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Impacto da recuperação de área degradada sobre as respostas hidrológicas e sedimentológicas em ambiente semiárido / Impact of the recovery of a degraded area on the hydrological and sedimentary responses in semi-arid environmentAlmeida, Cícero Lima de January 2011 (has links)
ALMEIDA, Cícero Lima de. Impacto da recuperação de área degradada sobre as respostas hidrológicas e sedimentológicas em ambiente semiárido. 2011. 132 f. : Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Departamento de Engenharia Agrícola, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, Fortaleza-CE, 2011. / Submitted by demia Maia (demiamlm@gmail.com) on 2016-06-17T13:36:15Z
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Previous issue date: 2011 / As regiões semiáridas compreendem áreas muito sensíveis às alterações do seu ambiente natural. O semiárido brasileiro, por ser um dos mais populosos do mundo, está mais susceptível às atividades antrópicas, como o desmatamento para atividades agrosilvopastoris. Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto “Estudos dos processos de degradação/desertificação e suas relações com o uso da terra em sistemas de produção no semiárido cearense: o caso da microrregião de Sobral – Ceará”. A área experimental localiza-se no município de Irauçuba, inserida em um dos núcleos de desertificação do semiárido brasileiro. O clima da região é do tipo quente e semiárido com chuvas de verão (média anual de 530 mm) e índice de aridez 0,34. O solo é do tipo Planossolo Nátrico Órtico típico, A fraco; e a vegetação nativa é do tipo Caatinga arbustiva aberta. A principal atividade econômica da região é a pecuária extensiva (bovino e ovino) em sobrepastejo, sem uso de práticas conservacionistas. O presente trabalho tem como objetivo comparar os processos hidrossedimentológicos de duas encostas em ambiente semiárido: uma (370 m²) está submetida à prática de pousio desde 2000; enquanto que a outra (468 m²) se encontra degradada, sendo usada como área de pastagem há mais de vinte anos. As duas encostas possuem as mesmas condições de solo, clima e relevo, diferenciando-se somente quanto ao uso e à cobertura do solo. São comparadas analiticamente variáveis hidrológicas e sedimentológicas. Os experimentos foram realizados entre 01 de janeiro de 2010 e 15 de abril de 2011. Para promover essa comparação foram coletados dados de precipitação (lâmina e intensidade), escoamento superficial e perda de solo. A precipitação foi de 264 mm em 2010 e de 445 mm até 15 de abril de 2011, tendo sido registrados 55 eventos nos 16 meses. As chuvas de Irauçuba demonstraram alta variabilidade espacial: há diferença estatística (nível de significância de 5%) entre os dois pluviômetros usados na pesquisa, embora estejam a uma distância de apenas 200 m. O padrão hidrológico das chuvas na região é de intermediário a atrasado (70% dos eventos), o que causa maior potencial erosivo. Conclui-se, a partir da análise comparativa, que os dez anos de pousio reduziram em 60% o escoamento superficial em relação à encosta degradada. A menor precipitação capaz de gerar escoamento superficial foi 7,2 mm na encosta degradada, enquanto que esse valor foi de 8,6 mm para a encosta em pousio. Isso demonstra o incremento de abstração inicial da encosta preservada, ou seja, sua maior capacidade de retenção de umidade. O incremento da capacidade de retenção se dá através da interceptação vegetal, da serrapilheira e da camada superficial do solo. No entanto, observou-se que a maior precipitação incapaz de gerar escoamento superficial foi idêntica (17 mm) nas duas encostas. A explicação para tal resultado é que o parâmetro dominante nesse processo é a estrutura do solo: embora haja diferenças na superfície dos solos, os dez anos de pousio ainda não foram capazes de alterar sua estrutura, conforme avaliou Sousa em pesquisa independente. Observou-se que a taxa de decaimento da vazão foi sensivelmente afetada pela prática de pousio: a taxa, de 0,107 min-1 na encosta degrada, decresceu para 0,045 min-1 na encosta preservada. A menor taxa de decaimento de vazão na encosta em pousio indica o início da recuperação de seu escoamento de base, o que favorece maior permanência da água no corpo hídrico. Os dez anos de pousio também foram capazes de reduzir a perda de solo. Essa redução, de 83% em relação à encosta degradada, induz à melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, responsáveis pelo incremento da produção vegetal. Conclui-se, com base nos experimentos aqui realizados, que os dez anos de pousio melhoraram, de modo mensurável, as condições hidrológicas e sedimentológicas na encosta semiárida. A prática de pousio, portanto, pode ser adotada para fins de recuperação de áreas de Caatinga degradada. Sugere-se que sejam realizadas novas investigações, que avaliem a associação dessa prática a outras, a fim de intensificar o processo de recuperação de áreas degradadas no semiárido
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