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Relação saúde e condições socioambientais entre os Munduruku da terra indígena Coatá-Laranjal, Amazonas - BrasilMendonça, Janiacley Reis 14 October 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-10-14 / The Munduruku suffered throughout their history, several social, cultural and environmental transformations that brought consequences to their health. This study objected to understand the perceptions of the Munduruku people from Coatá-Laranjal Indigenous Land about the health relation and socioenvironmental condition, trying to identify the impacts of socioenvironmental problems in the health/disease process and enunciating forms of fight due to the cited problems. The research was conducted on Coatá-Laranjal Indigenous Land (Canumã and Mari-Mari River), located in Borba Indigenous Special Sanitary District, State of Amazonas. In this study
we adopted the ethnographic method and the kind of research was based in a qualitative analyze, added to quantitative data. The techniques of data collecting used included: surveys,
participant observation, semi-structured interviews, discussions with focal groups and oral relates. The history of fight for the territory, culminating with the demarcation of this Indigenous Land (2001) are emphasized questions by the Munduruku people, for the territory is to the them a space of identity construction, social relations and motive to war and conflicts.
Analyzing the Munduruku people perceptions, we verified that they have a clear vision about the health-environmental relation, showing concerns with the environmental preserving and around it, as well with the future generation sustainability. The main environmental problems noticed by them were: burning; hunting, fishing and fruit collect decreasing; presence of fishing boats in the area, water quality and access, and trash increasing. The Munduruku people also noticed changes in the way of life (trade relations and payroll employment) and in the diet feeding, consequences of contact intensification that contributed to add new diseases in the indigenous land as hypertension and diabetes mellitus. Diseases such as worms, diarrhea, skin problems (itchy) are related to problems such as dirty water, lack of water well and trash increasing in the village. Malaria and diarrhea are related to the water cycle variation, mainly in the beginning of rise and fall of rivers. Respiratory problems are related to burning and deforestation. The research showed changes in the health profile of Munduruku people, with new diseases occurring and re-emerging ones resulted of socioenvironmental and ways of life alterations. It showed also the occurring of traditional diseases noticed by them as results of supernatural powers, cultural and feeding transgressions and the use of healing traditional practices. The social representations about the health/disease process are being recreated among the Munduruku people, according to their experiences, adding new occidental medicine knowledge / Os Munduruku sofreram ao longo de sua história uma série de transformações sociais, culturais e ambientais, que trouxeram conseqüências para a saúde dos mesmos. O presente
estudo teve como objetivo compreender as percepções dos Munduruku da Terra Indígena Coatá- Laranjal acerca da relação saúde e condições socioambientais, tentando identificar os impactos dos problemas socioambi entais no processo saúde/doença e enunciando formas de enfrentamento aos problemas levantados. A pesquisa realizou-se na Terra Indígena Coatá- Laranjal (Rio Canumã e Mari-Mari), localizada no Município de Borba, Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus, Estado do Amazonas. Para realizar este estudo, adotamos o método etnográfico e o tipo de pesquisa foi baseado na abordagem de análise qualitativa, acrescida com dados quantitativos. As técnicas de coleta de dados utilizadas incluíram: surveys, observação participante, entrevistas semi-estruturadas, discussões com grupos focais e relatos
orais. A história da luta pelo território, culminando com a demarcação da terra indígena (2001) são questões destacadas pelos Munduruku, pois o território além de ser para eles um espaço de construção de identidade é o espaço das relações sociais e motivo de guerras e conflitos. Analisando as percepções dos Munduruku, verificamos que possuem uma visão clara sobre a relação saúde e ambiente, evidenciando-se a preocupação com a preservação do ambiente e seu entorno, bem como com a sustentabilidade das futuras gerações. Os principais problemas ambientais percebidos pelos mesmos foram: queimadas, diminuição da caça, do peixe e dos frutos da floresta, entrada de barcos pesqueiros na área, qualidade e acesso à água, além do aumento do lixo. Também são percebidas pelos Munduruku mudanças nos modos de vida
(relações de comércio e trabalho assalariado) e na dieta alimentar, consequência da intensificação do contato, que contribuíram para a introdução de novas doenças nas aldeias
como hipertensão arterial e diabetes mellitus Doenças como verminose, diarréia e problemas de pele (coceiras), são relacionadas aos problemas da água suja, falta de poços artesianos e ao aumento do lixo nas aldeias. A malária e a diarréia aparecem ligadas às variações dos ciclos das
águas, principalmente no início da subida e descida dos rios. Os problemas respiratórios são relacionados às queimadas e aos desmatamentos. A pesquisa evidenciou atualmente mudanças
no perfil de saúde dos Munduruku, com ocorrência de doenças novas e outras reemergentes resultantes das alterações ambientais, sociais e nos modos de vida. Evidenciou também a
ocorrência de doenças tradicionais interpretadas como resultantes das forças sobrenaturais e das transgressões culturais e alimentares e o uso das práticas tradicionais de cura. As representações sociais sobre o processo saúde/doença vão sendo recriadas entre os Munduruku de acordo com as experiências acumuladas incorporando novos conhecimentos da medicina ocidental
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