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O \"Dicionário\" de Documents (1929-1930) e a Antropologia de Georges Bataille / \"Dictionary\" of Documents (1929-1930) and Georges Bataille\'s Antropology

Zorzi, Maria Victoria Gaburro de 02 December 2013 (has links)
A produção textual de Georges Bataille (1897-1962), privilegiadamente estudada nos campos da Literatura e da Filosofia, apresenta uma vasta gama de temas e é considerada por seus comentadores como refratária a qualquer classificação rigorosa e indexável. Contudo, ele é autor de uma obra de grande interesse para área da Antropologia em função de um forte experimentalismo dos conceitos e da escrita e de uma compreensão totalizante da experiência do pesquisador e do escritor. O presente estudo tem como objetivo o exame de parte específica da produção e atuação de Bataille que coincide com os inícios da institucionalização da antropologia francesa (anos 1920- 1930), quando o autor encontra-se envolvido com o projeto da revista Documents, Doctrines Archélogie Beaux-Arts Ethnographie (1929-1930) e bastante próximo dos antropólogos que colaboram com a publicação. Ao recuperar a formação primeira de Bataille como arquivista paleógrafo na École des chartes e seus primeiros escritos e interesses, entre os quais se encontra a antropologia de Marcel Mauss, o trabalho se dedica a construir as conexões entre a profissão de arquivista paleógrafo nas bibliotecas Francesas e a produção do escritor que tem lugar entre os anos 1918 e 1930, interessado em destacar os nexos entre essas dimensões e o processo de constituição dos museus na França sobretudo aquele que culminará no Musée de lHomme (1937). As experiências nas bibliotecas, nos museus e na revista colocam Bataille diante da questão da classificação e do arquivamento de objetos e documentos. O interesse em uma leitura de Bataille por essa via que procura relacionar a institucionalização da disciplina etnográfica na França ligada à formação, catalogação e arquivamento de documentos nos museus e o processo de criação do Dicionário de Documents auxilia a iluminar uma dupla intervenção crítica que consiste em construir um deslocamento, uma derivação da forma de pensar. Essa perspectiva diversa nos oferece um duplo olhar para os modos pelos quais a reflexão sobre o lugar das histórias da disciplina e seus praticantes tem sido experimentada. / This present study has the purpose of examining some specific parts of George Bataille´s production and action that correspond with the beginning of French anthropology institutionalization (1920s and 1930s), when the author finds himself immersed in the Documents, Doctrines Archélogie Beaux-Arts Ethnographie (1929-1930) magazine project and building a very close relationship with the professionals involved in the publications creation. By resuming Batailles first occupation as paleographer archivist at École des chartes and his primary written pieces and interests, among which is the anthropology of Marcel Mauss, the work is dedicated to build connections between his job inside French libraries and his activities as a writer from 1918 to 1930, when his interests were focused on highlighting the links between these dimensions and the constitution of the museums in France - especially the one that will culminate at the Musée de l\'Homme (1937). The experiences in the libraries, museums and the magazine put Bataille before the classification and filing of objects and documents. His interest in this path that searches for relating the institutionalization of the ethnographic discipline in France connected to framing ideas, cataloging and archiving documents in museums and the creational process of the Dictionary of the magazine helps to illuminate a double critical intervention that consists in building a movement, an offshoot of thinking. This different perspective offers us another look to the means through which the reflections on the place discipline stories and its practitioners have been experienced.
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O \"Dicionário\" de Documents (1929-1930) e a Antropologia de Georges Bataille / \"Dictionary\" of Documents (1929-1930) and Georges Bataille\'s Antropology

Maria Victoria Gaburro de Zorzi 02 December 2013 (has links)
A produção textual de Georges Bataille (1897-1962), privilegiadamente estudada nos campos da Literatura e da Filosofia, apresenta uma vasta gama de temas e é considerada por seus comentadores como refratária a qualquer classificação rigorosa e indexável. Contudo, ele é autor de uma obra de grande interesse para área da Antropologia em função de um forte experimentalismo dos conceitos e da escrita e de uma compreensão totalizante da experiência do pesquisador e do escritor. O presente estudo tem como objetivo o exame de parte específica da produção e atuação de Bataille que coincide com os inícios da institucionalização da antropologia francesa (anos 1920- 1930), quando o autor encontra-se envolvido com o projeto da revista Documents, Doctrines Archélogie Beaux-Arts Ethnographie (1929-1930) e bastante próximo dos antropólogos que colaboram com a publicação. Ao recuperar a formação primeira de Bataille como arquivista paleógrafo na École des chartes e seus primeiros escritos e interesses, entre os quais se encontra a antropologia de Marcel Mauss, o trabalho se dedica a construir as conexões entre a profissão de arquivista paleógrafo nas bibliotecas Francesas e a produção do escritor que tem lugar entre os anos 1918 e 1930, interessado em destacar os nexos entre essas dimensões e o processo de constituição dos museus na França sobretudo aquele que culminará no Musée de lHomme (1937). As experiências nas bibliotecas, nos museus e na revista colocam Bataille diante da questão da classificação e do arquivamento de objetos e documentos. O interesse em uma leitura de Bataille por essa via que procura relacionar a institucionalização da disciplina etnográfica na França ligada à formação, catalogação e arquivamento de documentos nos museus e o processo de criação do Dicionário de Documents auxilia a iluminar uma dupla intervenção crítica que consiste em construir um deslocamento, uma derivação da forma de pensar. Essa perspectiva diversa nos oferece um duplo olhar para os modos pelos quais a reflexão sobre o lugar das histórias da disciplina e seus praticantes tem sido experimentada. / This present study has the purpose of examining some specific parts of George Bataille´s production and action that correspond with the beginning of French anthropology institutionalization (1920s and 1930s), when the author finds himself immersed in the Documents, Doctrines Archélogie Beaux-Arts Ethnographie (1929-1930) magazine project and building a very close relationship with the professionals involved in the publications creation. By resuming Batailles first occupation as paleographer archivist at École des chartes and his primary written pieces and interests, among which is the anthropology of Marcel Mauss, the work is dedicated to build connections between his job inside French libraries and his activities as a writer from 1918 to 1930, when his interests were focused on highlighting the links between these dimensions and the constitution of the museums in France - especially the one that will culminate at the Musée de l\'Homme (1937). The experiences in the libraries, museums and the magazine put Bataille before the classification and filing of objects and documents. His interest in this path that searches for relating the institutionalization of the ethnographic discipline in France connected to framing ideas, cataloging and archiving documents in museums and the creational process of the Dictionary of the magazine helps to illuminate a double critical intervention that consists in building a movement, an offshoot of thinking. This different perspective offers us another look to the means through which the reflections on the place discipline stories and its practitioners have been experienced.

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