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ORI INU: conhecimentos e práticas ancestrais afro-brasileiras na saúde mental. / ORI INU: ancestral knowledge and practices african-Brazilian mental healthOTAVIANO, Kelma Luzia Nunes January 2013 (has links)
OTAVIANO, Kelma Luzia Nunes. ORI INU: conhecimentos e práticas ancestrais afro-brasileiras na saúde mental. 2013. 96f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2013. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-02-28T12:18:27Z
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Previous issue date: 2013 / The central theme of this work is the knowledge and African ancestry practices developed at Centro de Atenção Psicossocial – Caps Iracema (Center of Psychosocial Atention – Caps) in the city of Fortaleza, Ceara State, Brazil. The research’s objective is to comprehend the significations produced by the patients of mental health who attended complementary treatment based on plants, herbs, teas and sacred procedures as well as being treated by the African-based religious tradition of the “mães de santo” (mother of saints) who are religious leaders. The research methodology utilized for this investigative study is based on individual interviews and participative observations in order to get acknowledge and listen to the stories told by stabilized patients (with no symptoms of crisis) and also those who present evident symptoms of mental crisis, totalizing a universe of 6 patients. African-based therapists, the “mother of saints”, as well as professional therapists of Caps responsible for accompanying the patient’s therapy plan were also heard. The participative observations permitted the patient’s accompaniment during the therapy sessions in a weekly gathering. The collected data shows that in the mental health field the biomedical referential still plays a hegemonic role being considered an irreplaceable treatment by patients and their family. Despite the existence of the “Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares no Ministério da Saúde” (Ministry of heatlh’s National Policy of integrative and complementary practices) since 2006, it was notified that Caps Iracema implemented this policy in 2011. According to the patients, after the first session of the African-based ancestry therapy using plants and herbs the resistance among the patients decreased. A posterior and trustful acceptance geared toward affinity as a way of caring was also notified within this therapy. The analysis of the collected data allowed us the following conclusions: the patients who were treated on African-based ancestry therapy revealed decreasing symptoms of anxiety, sadness, anguish, killing desires, hallucinations and deliriums as well as to re-adapt their coping with their own “ghosts and sufferings”. That itself mischaracterizes the stigma of being insane and mentally ill people. We also conclude that the application of other referential such as refuge, caring and health treatment are fundamental for the strengthening of Human Rights and citizenship of mental-health patients. It also allows the comprehension of the health-illness process going beyond the biomedical and psychotherapy dimensions. / Este trabalho tem como temática central os conhecimentos e práticas ancestrais africanas desenvolvidas no Centro de Atenção Psicossocial – Caps Iracema da cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará, no Brasil. A pesquisa objetivou compreender as significações produzidas pelos usuários da saúde mental que realizam tratamento complementar com plantas e ervas, chás e benzeduras, escuta e acolhimento com as terapeutas de tradição religiosa de matriz africana, as mães de santo. Para o estudo investigativo, utilizamos a metodologia de pesquisa com entrevistas individuais e observação participante, onde optamos em conhecer e ouvir a história de pacientes estabilizados (sem o contexto da crise) e pacientes em vivências sintomatológicas evidentes de crise, totalizando o número de 4 usuárias. Também foram ouvidas as terapeutas de matriz africana, que são as mães de santo e os profissionais do Caps responsáveis pelo acompanhamento do plano terapêutico dos usuários. A observação participante possibilitou o acompanhamento dos usuários durante as sessões terapêuticas numa convivência semanal. Os dados coletados demonstraram que no campo da saúde mental, o referencial bio-médico posta-se ainda com hegemonia, sendo considerado por familiares e usuários, como tratamento imprescindível. Apesar de existir desde 2006 a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares no Ministério da Saúde, constatou-se que o Caps Iracema implementou-a em 2011 e, por parte dos usuários, somente após a participação na primeira sessão de terapia de base ancestral africana com ervas e plantas, é que a resistência começa a diminuir e há uma posterior aceitação geradora de confiança e afinidade com a forma de acolhimento e cuidado dessa terapêutica. A análise dos dados coletados nos permitiu concluir que: os usuários das terapias de base ancestral africana entrevistados revelam diminuição dos sintomas de ansiedade, tristeza, angustia, desejo de morte, alucinação e delírios, conjuntamente com uma disposição de re-aprender a lidar com “seus fantasmas e sofrimentos”, descaracterizando o estigma de loucos e doentes mentais. Concluímos também que a inserção de outros referenciais de acolhimento, cuidado e tratamento em saúde são fundamentais para o fortalecimento dos direitos humanos e de cidadania dos usuários de saúde mental e potencializam compreender o processo saúde-doença para além da dimensão bio-médica ou psicoterapêutica.
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