1993). Segundo a DM, os morfemas são constituídos por traços sintáticosemânticos disponibilizados pela Gramática Universal. Os verbos consistem de morfemas-l (Raízes) em determinadas relações estruturais com morfemas-f, licenciadores de estruturas sintáticas de natureza verbal. Não pressupondo um mapeamento determinístico das propriedades semânticas das Raízes na sintaxe, a DM consegue explicar a possibilidade de um mesmo verbo ocorrer em mais de uma estrutura sintática, sem precisar recorrer, por exemplo, a duas entradas lexicais para esse mesmo verbo. Dessa forma, constitui-se em um modelo mais vantajoso para explicar fenômenos relacionados à estrutura argumental e à realização de argumentos do que modelos baseados na entrada lexical, o que justifica nossa opção teórica. Além disso, essa teoria nos permite participar das discussões mencionadas acima sobre o objeto indireto. Assumimos que esse elemento tem o estatuto de argumento dos verbos de transferência/movimento (VT/M) no PB, sendo um complemento dativo. Pressupostos como a inserção tardia de fonologia em Spell-Out (uma operação póssintática) e a subespecificação do item de vocabulário, assinaladas pela DM, dão conta de explicar os casos em que o objeto indireto não é realizado fonologicamente, ocorrendo na estrutura sintática como um argumento nulo anafórico ou como um argumento implícito sem referência anafórica, bem como os casos em que esse elemento não ocorre na estrutura sintática derivada pelo verbo dar. / Verbs which express transfer/motion events in Brazilian Portuguese are formed by Roots that involve, in their semantics, an agent, a transferred/motioned element and a receiver/goal. In general, these verbs form ditransitive syntactic constructions, in which the agent is expressed through the subject, the transferred/motioned element through de direct object and the receiver/goal through the indirect object. In these syntactic contexts, the indirect object has aroused, in the relevant literature, some discussions about its nature: argument or adjunct, and, yet, dative complement or oblique complement. These discussions show the indefinition of the syntactic-semantic status of this element inside linguistic theories. We understand that these discussions are connected to the conception of grammar structure assumed by the different researchers, and, also, to the way they understand argument structure and syntactic structure interact inside this conception. In other words, the debate arises for, in the characterization of the grammatical relation of the indirect object with the verb, it is crucial that the researcher has an argument structure theory that allows him to establish the arguments mapping and licensing in syntax. In this research, we assume the Distributed Morphologys (DM) (Halle & Marantz 1993) grammar structure. According to DM, morphemes consist of syntacticsemantic features supplied by the Universal Grammar. Verbs consist of l-morphemes (Roots) in specific structural relations with f-morphemes, which license verbal syntactic structures. Since DM does not presupposes a deterministic Roots semantic properties mapping in syntax, it gets to explain how is it possible that one verb occur in more than one syntactic structure, without needing to appeal to two lexical entries for this same verb, for example. Thus, DM is a more advantageous model to explain argument structure and argument realization related phenomenon than lexical entry based models, what justifies our theoretical choice. Furthermore, this theory allows us to take part in the discussions listed above about the indirect object. We assume that this element is an argument of the transfer/motion verbs in Brazilian Portuguese and that it is a dative complement. Assumptions like phonology late insertion in Spell-Out (a pos-syntactic operation) and vocabulary item specification, pointed out by DM, get to explain the cases in which the indirect object is not phonologically realized, and occur in the syntactic structure as an anaphoric null argument, or as an implicit argument, without anaphoric reference. Besides that, these theoretical resources also get to explain the cases in which this element does not occur in the syntactic structure derived by the verb give.
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Os verbos de transferência/movimento no PB e a expressão do objeto indireto. Revisitando a noção de estrutura argumental à luz da morfologia distribuída / Verbs of transfer/movement in the brazilian portuguese and the expression of indirect object. Revisiting the concept of argument structure in the light of distributed morphologyFabiana Cristina Baldim Lopes Moretti 04 February 2011 (has links)
Os verbos que expressam eventos de transferência/movimento no PB são formados a partir de Raízes que envolvem, em sua semântica, um agente, um elemento transferido/movido e um recebedor/alvo. Geralmente, esses verbos formam construções sintáticas ditransitivas, em que o agente é expresso por meio do sujeito, o elemento transferido/movido por meio de um objeto direto e o recebedor/alvo por meio de um objeto indireto. Nesses contextos sintáticos, o objeto indireto tem suscitado, na literatura pertinente, algumas discussões sobre sua natureza, como: argumento ou adjunto, e, ainda, complemento dativo ou complemento oblíquo. Essas discussões demonstram a indefinição do estatuto sintático-semântico desse elemento para as teorias linguísticas. Entendemos que essas discussões estão ligadas à concepção de estrutura da gramática assumida pelos diferentes pesquisadores e, também, ao modo como estes entendem que as noções de estrutura argumental e de estrutura sintática interagem dentro dessa concepção. Em outras palavras, o debate surge, pois, na caracterização da relação gramatical do objeto indireto com o verbo, é fundamental que o pesquisador disponha de uma teoria da estrutura argumental que lhe permita estabelecer o mapeamento e o licenciamento dos argumentos na sintaxe. Assumimos, neste trabalho, a estrutura da gramática tal como esta é concebida pela Morfologia Distribuída (Distribuited Morphology, doravante, DM) (Halle & Marantz 1993). Segundo a DM, os morfemas são constituídos por traços sintáticosemânticos disponibilizados pela Gramática Universal. Os verbos consistem de morfemas-l (Raízes) em determinadas relações estruturais com morfemas-f, licenciadores de estruturas sintáticas de natureza verbal. Não pressupondo um mapeamento determinístico das propriedades semânticas das Raízes na sintaxe, a DM consegue explicar a possibilidade de um mesmo verbo ocorrer em mais de uma estrutura sintática, sem precisar recorrer, por exemplo, a duas entradas lexicais para esse mesmo verbo. Dessa forma, constitui-se em um modelo mais vantajoso para explicar fenômenos relacionados à estrutura argumental e à realização de argumentos do que modelos baseados na entrada lexical, o que justifica nossa opção teórica. Além disso, essa teoria nos permite participar das discussões mencionadas acima sobre o objeto indireto. Assumimos que esse elemento tem o estatuto de argumento dos verbos de transferência/movimento (VT/M) no PB, sendo um complemento dativo. Pressupostos como a inserção tardia de fonologia em Spell-Out (uma operação póssintática) e a subespecificação do item de vocabulário, assinaladas pela DM, dão conta de explicar os casos em que o objeto indireto não é realizado fonologicamente, ocorrendo na estrutura sintática como um argumento nulo anafórico ou como um argumento implícito sem referência anafórica, bem como os casos em que esse elemento não ocorre na estrutura sintática derivada pelo verbo dar. / Verbs which express transfer/motion events in Brazilian Portuguese are formed by Roots that involve, in their semantics, an agent, a transferred/motioned element and a receiver/goal. In general, these verbs form ditransitive syntactic constructions, in which the agent is expressed through the subject, the transferred/motioned element through de direct object and the receiver/goal through the indirect object. In these syntactic contexts, the indirect object has aroused, in the relevant literature, some discussions about its nature: argument or adjunct, and, yet, dative complement or oblique complement. These discussions show the indefinition of the syntactic-semantic status of this element inside linguistic theories. We understand that these discussions are connected to the conception of grammar structure assumed by the different researchers, and, also, to the way they understand argument structure and syntactic structure interact inside this conception. In other words, the debate arises for, in the characterization of the grammatical relation of the indirect object with the verb, it is crucial that the researcher has an argument structure theory that allows him to establish the arguments mapping and licensing in syntax. In this research, we assume the Distributed Morphologys (DM) (Halle & Marantz 1993) grammar structure. According to DM, morphemes consist of syntacticsemantic features supplied by the Universal Grammar. Verbs consist of l-morphemes (Roots) in specific structural relations with f-morphemes, which license verbal syntactic structures. Since DM does not presupposes a deterministic Roots semantic properties mapping in syntax, it gets to explain how is it possible that one verb occur in more than one syntactic structure, without needing to appeal to two lexical entries for this same verb, for example. Thus, DM is a more advantageous model to explain argument structure and argument realization related phenomenon than lexical entry based models, what justifies our theoretical choice. Furthermore, this theory allows us to take part in the discussions listed above about the indirect object. We assume that this element is an argument of the transfer/motion verbs in Brazilian Portuguese and that it is a dative complement. Assumptions like phonology late insertion in Spell-Out (a pos-syntactic operation) and vocabulary item specification, pointed out by DM, get to explain the cases in which the indirect object is not phonologically realized, and occur in the syntactic structure as an anaphoric null argument, or as an implicit argument, without anaphoric reference. Besides that, these theoretical resources also get to explain the cases in which this element does not occur in the syntactic structure derived by the verb give.
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