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O lugar das práticas comunitárias emergentes: caminhos de coexistência socioecológica em projetos urbanosRocha, Heliana Faria Mettig 02 October 2017 (has links)
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TESE Heliana Faria Mettig Rocha 2017.pdf: 7373858 bytes, checksum: 04587fc82deef77f0ac976950bbe40bd (MD5) / CNPq / O desenvolvimento desta tese parte de uma perspectiva de retomada da origem de duas vertentes do campo propositivo de ação no ambiente urbano contemporâneo, a urbanística e a ambientalista. Com enfoque nas práticas comunitárias em lugares de moradia e convívio, a partir das dimensões utópica e não hegemônica, foram revisados conceitos e correntes que aproximaram as ciências ecológicas e sociais desde o início do século XX. Pressupondo-se que ambas as vertentes emergiram de forma independente, buscou-se, na vertente urbanística, recuperar, nas práticas utópicas e utopias experimentais, as propostas pré-urbanistas e projetos urbanos de ideário social. E, na vertente ambientalista, retomar no ambientalismo, no ecologismo e no comunitarismo os movimentos e práticas urbanas de ideário ecológico. Respectivamente, foram identificados o protagonismo técnico e o protagonismo ativista, recuperando-se em cada uma dessas vertentes aspectos convergentes, como o enfoque na “comunidade” e na “natureza”. Esse diálogo se evidencia nas mais recentes práticas comunitárias, a exemplo das Ecovilas, Iniciativas Urbanas emergentes e dos Ecobairros, que são fundamentadas na ação local de abordagem bottom-up, no nível da comunidade, transformando e criando lugares com ambiência e apropriação das pessoas, na complexidade atual das cidades. Para fundamentar o diálogo que integra as vertentes urbanística e ambientalista, partiu-se do eixo norteador comunidade-natureza, sob a perspectiva ecosófica das três eco-lógicas mental-social-ambiental, em direção a um novo paradigma ético-estético (GUATTARI, 2012). Por um ideário de “coexistência socioecológica”, apoiou-se na multirreferencialidade de abordagens teóricas de naturezas diferentes, justificadas por seus olhares complementares ao objeto de estudo. Partindo da abordagem micropolítica (GUATTARI, ROLNIK, 1996), que é atravessada pela macropolítica, recorreu-se à Sociologia do Presente com base na cartografia da ação-técnica-espaço (RIBEIRO, 2012a). No campo ambiental e ecológico, adotou-se a visão sistêmica transdisciplinar (MORIN, 2005) para compreender os eixos transversais que evidenciam a interdependência das dimensões que moldam o espaço urbano. Na dimensão espacial, partiu-se da noção de placemaking para uma nova abordagem de “criação de lugar” para transformação socioespacial. Por último, foi incorporada a abordagem do Direito à Cidade (LEFEBVRE, 1991) que, para além da luta por direitos, observou as práticas de apropriação de bens coletivos de forma compartilhada como “utopias experimentais”, em coexistência com as práticas hegemônicas de apropriação desigual, desses mesmos bens, gerando conflitos. Assumir esta coexistência no meio ambiente urbano possibilitou um novo olhar para caminhos de convergência em meio a tensões urbano-ambientais, evidenciando tendências ao engajamento político no campo propositivo de ação da Arquitetura-Urbanismo. Um quadro teórico-referencial foi concebido com as categorias de análise iniciativa-comunidade-natureza-urbanismo, capazes de diferenciar caminhos de resistência criativa e de resiliência, de forma a reconhecer o lugar das práticas comunitárias emergentes como processo e como produto, relativizando sua atuação em projetos urbanos. A interdependência destas categorias nos processos de decisão no campo propositivo de ação local e da Arquitetura-Urbanismo amplia a capacidade de transformação urbana por meio da “criação de lugares” que são “devolvidos” de forma mais abrangente à cidade. / The development of this thesis starts from a perspective of resuscitation of the origin of two aspects of the propositional field of action in the contemporary urban environment, the urbanistic and the environmentalist. With a focus on community practices in places of dwelling and living, from the utopian and non-hegemonic dimensions, concepts and currents that approached the ecological and social sciences from the beginning of the 20th century were revised. Assuming that both sides emerged independently, we sought in the urbanistic field, to recover in utopian practices and experimental utopias, the pre-urbanist proposals and urban projects of social ideology. And, on the environmental side, to return to environmentalism, ecologism and communitarianism, urban movements and practices of ecological ideas. Respectively, the technical protagonism and the activist protagonism were identified, recovering in each of the aspects, convergent aspects, such as the focus on "community" and "nature". This dialogue is evident in the most recent community practices, such as Ecovillages, Emerging Urban Initiatives and Econeighbourhoods, which are based on local action of bottom-up approach at the community level, transforming and creating places with ambience and people appropriation, within cities complexity. In order to support the dialogue that integrates the urban and environmental aspects, starting from the guiding axis of community-nature, under the ecosological perspective of the three mental-social-environmental eco-logics, towards an ethical-aesthetic paradigm (GUATTARI, 2012). By an ideology of "socioecological coexistence", it was based on the multi-referentiality of theoretical approaches of different natures, justified by their complementary glances to the object of study. Starting from the micropolitical approach (GUATTARI, ROLNIK, 1996), which is crossed by macropolitics, we used Sociology of the Present based on the cartography of action-technique-space (RIBEIRO, 2012a). In the environmental and ecological field, the transdisciplinary systemic vision (MORIN, 2005) was adopted to understand the transversal axes that show the interdependence of the dimensions that shape the urban space. In the spatial dimension, we started from the notion of placemaking for a new approach of "creation of place" for socio-spatial transformation. Finally, the approach to the Right to the City (LEFEBVRE, 1991) was incorporated, which, in addition to the struggle for rights, has observed practices that jointly appropriate collective goods as "experimental utopias" in coexistence with hegemonic practices of unequal appropriation of these same goods and that generate conflicts. Taking this coexistence in the urban environment made possible a new look at convergence paths amidst urban-environmental tensions, evidencing tendencies to political engagement in the propositional field of action of Architecture-Urbanism. A theoretical-referential framework was designed with the categories of analysis initiative-community-nature-urbanism, capable of differentiating paths of creative resistance and resilience, in order to recognize the place of emerging community practices as process and as product, relativizing their performance in urban projects. The interdependence of these categories in decision-making in the field of propositional local action and Architecture-Urbanism extends the urban transformative capacity through a kind of placemaking that "returns" a place more comprehensively to the city.
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