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Espelhos negros: mutações do desejo e da crítica na comunicação

Trento, Francisco Beltrame 06 December 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-12-15T11:36:15Z No. of bitstreams: 1 Francisco Beltrame Trento.pdf: 21869422 bytes, checksum: a3f6dcfdd56e97505e57f2865264ec30 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-12-15T11:36:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Francisco Beltrame Trento.pdf: 21869422 bytes, checksum: a3f6dcfdd56e97505e57f2865264ec30 (MD5) Previous issue date: 2017-12-06 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Contemporaneity is characterized by the interweaving of human beings with multiple media forms, through material mediatic objects (our black mirrors). Also by stimuli and incorporeal enunciates that are embodied by them, or in which they momentarily crystallize themselves. These dispositives and networks have been represented in the audiovisual field, scenic arts, performance and literature frequently. The television anthology Black Mirror (Channel Four, 2011-2014; Netflix, 2016-), one of the fictional guides in our analysis, is a set of narratives that, exacerbating this state of things, discusses how those media ecosystems are intrinsically linked with the production of desires in the individuals. We aim to identify and map those modulations through a Spinozist semiotic of affects. Among the affects, we have identified the production of a desire to control, a mode of existence or set of ideas that presupposes that we have the total control of situations and absolute truth through the same media dispositives that involves us. We relate that to the production of subjectivity of the standard ideal neurotypical human being, or of the fine products that emerges from the processes of the antropotecnical eugenic machine, studied by Fabian Ludueña. Starting from this point, we aim to focus the communication processes as agencements or encounters (occursus). Following Black Mirror’s narrative, we seek to produce a mediatic cartography of good and bad encounters, not constructed through moral systems, but following Spinoza’s ethical evaluation, mapping composition and decompositions, increases and decreases of potency observing the semiotical production of desires through affections. Besides the desire to control, which emerged from the anthropocentric and anthropotechnical crusade, other types of desires can be machined in the subjectivities engaged to the omnipresent media dispositives as part of the contemporaneous capitalist system, as the desire of emulation or the desire of imitation, explained in Spinoza's “definition of affects”. The difficult task is to think escapes or lines of flight to these types of media agencements that can emerge performatively/artistically by experimenting with the same media materialities or enunciative apparatuses (we don’t consider them neither good or evil but they can be (re) allocated in agencements that produce good or bad encounters in a field of immanence). It requires to look for the production of good encounters and active agency, or to think new possibilities of world construction. We consider that, in the presence of the exhaustion produced by the control systems, minor and apparently contingent gestures and artistic practices can resist to the total control and normativity. It’s through them that we advocate in favor of an immanent critique of media, incongruent to identitarian bubbles and politics – that usually target moral judgement without observing events’ causality network and the desires agenced in its nodes. Against that, we ally with the philosophy of Baruch Spinoza, Gilles Deleuze, Catherine Malabou and other contemporary rereadings of the Dutch philosopher that can relate with them, as the work of Brian Massumi. To discuss the emergent issues of those complex questions, and try to develop an immanent media critique, Brian Massumi and Erin Manning bring us their particular interpretations of immanent critique, performed through research-creation art practices and minor/disruptive gestures / O cerceamento dos seres humanos por múltiplas formas de mídia, ou por meio dos objetos midiáticos materiais (nossos espelhos negros), ou dos estímulos e enunciados incorporais que deles derivam, ou que neles se cristalizam momentaneamente, tem sido discutido no campo audiovisual (cinema e televisão), nas artes cênicas, em performances e na literatura. A antologia televisiva Black Mirror (Channel Four, 2011-2014; Netflix, 2016-), um dos guias ficcionais de nossas análises, é um dos conjuntos de narrativas que, extremando essa possibilidade, mostra como esses novos ecossistemas e agenciamentos midiáticos modulam de distintas formas a produção de desejo nos indivíduos. Um de nossos objetivos é observar e cartografar tais novas modulações de desejo e afetos. Dentre elas, detectamos a produção de um desejo de controle, um modo de ser ou um conjunto de ideias de que temos o controle das situações por meio dos mesmos dispositivos midiáticos que nos envolvem. Procuramos enfocar a comunicação como agenciamento ou encontro (occursus). Por meio da narrativa de Black Mirror, buscamos produzir e identificar uma cartografia de bons e maus encontros, não mediante uma moral, mas sim, a partir da diferenciação entre os dois conceitos de acordo com a Ética, de Spinoza. Além do desejo de controle, outros tipos de desejos são maquinados nas subjetividades acopladas aos media onipresentes e suas inserções no capitalismo contemporâneo, como o desejo de emulação ou o desejo de imitação. A difícil tarefa é pensar os foras a esses tipos de agenciamentos midiáticos de controle, a partir das próprias ferramentas midiáticas maquínicas ou enunciativas, discutindo novas possibilidades de construção de mundos e possíveis. Diante da exaustão, os gestos disruptores e aparentemente contingentes resistem ao controle e à normatização. É por meio deles que buscamos advogar a favor de uma crítica imanente das mídias, que pretende não se adequar às bolhas e políticas identitárias discursivizadas nas mídias, visando a vigilância e o julgamento moral sem observar sua causalidade a partir de uma avaliação ética. Para pensar a comunicação como agenciamento ou encontro, bem como as particularidades dos desejos que se agenciam nessas redes, nos aliamos à filosofia de Baruch Spinoza, Gilles Deleuze, e a algumas leituras contemporâneas que com ela se relacionam, como as feitas por Brian Massumi e Catherine Malabou. Para discutir essa problemática e pensar uma crítica midiática imanente que não retroalimente o ideário de controle, Brian Massumi e Erin Manning, com suas versões do conceito de crítica imanente, auxiliam-nos nessa questão

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