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A seleção de pacientes em estudos lingüísticos sobre o agramatismo e a afasia de Broca: problemas e soluções para o debate sobre estudos de caso e de grupo / Patients' selection in linguistics'studies about agrammatism and Broca's aphasia: problems and solutions for a discussion regarding case and group studies

Clara Nóvoa Gonçalves Villarinho 28 March 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Desde o início dos estudos lingüísticos das afasias, muito se discute a validade de se agruparem indivíduos para a realização de pesquisas. Alguns autores criticam os estudos de grupo por considerarem haver muita variação entre os indivíduos estudados, e serem os critérios utilizados para os agruparem pré-teóricos e subjetivos, visto que, geralmente, são baseados em impressões clínicas e não são lingüisticamente estruturados. Esses autores acreditam que apenas estudos de caso sejam metodologicamente adequados (Badecker e Caramazza, 1985, 1991). Em oposição, os defensores dos estudos de grupo consideram que apenas esse tipo de metodologia pode dar conta da citada variação, pois estudos de caso não permitem identificar as exceções no desempenho dos indivíduos (Caplan, 1986; Zurif, Swinney e Fodor, 1991). A despeito de todo o debate, poucos autores procuram soluções para a principal causa do desacordo citado, que pode ser considerada uma das maiores deficiências da área: a má seleção de sujeitos de pesquisa. Os critérios de seleção de pacientes comumente utilizados são teoricamente ultrapassados, podendo mesmo variar dependendo dos objetivos de cada pesquisador (Caplan, 1995). A presente dissertação tem como objetivo demonstrar a necessidade de se reverem esses critérios. Por meio de uma pesquisa realizada com quatro afásicos de Broca selecionados pelos critérios clássicos, procuramos demonstrar como a má seleção de pacientes pode prejudicar o desenvolvimento da área por tornar tendenciosos tanto estudos de caso quanto de grupo, aumentando a falta de consenso teórico entre os autores. Para tal, os pacientes foram submetidos a dois experimentos que investigavam seus desempenhos na compreensão de sentenças ativas, passivas e interrogativas QU, de sujeito, objeto e objeto in situ. Ainda, foi realizada uma avaliação desses pacientes sem que se assumissem tais critérios de classificação, partindo-se de uma caracterização lingüística inicial obtida a partir dos resultados nas sentenças ativas e passivas, ficando esta análise isenta dos problemas de seleção de pacientes comuns tanto aos estudos de caso quanto aos estudos de grupo. Como resultado, observou-se que a utilização de uma forma diferente de análise dos desempenhos pode informar a respeito do déficit, bem como sobre a organização do sistema lingüístico, sem a necessidade de se vincular a uma metodologia de caso ou de grupo no sentido tradicional / Since the beginning of linguistic aphasiology studies, the validity of grouping aphasics for research purposes has been widely debated. Some authors criticize group studies because they believe there is too much variation among individuals performance and consider the criteria used for grouping patients together to be subjective and pre-theoretical, since those are usually defined by clinical impressions and are not linguistically grounded. Under these assumptions they judge the case studies to be the only adequate methodology (Badecker e Caramazza, 1985, 1991). On the opposite direction, there are some authors who support group studies as they believe that solely this methodology could account for the variation, which would be impossible on case studies, in which the identification of exceptionalities on individuals performance is unattainable (Caplan, 1986; Zurif, Swinney e Fodor, 1991). In spite of this debate, there are only a few authors who actually look for solutions to the main cause of the conflict, which may also be considered as one of the major flaws in this field of study. The criteria of patients selection commonly applied in the studies are theoretically antiquated and can even vary depending on each authors objectives (Caplan, 1995). The goal of this dissertation is to demonstrate the need for a reevaluation of these criteria. With this intention in mind, we undertook an investigation of four (traditionally classified) Brocas aphasics comprehension on two experimental tasks which measured their performance on active and passive sentences, as well as in subject, object and in situ object WH questions. The results of these experiments allowed us to demonstrate how a problematic patients selection hinders the development of this field of study, as it makes both case and group studies biased, increasing the theoretical disagreements among the authors. Thus, conversely to what is generally done, we carried out an evaluation of the patients performances without assuming those problematic, pre-established classification criteria, which relieves our work from the problems found on case or group studies, since we assumed an initial linguistic characterization of the patients, considering their results on active and passive sentences, instead of the clinical one. As a result, we noticed that through this different way of analyzing patients performance it is possible to get information concerning the deficit and the organization of the linguistic system, without needing to be compromised with case or group views in a traditional way
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A seleção de pacientes em estudos lingüísticos sobre o agramatismo e a afasia de Broca: problemas e soluções para o debate sobre estudos de caso e de grupo / Patients' selection in linguistics'studies about agrammatism and Broca's aphasia: problems and solutions for a discussion regarding case and group studies

Clara Nóvoa Gonçalves Villarinho 28 March 2008 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Desde o início dos estudos lingüísticos das afasias, muito se discute a validade de se agruparem indivíduos para a realização de pesquisas. Alguns autores criticam os estudos de grupo por considerarem haver muita variação entre os indivíduos estudados, e serem os critérios utilizados para os agruparem pré-teóricos e subjetivos, visto que, geralmente, são baseados em impressões clínicas e não são lingüisticamente estruturados. Esses autores acreditam que apenas estudos de caso sejam metodologicamente adequados (Badecker e Caramazza, 1985, 1991). Em oposição, os defensores dos estudos de grupo consideram que apenas esse tipo de metodologia pode dar conta da citada variação, pois estudos de caso não permitem identificar as exceções no desempenho dos indivíduos (Caplan, 1986; Zurif, Swinney e Fodor, 1991). A despeito de todo o debate, poucos autores procuram soluções para a principal causa do desacordo citado, que pode ser considerada uma das maiores deficiências da área: a má seleção de sujeitos de pesquisa. Os critérios de seleção de pacientes comumente utilizados são teoricamente ultrapassados, podendo mesmo variar dependendo dos objetivos de cada pesquisador (Caplan, 1995). A presente dissertação tem como objetivo demonstrar a necessidade de se reverem esses critérios. Por meio de uma pesquisa realizada com quatro afásicos de Broca selecionados pelos critérios clássicos, procuramos demonstrar como a má seleção de pacientes pode prejudicar o desenvolvimento da área por tornar tendenciosos tanto estudos de caso quanto de grupo, aumentando a falta de consenso teórico entre os autores. Para tal, os pacientes foram submetidos a dois experimentos que investigavam seus desempenhos na compreensão de sentenças ativas, passivas e interrogativas QU, de sujeito, objeto e objeto in situ. Ainda, foi realizada uma avaliação desses pacientes sem que se assumissem tais critérios de classificação, partindo-se de uma caracterização lingüística inicial obtida a partir dos resultados nas sentenças ativas e passivas, ficando esta análise isenta dos problemas de seleção de pacientes comuns tanto aos estudos de caso quanto aos estudos de grupo. Como resultado, observou-se que a utilização de uma forma diferente de análise dos desempenhos pode informar a respeito do déficit, bem como sobre a organização do sistema lingüístico, sem a necessidade de se vincular a uma metodologia de caso ou de grupo no sentido tradicional / Since the beginning of linguistic aphasiology studies, the validity of grouping aphasics for research purposes has been widely debated. Some authors criticize group studies because they believe there is too much variation among individuals performance and consider the criteria used for grouping patients together to be subjective and pre-theoretical, since those are usually defined by clinical impressions and are not linguistically grounded. Under these assumptions they judge the case studies to be the only adequate methodology (Badecker e Caramazza, 1985, 1991). On the opposite direction, there are some authors who support group studies as they believe that solely this methodology could account for the variation, which would be impossible on case studies, in which the identification of exceptionalities on individuals performance is unattainable (Caplan, 1986; Zurif, Swinney e Fodor, 1991). In spite of this debate, there are only a few authors who actually look for solutions to the main cause of the conflict, which may also be considered as one of the major flaws in this field of study. The criteria of patients selection commonly applied in the studies are theoretically antiquated and can even vary depending on each authors objectives (Caplan, 1995). The goal of this dissertation is to demonstrate the need for a reevaluation of these criteria. With this intention in mind, we undertook an investigation of four (traditionally classified) Brocas aphasics comprehension on two experimental tasks which measured their performance on active and passive sentences, as well as in subject, object and in situ object WH questions. The results of these experiments allowed us to demonstrate how a problematic patients selection hinders the development of this field of study, as it makes both case and group studies biased, increasing the theoretical disagreements among the authors. Thus, conversely to what is generally done, we carried out an evaluation of the patients performances without assuming those problematic, pre-established classification criteria, which relieves our work from the problems found on case or group studies, since we assumed an initial linguistic characterization of the patients, considering their results on active and passive sentences, instead of the clinical one. As a result, we noticed that through this different way of analyzing patients performance it is possible to get information concerning the deficit and the organization of the linguistic system, without needing to be compromised with case or group views in a traditional way

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