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Demanda domiciliar por alimentos orgânicos no Brasil / Household demand for organic food in Brazil

Ferreira, Alberes Sousa 29 May 2015 (has links)
Submitted by Amauri Alves (amauri.alves@ufv.br) on 2015-11-30T10:10:50Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 727775 bytes, checksum: 0479a7ec0538a1b05a1b428f9ad374df (MD5) / Made available in DSpace on 2015-11-30T10:10:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 727775 bytes, checksum: 0479a7ec0538a1b05a1b428f9ad374df (MD5) Previous issue date: 2015-05-29 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A busca por alimentos mais saudáveis, provenientes de sistemas de produção mais sustentáveis, como os métodos orgânicos de produção, é uma tendência que vem se fortalecendo e se consolidando em nível mundial. A preocupação com o meio ambiente e com a forma como os alimentos são produzidos vem aumentando ao longo dos últimos anos e também impactam diretamente sobre a decisão de consumo de diversas famílias no Brasil. Nesse contexto, o mercado brasileiro de alimentos orgânicos vem crescendo expressivamente ao longo dos últimos anos. Dada a escassez de estudos que analisam quantitativamente o comportamento dos consumidores de orgânicos no Brasil, torna-se necessário verificar quais fatores influenciam a demanda por tais produtos pelos domicílios brasileiros. A análise da demanda por alimentos orgânicos é relevante para se conhecer os fatores que exercem influência sobre seu consumo para que se possa elaborar estratégias para melhorá-lo, o que por sua vez contribui para o aumento da segurança alimentar e manutenção dos sistemas produtivos sustentáveis. Desse modo, este estudo buscou analisar, de forma agregada, algumas categorias de alimentos orgânicos juntamente com suas contrapartes convencionais. Para isso, utilizaram-se os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) 2008/2009. Especificamente, foram analisadas a sensibilidade do consumo de alimentos orgânicos em relação ao dispêndio e aos preços, assim como a influência de variáveis de composição familiar, localização domiciliar e hábitos de vida sobre a decisão de aquisição de alimentos orgânicos. Para isso, estimou-se um sistema de demanda para categorias agregadas de alimentos orgânicos e convencionais, por meio do modelo QUAIDS com a correção do Problema do Consumo Zero pelo Procedimento de Shonkwiller e Yen. Além disso, atentou-se para a correção do viés de simultaneidade, corrigindo-se a endogeneidade dos preços e do dispêndio como forma de se obter estimativas não viesadas. No primeiro estágio de estimação, pôde-se verificar quais fatores contribuem para a decisão de adquirir ou não determinada categoria. Destacam- se os efeitos do estoque educacional do chefe do domicílio, além das variáveis que expressam a localização domiciliar. Ressalta-se que a renda apresentou um efeito relativamente pequeno sobre a decisão de aquisição de alimentos orgânicos quando se ix controla para outras variáveis que também exercem influência sobre a tomada de decisão. No segundo estágio, obtiveram-se as elasticidades-dispêndio, elasticidades- preço próprias e cruzadas para cada categoria de bem, que possibilitaram a análise do comportamento dos domicílios mediante alterações nas variáveis econômicas em relação à demanda por alimentos orgânicos. Os resultados indicaram que o grau de sensibilidade dos consumidores de alimentos orgânicos às variações nos preços é maior que em relação ao dispêndio. Além disso, os consumidores de orgânicos também se mostraram mais sensíveis aos preços do que os consumidores de alimentos convencionais. A hipótese de assimetria no padrão de substituição/complementaridade entre alimentos orgânicos e convencionais também foi constatada. Constatou-se, através da análise das elasticidades-preço cruzadas, que variações nos preços das categorias convencionais tendem a impactar no consumo dos orgânicos em uma proporção muito maior do que a mesma variação em sentido inverso. A análise dos efeitos de alterações nos preços dos alimentos orgânicos evidencia que há uma forte relação de fidelização entre seus consumidores. Esses resultados permitem concluir que é relativamente difícil induzir consumidores habituados a adquirir produtos orgânicos a “reverterem” seus hábitos de consumo, trocando produtos orgânicos por convencionais, mesmo os preços dos orgânicos sendo mais elevados. Por fim, compreende-se que o mercado de alimentos orgânicos ainda é considerado um nicho de mercado. Por esse motivo, o consumo de orgânicos parece ser muito dependente dos convencionais e pouco influencia o mercado de seu rival. Além disso, pôde-se notar que os alimentos orgânicos ainda não são vistos como substitutos dos convencionais na maioria dos casos. / The search for healthier food, from more sustainable production systems, such as organic production methods, is a trend that is becoming stronger. The concern with the environment and how food is produced has increased over the years and impact food consumption in Brazil. Thus, the Brazilian market for organic food has been growing significantly over the past years. Given the scarcity of studies that quantitatively analyze the behavior of organic consumers in Brazil, it is necessary to determine which factors influence the demand for such products by the Brazilian households. Demand analysis for organic food is important to know the factors that influence their consumption so that we can develop strategies to improve it, which in turn contributes to increase food security and sustainable production systems. Thus, this study aimed to analyze, some categories of organic food along with their conventional counterparts. We used micro data from Household Budget Survey (POF/IBGE) 2008/2009. Specifically, we analyzed the sensitivity of consumption of organic food in relation to expenditure and prices as well as variables such as, household location, family composition, and lifestyle proxies on the decision to purchase organic food. We estimated a demand system for aggregate categories of organic and conventional foods through the QUAIDS model with correction of Zero Consumption Problem by the Shonkwiller and Yen procediture. Moreover, we corrected the simultaneity bias, correcting the endogeneity of prices and expenditure in order to obtain unbiased estimates. In the first estimation stage, it was possible to determine which factors contribute to the decision to buy or not certain category. Noteworthy are the effects of the educational stock head of household, in addition to variables expressing home location. It should be noted that income showed a small effect on the decision to purchase organic food when we controlled for other variables that also have an influence on decision making. In the second stage, we obtained the expenditure elasticities, own and cross-price elasticities for each category. Results indicated that the degree of sensitivity from consumers of organic food to changes in prices is greater than in relation to expenditure. In addition, consumers of organic food were also more sensitive to price than conventional food consumers. The asymmetry hypothesis in the pattern of substitution/complementarity between organic xi and conventional foods was also found. In the analysis of cross-price elasticities, we found the variations in the conventional categories prices tend to impact the consumption of organic products in a much higher proportion than the same variation in reverse. The analysis of the effects of changes in prices for organic food shows that there is a strong loyalty among its consumers. These results suggest that it is relatively difficult to induce consumers that are used to purchase organic products to "revert" their spending habits, changing organic products to conventional ones. Finally, it is understood that the organic food market is still considered a niche market, therefore the consumption of organic food seems to be very dependent on conventional ones and has a minor influence on his rival market. Furthermore, it might be noted that organic foods are not yet seen as substitutes for conventional food in most cases.

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