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Papel do capital social na determinação das desigualdades regionais de renda no BrasilSoares de Mesquita, Cristiane 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A relação entre a distribuição espacial de renda e o processo de crescimento econômico
é uma das mais antigas preocupações da investigação econômica. Recentemente, o
termo capital social tem sido trazido para o debate sobre o desenvolvimento e
crescimento econômico dos países e regiões. Entretanto, sua possível relevância para
explicar as desigualdades regionais no Brasil ainda não foi devidamente analisada. Será
um dos pontos de análise deste trabalho seu possível papel na explicação desse
fenômeno de tanta relevância para o desenvolvimento de longo prazo brasileiro. Por ser
objeto recente de análise econômica e ter origem em outras ciências sociais, como
sociologia e ciência política, o conceito de capital social ainda não é consenso entre os
pesquisadores econômicos. Ele encontrou espaço não só no pensamento
institucionalista, não se restringindo apenas às estruturas mais formalizadas, tais como
governo, regime político e legislação de modo amplo, contemplando também as
relações e estruturas informais, normas e valores incrustados nos hábitos e costumes de
uma população. Economicamente, o capital social pode trazer maior facilidade de
compartilhamento de informações e maior conhecimento mútuo, ampliando a
previsibilidade sobre o comportamento dos agentes, reduzindo a possibilidade de
comportamentos oportunistas e propiciando um maior compromisso em relação ao
grupo. Assim, a idéia básica que emerge do conceito de capital social é de gerar
confiança entre os indivíduos na sociedade e de superar, a baixo custo de transação,
barreiras a interagir com outros indivíduos de forma a gerar ganhos econômicos.
Utilizando esse conceito, o capital social apresentou-se como um fator importante que
interfere na distribuição de renda entre as regiões brasileiras através do seu impacto
sobre o crescimento econômico. Para tanto, o primeiro passo foi identificar se existiam
diferenças regionais de capital social para, em seguida, observar se essas diferenças
poderiam gerar as disparidades regionais de renda. Assim, identificaram-se as
diferenças de capital social existente entre as regiões brasileiras através da sua medida
de impacto sobre o rendimento do trabalho. A condução metodológica se orientou
através do fato de que, quando um indivíduo em uma unidade familiar migra para outra
unidade da federação por razões não-econômicas, ele diminui consideravelmente seu
capital social individual e, portanto, seu rendimento proveniente do trabalho. Essa
queda foi atenuada devido ao capital social coletivo ou regional existente em cada
macrorregião e, portanto, quanto maior for esse capital social, menor será a queda nos
rendimentos do trabalho. Essa hipótese foi testada utilizando os dados do Censo 2000,
através de uma equação Minceriana cuja variável dependente é o rendimento de todos
os trabalhos e o método utilizado foi o Seemingly Unrelated Regression (SUR). Como
resultado, foi evidenciado que o capital social é maior no Sul e, depois, no Sudeste,
sendo menor no Nordeste. Em seguida, foi realizado um teste empírico para avaliar se
esse capital social afeta o crescimento econômico das unidades regionais dado, que
existem dotações dispares de capital social entre as macrorregiões brasileiras. As
estimações do impacto do capital social sobre a taxa de crescimento do PIB per capita
indicam que o mesmo não é desprezível. Elas mostram que o capital social pode ser
responsável por um percentual superior a 8% do PIB total brasileiro em 2005. Ainda
mais, em um período de 55 anos, entre 2000 e 2055, através das simulações do PIB per
capita para as macrorregiões brasileiras foi possível perceber que diferenças em capital
social podem ser um dos fatores determinantes das desigualdades regionais no Brasil,
tanto sendo capaz de gerar parte delas como assegurar que ela seja mantida ao longo dos
anos
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