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Etnoconhecimento Sateré Mawé e a influência de fatores ambientais e antrópicos na distribuição de espécies florestais de interesse da etniaAguiar, Olivia Beatriz Moraes Dias de 04 May 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-05-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Indigenous peoples have managed Amazonian forests for millennia, enhancing the propagation and growth of useful and domesticated species. The distribution of forest species is related to environmental and evolutionary factors, as well as pre-Columbian and recent histories of use, occupation and management. The Sateré-Mawé ethnic group traditionally manage forests in the Amazonas-Madeira-Tapajós interfluve. The main objective of this study was to evaluate the use, management and distribution of 12 important forest species in the Andirá-Marau territory. We worked with the seed collectors of the priority species and analysed how the abundance and basal area of domesticated and non domesticated species are distributed in the lower Andirá river, considering environmental and anthropogenic attributes. For a better understanding of the results, we studied the indigenous knowledge about the uses and management of the priority species and the soils around the communities. We found that the Sateré-Mawé are actively managing the forests; their management practices were classified into nine categories that lead to a process of forest domestication. Six ethnosoils were described by easily perceived attributes, such as colour, texture and vegetation. The assemblage of the 12 priority species is more abundant in regions closer to the communities, in soils with higher phosphorus content, higher amounts of charcoal and lower iron content.The distribution of the domesticated species was explained by attributes sensitive to anthropogenic modifications, such as increase of charcoal in the soil, higher pH and sum of bases. Non-domesticated populations had higher abundances at more elevated altitudes, in soils with higher phosphorus and iron content, and higher basal area in more acidic soils.
Combining modern scientific study with indigenous knowledge enabled a better interpretation of the results, highlighting the importance of this dialogue to increase the understanding of Amazonian forests and design strategies for productive systems that are more resilient and suitable for local realities. / Os povos indígenas manejam secularmente as florestas amazônicas, favorecendo a propagação e o crescimento de espécies úteis e domesticadas. A distribuição de espécies florestais está relacionada com o histórico de uso, ocupação e manejos pré-colombianos e atuais, bem como fatores ambientais e evolutivos. A etnia Sateré-Mawé tradicionalmente maneja florestas no interflúvio Amazonas-Madeira-Tapajós. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso, manejo e a distribuição de doze espécies florestais de interesse atual para a etnia no território Andirá-Marau. Levantamos com os coletores de sementes doze espécies prioritárias e estudamos como estas espécies estão distribuídas no baixo rio Andirá. Para isso analisamos a abundância e área basal de populações de espécies domesticadas e não domesticadas, levando em consideração atributos ambientais e antrópicos. Para uma melhor compreensão dos resultados e do histórico de uso do território estudamos o conhecimento indígena sobre os usos e manejos das espécies prioritárias e sobre os solos ao redor das comunidades. Vimos que os Sateré-Mawé estão ativamente manejando as florestas e estas práticas de manejo foram classificadas em nove categorias que levam a um processo de
domesticação da floresta. Foram descritos seis etno solos por meio de atributos de rápida percepção, como cor, textura e vegetação dominante. A assembleia das 12 espécies prioritárias é mais abundante nas regiões mais próximas das comunidades, em solos com maior teor de fósforo, maior quantidade de carvão e menor teor de ferro. A distribuição das espécies com populações domesticadas foi explicada por atributos mais sensíveis às modificações antrópicas, como maior quantidade de carvão no solo, maior pH e soma de bases. As espécies não domesticadas tiveram maior abundância em altitudes mais elevadas, em solos com maior teor de fósforo e ferro, e tiveram maior área basal em solos mais ácidos. Relacionar o estudo científico moderno com o conhecimento indígena possibilitou uma melhor compreensão e interpretação dos resultados, evidenciando a importância deste diálogo para aprofundarmos nos estudos sobre as florestas amazônicas e traçarmos estratégias para sistemas produtivos mais resilientes e condizentes com as realidades locais.
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