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A gênese da comunicação gestual e o desenvolvimento sociocognitivo: um estudo longitudinal / The genesis of gestural communication and social cognitive development: a longitudinal studySusana Engelhard Nogueira 14 January 2009 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Mesmo antes das crianças começarem a falar, elas utilizam gestos, como dar, mostrar e apontar. O início da comunicação gestual pode ser percebido muito cedo na infância humana, mas ainda não está claro como ocorre a progressão deste desenvolvimento. O presente estudo investiga o papel e as características do desenvolvimento gestual no primeiro ano de vida. Um bebê de sexo masculino e sua mãe foram observados longitudinalmente, a cada semana, do nascimento aos 12 meses de idade. A díade foi filmada em casa enquanto realizava atividades de rotina. Nas idades de 9 a 12 meses, uma vez ao mês a mãe foi solicitada a brincar com seu bebê em situação estruturada. Os vídeos foram analisados qualitativa e quantitativamente em termos da percentagem de ocorrência de categorias de gestos comunicativos de ambos os parceiros e de seus comportamentos. Cenários comunicativos foram identificados. O aparecimento de diferentes comportamentos e suas trajetórias de desenvolvimento foram registrados. As possíveis relações com o surgimento posterior de gestos foram discutidas, analisando comportamentos que se tornaram ou não precursores e o modo como eles tenderam a apresentar mudanças com o tempo. Alguns resultados interessantes foram observados: pré-apontar foi identificado desde os primeiros meses e apresentou declínio de ocorrência. Pré-alcançar foi identificado aos 5 meses de idade e declinou no mesmo período em que foi observado o aparecimento do gesto de alcançar, o qual tendeu a aumentar com o tempo. Virar a cabeça enquanto rejeição foi observado aos 4 meses. Conforme o bebê foi se tornando mais velho, ele passou mais tempo engajado com sua mãe e com objetos de forma coordenada. Desde o início do primeiro ano, a mãe exibiu gestos de mostrar objetos e apontar proximal declarativo. Comportamentos de atenção conjunta foram observados e tenderam a aumentar no período de 9 a 12 meses de idade. Gestos proximais e declarativos realizados pelo bebê ocorreram mais precocemente se comparados a gestos imperativos e distais. As transições observadas a partir dos cenários comunicativos não compartilhados rumo aos de natureza simbólica foram identificadas. Percentagens de tempo de cenários comunicativos não-compartilhados e atencionais primários diminuíram enquanto as de cenários atencionais secundários aumentaram, tornando-se predominantes no final do primeiro ano. Neste período, cenários convencionais e simbólicos surgiram, apresentando breve duração. Embora estes resultados não sejam conclusivos, podem contribuir para a compreensão das primeiras modalidades de comunicação mãe-bebê, ajudando a fornecer suportes para a discussão sobre a existência de precursores gestuais precoces. / Even before children begin to speak, they gesture like pointing, showing and giving gestures to communicate themselves. The beginnings of gestural communication can be seen very early in human infancy, but its still unclear how this developmental progression occurs. The present study investigates the role and the features of early gestural development in the first year of life. One baby boy and his mother were observed longitudinally and extensively every week from birth to 12 months of age. The dyad was video-recorded at home while performing routine activities. In addition, from infant age 9 through 12 months, at once a month, the mother was asked to play with her baby in a structured situation. The videotapes were analyzed qualitatively and quantitatively in terms of the percentage of occurrence of specific categories of dyads communicative gestures and general behaviors. Mother-child communication frames were identified. The appearance of different behaviors and their developmental trajectories were registered. The possible links with the emergence of gestures were discussed, examining which infant behaviors became precursors of gestures and how did they change with age. Some interesting results were found: pre-pointing was identified since the first months of life and tended to decrease. Pre-reaching was identified at 5 months of age and decreased as soon as reaching appeared for the first time and tended to increase. Turning head away as rejection was observed at 4 months of age. As the baby became older, he spent more time engaged with his mother and objects in a coordinated joint attentional state, especially after 9 months of age. Early in the first year, the mother exhibited specific declarative and proximal gestures like showing and pointing. Occurrences of joint attention behaviors such as giving, showing, pointing, offering and point following were observed for both dyad members and tended to increase from 9 to 12 months of age. Infant proximal and declarative gestures tended to occur earlier than imperative and distal gestures. The transitions from non-shared to symbolic mother-child communication frames were identified. The percentage of time of non-shared and primary attentional frames decreased while the percentage of secondary attentional frames increased, becoming predominant at the end of the first year. At this period, conventional and symbolic frames emerged and showed brief durations. Although these findings are not conclusive, they may contribute to a better understanding for the first modalities of mother-infant communication and helps to provide some support to the discussion about the precursors existence of early gestures.
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A gênese da comunicação gestual e o desenvolvimento sociocognitivo: um estudo longitudinal / The genesis of gestural communication and social cognitive development: a longitudinal studySusana Engelhard Nogueira 14 January 2009 (has links)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Mesmo antes das crianças começarem a falar, elas utilizam gestos, como dar, mostrar e apontar. O início da comunicação gestual pode ser percebido muito cedo na infância humana, mas ainda não está claro como ocorre a progressão deste desenvolvimento. O presente estudo investiga o papel e as características do desenvolvimento gestual no primeiro ano de vida. Um bebê de sexo masculino e sua mãe foram observados longitudinalmente, a cada semana, do nascimento aos 12 meses de idade. A díade foi filmada em casa enquanto realizava atividades de rotina. Nas idades de 9 a 12 meses, uma vez ao mês a mãe foi solicitada a brincar com seu bebê em situação estruturada. Os vídeos foram analisados qualitativa e quantitativamente em termos da percentagem de ocorrência de categorias de gestos comunicativos de ambos os parceiros e de seus comportamentos. Cenários comunicativos foram identificados. O aparecimento de diferentes comportamentos e suas trajetórias de desenvolvimento foram registrados. As possíveis relações com o surgimento posterior de gestos foram discutidas, analisando comportamentos que se tornaram ou não precursores e o modo como eles tenderam a apresentar mudanças com o tempo. Alguns resultados interessantes foram observados: pré-apontar foi identificado desde os primeiros meses e apresentou declínio de ocorrência. Pré-alcançar foi identificado aos 5 meses de idade e declinou no mesmo período em que foi observado o aparecimento do gesto de alcançar, o qual tendeu a aumentar com o tempo. Virar a cabeça enquanto rejeição foi observado aos 4 meses. Conforme o bebê foi se tornando mais velho, ele passou mais tempo engajado com sua mãe e com objetos de forma coordenada. Desde o início do primeiro ano, a mãe exibiu gestos de mostrar objetos e apontar proximal declarativo. Comportamentos de atenção conjunta foram observados e tenderam a aumentar no período de 9 a 12 meses de idade. Gestos proximais e declarativos realizados pelo bebê ocorreram mais precocemente se comparados a gestos imperativos e distais. As transições observadas a partir dos cenários comunicativos não compartilhados rumo aos de natureza simbólica foram identificadas. Percentagens de tempo de cenários comunicativos não-compartilhados e atencionais primários diminuíram enquanto as de cenários atencionais secundários aumentaram, tornando-se predominantes no final do primeiro ano. Neste período, cenários convencionais e simbólicos surgiram, apresentando breve duração. Embora estes resultados não sejam conclusivos, podem contribuir para a compreensão das primeiras modalidades de comunicação mãe-bebê, ajudando a fornecer suportes para a discussão sobre a existência de precursores gestuais precoces. / Even before children begin to speak, they gesture like pointing, showing and giving gestures to communicate themselves. The beginnings of gestural communication can be seen very early in human infancy, but its still unclear how this developmental progression occurs. The present study investigates the role and the features of early gestural development in the first year of life. One baby boy and his mother were observed longitudinally and extensively every week from birth to 12 months of age. The dyad was video-recorded at home while performing routine activities. In addition, from infant age 9 through 12 months, at once a month, the mother was asked to play with her baby in a structured situation. The videotapes were analyzed qualitatively and quantitatively in terms of the percentage of occurrence of specific categories of dyads communicative gestures and general behaviors. Mother-child communication frames were identified. The appearance of different behaviors and their developmental trajectories were registered. The possible links with the emergence of gestures were discussed, examining which infant behaviors became precursors of gestures and how did they change with age. Some interesting results were found: pre-pointing was identified since the first months of life and tended to decrease. Pre-reaching was identified at 5 months of age and decreased as soon as reaching appeared for the first time and tended to increase. Turning head away as rejection was observed at 4 months of age. As the baby became older, he spent more time engaged with his mother and objects in a coordinated joint attentional state, especially after 9 months of age. Early in the first year, the mother exhibited specific declarative and proximal gestures like showing and pointing. Occurrences of joint attention behaviors such as giving, showing, pointing, offering and point following were observed for both dyad members and tended to increase from 9 to 12 months of age. Infant proximal and declarative gestures tended to occur earlier than imperative and distal gestures. The transitions from non-shared to symbolic mother-child communication frames were identified. The percentage of time of non-shared and primary attentional frames decreased while the percentage of secondary attentional frames increased, becoming predominant at the end of the first year. At this period, conventional and symbolic frames emerged and showed brief durations. Although these findings are not conclusive, they may contribute to a better understanding for the first modalities of mother-infant communication and helps to provide some support to the discussion about the precursors existence of early gestures.
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