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Emprego rural não agrícola (ERNA) e gasto com alimentos de famílias rurais na Colômbia / Rural nonfarm employment and household food expenditure in Colombia

Escobar Codezzo, José Luis 14 July 2016 (has links)
Submitted by Reginaldo Soares de Freitas (reginaldo.freitas@ufv.br) on 2017-03-10T16:24:04Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 908523 bytes, checksum: 9539fecd8c1a36ddc1dee7ca94927e10 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-10T16:24:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 908523 bytes, checksum: 9539fecd8c1a36ddc1dee7ca94927e10 (MD5) Previous issue date: 2016-07-14 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Durante as últimas décadas, a importância dos empregos por fora do setor agropecuário apresentou um crescimento significativo em muitos países em desenvolvimento. A maior relevância desse tipo de empregos rurais ampliou a discussão acadêmica sobre as mudanças estruturais que alavancaram o surgimento da atual heterogeneidade ocupacional das economias rurais. Apesar da importância dos empregos rurais não agrícolas, em países como a Colômbia, muito pouco tem sido feito para entender como esse tipo de trabalho relaciona-se com as decisões das famílias rurais. As zonas rurais do país atualmente estão sendo alvo do desenvolvimento de políticas para melhorar as condições de vida da população rural, mas nos temas não agropecuários é pouco o conhecimento em termos acadêmicos. É necessário contribuir com a nova abordagem que considera imprescindível, neste novo contexto rural colombiano, explorar e utilizar todos os recursos e as vantagens comparativas dos territórios rurais, e não somente a agricultura. Desse modo, esta pesquisa tenta analisar como a vinculação dos integrantes das famílias rurais da Colômbia em atividades não agrícolas relaciona-se com o consumo de alimentos como um indicador de bem-estar. Entendendo que devem ser tratadas com cautela as considerações obtidas, dada a presença de problemas de endogeneidade e causalidade dupla, considerou-se adequado utilizar o método propensity score matching para mesurar as diferenças médias no consumo de alimentos entre as famílias rurais colombianas dedicadas de forma exclusiva aos trabalhos agropecuárias e as famílias rurais colombianas com pelo menos um dos seus integrantes trabalhando no setor não agropecuário. A fim de avaliar indivíduos mais homogêneos, realizaram-se estimativas por faixas de renda e se fez uma breve análise dividindo o grupo de famílias vinculadas às atividades não agropecuárias em dois subgrupos: famílias pluriativas e famílias especializadas em trabalhos não agropecuários. A base de dados utilizada foi a Encuesta Nacional de Calidad de Vida (ENCV 2014). Os principais resultados fornecem evidência de um maior consumo de alimentos por parte das famílias com pelo menos um dos seus integrantes trabalhando no setor não agropecuário. No entanto, ao separar as despesas em alimentos comprados e em alimentos adquiridos sem comprar, observa-se um maior consumo do segundo tipo por parte das famílias que trabalham exclusivamente no setor agropecuário. Os resultados também mostram que as famílias rurais especializadas em atividades agrícolas, dado o maior esforço físico, demandam uma maior quantidade de alimentos calóricos de baixo custo, como o arroz. Por sua vez, trabalhar em atividades não agropecuárias leva os integrantes das famílias a um maior gasto com comidas fora de casa, devido em grande parte à maior dinâmica comercial do entorno em que é realizado esse tipo de trabalho. Os resultados apontam para uma maior importância dos alimentos dentro do gasto total das famílias especializadas no setor agropecuário (tanto em alimentos quanto em outros produtos), pelo que o maior valor nas despesas totais em alimentos por parte das famílias não agropecuárias obedece a um maior valor dos seus gastos totais em termos absolutos. Em contrapartida, os resultados mudam ao fazer as estimações por faixa de renda. Na faixa renda superior, não se observam diferenças entre os dois tipos de famílias quanto às despesas dos alimentos adquiridos sem comprar, enquanto que, nos alimentos comprados, as famílias vinculadas ao emprego rural não agrícola registram maiores despesas. Por sua vez, na faixa de renda média e baixa a diferença é observada unicamente nos alimentos adquiridos sem comprar: as famílias dedicadas de forma exclusiva às atividades agropecuárias gastam mais com esse tipo de alimento. Embora as estimativas obtidas nesta pesquisa estejam sujeitas a críticas devido às limitações do método e dos dados utilizados, a principal conclusão é que existe uma relação entre as mudanças no nível e na composição do gasto das famílias rurais e a participação dos seus integrantes em atividades não agrícolas. Por exemplo, a realização de trabalhos não agrícolas relaciona-se com um maior gasto da família em produtos processados, enquanto que as famílias especializadas em trabalhos agropecuários apresentam um maior vínculo aos produtos de autoconsumo. Uma consequência importante disso é que a vinculação das famílias aos empregos não agrícolas alavanca a demanda de produtos industrializados e/ou de comidas preparadas fora de casa, gerando, assim, a necessidade de uma oferta que satisfaça essa demanda. Nessa sequência, os formuladores de políticas encontram no emprego rural não agrícola uma ferramenta importante para criar uma interação comercial mais dinâmica dos habitantes rurais que possibilite a existência de uma heterogeneidade de atividades produtivas geradoras de mais emprego e melhores condições socioeconômicas. Porém o impacto do emprego rural não agropecuário será muito mais benéfico na medida em que a promoção dessas atividades compreenda políticas que melhorem o funcionamento do mercado de fatores, minimizem as implicações negativas desses empregos e incremente as oportunidades das famílias rurais mais pobres. / Over the last decades, the importance of employment outside the agricultural sector showed significant growth in many developing countries. The greater relevance of this type of rural employment has broadened the academic discussion on the structural changes that have leapfrogged the emergence of the current occupational heterogeneity of the rural economies. Despite the importance of rural nonfarm employment in countries like Colombia, very little has been done to understand how this type of work is related to the decisions of rural household. The rural areas of the country are currently being targeted for the development of policies to improve the living conditions of the rural population, but non-agricultural issue there is little knowledge in academic terms. We must contribute to the new approach that considers essential, in this new Colombian rural context, to search and utilize all the resources and comparative advantages of rural territories, and not only agriculture. Thus, this research attempted to analyze how the binding of members of rural household in Colombia in non- agricultural activities is relate to food consumption as an indicator of well-being. Understanding that should be treated with caution the relevant considerations, given the presence of endogeneity and double causality problems, we were considered appropriate to use the propensity score matching method for measure average differences in food expenditure between the rural household dedicated exclusively Agricultural work and rural household with at least one of its members working in the non-agricultural sector. In order to assess more homogeneous individuals, we estimated the average difference in the food expenditure between the two household by income level and we made an brief analysis dividing the group of household linked to non-agricultural activities into two subgroups: pluriactive household and households specialized in rural non-agricultural employment. The database used was Encuesta Nacional de Calidad de Vida (ENCV 2014). The main results provide evidence of increased food consumption by households with at least one of their members working in the non-agricultural sector. However, to we separate the food expenditure on bought food and food obtained without buying; we find a higher consumption of food obtained without buying by household who work exclusively in the agricultural sector. Our findings also showed that rural households specializing in agricultural activities, given the greater physical effort, demand a larger quantity of low-cost caloric foods, such as rice. On the other hand, working in non-agricultural activities leads the members of the households to a higher spending with food outside the home, due in largely to higher commercial dynamics of the environment in which this type of work is carried out. We showed that a greater importance of food within the total expenditures of specialized household in the agricultural sector (both in food and in other products), so that the higher value in total expenses in food by non-agricultural household obeys a higher value of its total expenditure in absolute terms. In contrast, the results change when we make estimates by income bracket. In the upper income bracket, there are no differences between the two types of households in terms of the expenses of food obtained without purchase, while in the food purchased; the household linked to rural non-farm employment have higher expenses. Else, in the middle and low-income bracket the difference is observe only in food obtained without buying: household exclusively dedicated to agricultural activities spend more on this type of food. Although the estimates obtained in this research are subject to criticism due to the limitations of the method and the data used, the main conclusion is that there is a relationship between the changes in the level and composition of rural household' spending and the participation of their members in non-agricultural activities. For example, non-farm labor is relate to increase family spending on processed products, while households specializing in agricultural work have a greater link to self-consumption products. An important consequence of the above result is that the linkage of households to non-farm employment increases the demand for processed and / or processed foods outside the home, thus generating the need for an offer that satisfies this demand. Thus, policymakers find in rural non-farm employment an important tool to create a more dynamic business interaction of rural dwellers that allows the existence of a heterogeneity of productive activities generating more employment and better socioeconomic conditions. But the impact of non-farm rural employment will be much more beneficial to the extent that the promotion these activities includes policies that improve the functioning of the factor market, minimize the negative implications of these jobs, and increase the opportunities of poorer rural households.

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