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Proto-feministas na Inglaterra setecentista : Mary Wollstonecraft, Mary Hays e Mary Robinson. Sociabilidade, subjetividade e escrita de mulheres.

Miranda, Anadir dos Reis January 2017 (has links)
Orientador : Profª Drª Ana Paula Vosne Martins / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa: Curitiba, 01/09/2017 / Inclui referências : f. 232-242 / Resumo: Esta tese trata da produção letrada das escritoras Mary Wollstonecraft (1759-1797), Mary Hays (1759-1843) e Mary Robinson (1757-1800). Participantes da República das Letras no contexto da Ilustração, essas mulheres entraram em contato com um conjunto de reflexões morais, religiosas e filosóficas que lhes abriu possibilidades de aprimoramento e emancipação intelectual, de estabelecer relações de gênero mais igualitárias, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, exaltavam a dependência e inferioridade das mulheres. Essas contradições que não foram percebidas pela maioria dos pensadores iluministas, tornaram-se evidentes para algumas mulheres que participaram dos grupos religiosos de dissidentes racionalistas e/ou que na década de 1790 se integraram aos círculos radicais londrinos, alguns dos principais espaços do debate político e crítico na Inglaterra. Wollstonecraft, Hays e Robinson vivenciaram essas contradições de forma bastante intensa e dedicaram muitas das suas obras a explicitá-las e discuti-las. Com seus tratados e romances incluíram a questão das "injustiças e dos direitos da mulher" no debate reformista que se desenvolveu na Inglaterra no final do século XVIII. Ao tensionar, por meio de seus comportamentos e escritos, muitos dos limites e paradoxos de gênero presentes nos discursos esclarecidos e liberais, estas mulheres de letras contribuíram para a produção de importantes reflexões e mesmo práticas que viriam a ser incorporadas mais tarde ao movimento de mulheres e ao feminismo, tais como o questionamento dos binarismos masculino e feminino, razão e sensibilidade, teoria e ficção, a crítica veemente à noção de inferioridade inata das mulheres e a defesa intransigente da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Palavras-chave: gênero, proto-feminismo, escritoras inglesas, crítica, Iluminismo, Radicalismo inglês. / Abstract: This thesis deals with the literary production of women writers: Mary Wollstonecraft (1759-1797), Mary Hays (1759-1843) and Mary Robinson (1757-1800). Participants of the Republic of Letters in the context of the Enlightenment, these women came into contact with a set of moral, religious and philosophical reflections that opened them possibilities of improvement and intellectual emancipation, to establish more egalitarian gender relations, at the same time, contradictorily, they exalted the dependence and inferiority of women. These contradictions, which were not perceived by most of the Enlightenment thinkers, became evident to some women who participated in the religious groups of rationalist dissidents and / or who in the 1790s integrated themselves into the radical circles of London, some of the main areas of political and critical debates in England. Wollstonecraft, Hays, and Robinson experienced these contradictions quite intensely and devoted many of their works to discuss and emphasize them. With their treatises and novels they included the issue of "injustices and women's rights" in the reformist debate that developed in England at the end of the eighteenth century. By addressing, through their behaviors and writings, many of the limits and paradoxes of gender present in enlightened and liberal discourses, these women of letters contributed to the production of important reflections and even practices that would later be incorporated into feminism and women's movement; as well to questioning of binarisms of male and female, reason and sensibility, theory and fiction, plus the vehement criticism to the notion of women's innate inferiority, and the uncompromising defense of equal rights between men and women. Keywords: gender, proto-feminism, English women writers, critics, Enlightenment, English radicalism.

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