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Geologia do sudoeste do Estado de Goiás : integração de dados geológicos e aerogeofísicos de alta densidade

Moura, Cristiane Oliveira de January 2007 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, 2007. / Submitted by Elna Araújo (elna@bce.unb.br) on 2009-11-26T19:10:55Z No. of bitstreams: 1 Dissert_Cristiane Oliveira de Moura.pdf: 12598826 bytes, checksum: 77b732010a4ecc166a46f5e2f77e87df (MD5) / Approved for entry into archive by Joanita Pereira(joanita) on 2009-11-26T19:46:42Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissert_Cristiane Oliveira de Moura.pdf: 12598826 bytes, checksum: 77b732010a4ecc166a46f5e2f77e87df (MD5) / Made available in DSpace on 2009-11-26T19:46:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissert_Cristiane Oliveira de Moura.pdf: 12598826 bytes, checksum: 77b732010a4ecc166a46f5e2f77e87df (MD5) Previous issue date: 2007 / O conjunto de informações magnéticas e gamaespectrométricas obtidas do Projeto Levantamento Aerogeofísico do Estado de Goiás executado entre 2004 e 2006, considerado de alta densidade por suas configurações de aquisição e tratamento, foi integrado em ambiente SIG com as informações geológicas existentes, ao longo de uma faixa que se estende desde a região de Bom Jardim de Goiás, a oeste, até a região de Córrego do Ouro, a leste, incluída no Bloco 1 da primeira etapa deste levantamento. Para o tratamento, a análise e a interpretação dos dados foram aplicadas técnicas tradicionais, tais como, análise qualitativa de imagens individualmente processadas, razões entre os radioelementos, combinações binárias e ternárias, dentre outras. Na elaboração dos mapas de domínios geofísicos as interpretações foram guiadas pelo conhecimento, isto é considerando todas as informações geológicas existentes e por verificações diretas de campo, resultando em um produto final equivalente a um mapa litogeofísico em escala 1:100.000. A integração geológico-geofísica permitiu a individualização de dezesseis unidades as quais comportam noventa e uma subunidades, que foram agrupadas de acordo com sua cronologia e ambiente tectônico. As unidades geológicas da área investigada apresentam idades desde o Arqueano até o Neocretáceo tendo sido eliminadas, dos produtos gerados e do mapa final, as coberturas pós-cretáceas. Os principais resultados alcançados são sumarizados a seguir. Identificação de novas regiões com padrão gamaespectrométrico e de campo similar àquele atribuídos as unidades paleoproterozóicas. Delimitação de seqüências ortognáissicas e supracrustais paleoproterozóicas ou mais antigas e/ou unidades neoproterozóicas derivadas destes protólitos, ao longo da faixa norte-sul que se estende desde sul de Moiporá até além da região de Jussara, a norte. Otimização da delimitação (externa e interna) das unidades vulcano-sedimentares que compõem o Arco Magmático de Goiás, bem como o reconhecimento de unidades do arco magmático em outros setores da região investigada e ainda não cartografadas. Identificação no campo de rochas metavulcânicas ácidas, metatufos a cristal intercalados a metagrauvacas do Grupo Cuiabá, que em conjunto com a similaridade metamórfico-deformacional exibida pelo Grupo Bom Jardim de Goiás, retoma para este setor as discussões quanto ao posicionamento do Grupo Cuiabá em relação às seqüências vulcano-sedimentares do Arco Magmático de Goiás, sendo possível que, ao menos nesta região, este grupo possa constituir uma unidade relacionada ao arco magmático. Individualização dos diversos litotipos que compõem os granitóides de arco de ilha neoproterozóicos; referidos anteriormente na literatura como Ortognaisses do Oeste de Goiás. Individualização dos diferentes batólitos graníticos, que compõem as suítes plutônicas dos granitóides sin, tardi e pós-orogênicos (anorogênicos – Tipo A). Estas unidades se distinguem dos Granitóides de Arco de Ilha por apresentarem teores mais elevados de K, Th e U, e entre elas, dos mais antigos (granitóides sin-orogênicos) para os mais novos (granitóides anorogênicos), por uma progressiva elevação nos teores dos radioelementos em especial do Th e U. A presença possível de ambiente tectônico extensional para norte da área de ocorrência da Formação Piranhas. Nesta unidade, foram encontradas em campo, finas intercalações de rochas vulcanoclásticas, tufos, tufos a cristal de composição ácida (riolitos, riodacitos) os quais devem representar os equivalentes vulcânicos dos diques e stocks granofíricos que cortam estes sedimentos, atestando a ocorrência de magmatismo ácido ao longo da evolução do Grabén de Piranhas. Individualização de diferentes sub-unidades que compõem as formações paleozóicas da Bacia do Paraná, com destaque para a compartimentação da Formação Ponta Grossa em função do seu interesse prospectivo. Delimitação dos corpos máficos, ultramáficos, carbonatíticos, sieníticos bem como de zonas fenitizadas associadas, pertencentes à Província Alcalina de Goiás (PAGO). É importante salientar que estas rochas se distinguem das demais unidades magmáticas da área investigada não apenas pelo seu padrão gamaespectrométrico como também, pelas suas mais altas amplitudes magnéticas e continuidade em sub-superfície revelada por produtos magnéticos de continuação ascendente. Dentre os corpos alcalinos que compõem a PAGO, destacam-se três corpos que apresentam um comportamento bastante distinto dos demais, sendo caracterizados por uma alta amplitude magnética e como os demais, empobrecimento em potássio, contudo mostrando forte enriquecimento em tório e urânio. Estas feições indicam se tratar de corpos carbonatíticos. Dois destes corpos carbonatíticos apresentam morfologia circular e são conhecidos na literatura sob a designação de Morro Preto e Caiapó. O terceiro corpo apresenta-se alongado segundo direção ENE, localizado a cerca de 10 km a oeste dos dois anteriores. Feições semelhantes são observadas em um pequeno setor do Complexo Córrego dos Bois. Quanto ao arcabouço estrutural a região pode ser compartimentada em três grandes domínios separados entre si por estruturas NS e aqui denominados de blocos: - Bloco Oeste ou Bom Jardim estruturado NNE; - Bloco Central ou Iporá estruturado NNW e - Bloco Leste Córrego do Ouro estruturado NE. Internamente os blocos apresentam um forte padrão de lineamentos em treliça com direções NE e NW em geral predominando sobre os trends NS e EW. Os grandes falhamentos são marcados ora por estruturas magnéticas, ora por estruturas gamaespectrométricas e/ou de relevo. Alguns destes sistemas de falhas individualizam grandes segmentos crustais sendo os principais sistemas denominados de: Araguaia, Serra Negra, Piranhas, Montes Claros de Goiás, Moiporá- Novo Brasil e Serra Dourada. O Sistema de Falhas Araguaia, NE-SW de ângulo moderado a baixo, compressional, separa a noroeste terrenos com assinatura magnética que sugere a presença naquele setor de rochas antigas arqueanas e/ou paleoproterozóicas. O Sistema de Falhas Montes Claros de Goiás, NS de alto ângulo, extensional, parece restringirem a oeste os granitóides com características sin-orogênicas. O sistema de Falhas Moiporá-Novo-Brasil, NS de ângulo moderado a alto, com cinemática ora direcional ora extencional justapõem terrenos de idades e/ou assinatura isotópicas diversas, arqueanas e paleoproterozóicas ou unidades neoproterozóicas derivadas destes protólitos, a leste, e unidades neoprotozóicas, com assinatura isotópica juvenil predominante, a oeste. O arcabouço estrutural da área mostra uma longa história, com reativações sucessivas. A fase mais antiga é marcada por uma foliação sub-horizontal ou com mergulhos baixos para os quadrantes de sul, indicando uma cinemática de cavalgamentos vergentes para norte e condicionados por núcleos rígidos antigos representados a sul pelo Cratón do Paraná, encoberto sob os sedimentos da Bacia do Paraná, e a norte pelo Maciço de Goiás. Reativações tardias de caráter compressional são registradas pelo posicionamento sin-cinemático de granitos anorogênicos ocorrido por volta de 500 - 550 Ma, induzidos provavelmente pela inversão final da Faixa Paraguai, marcando o fim do Ciclo Brasiliano na região. No Fanerozóico a região foi palco de tectônica extensional, ocorrida em vários ciclos, relacionados à instalação da Bacia do Paraná e à abertura do Oceano Atlântico. Dentre estes eventos destacam-se a individualização dos arcos do Paranaíba/Flexura de Goiânia e Bom Jardim e o evento extensional, com possível envolvimento de plumas mantélicas ocorrido no Cretáceo Superior no qual foi formado a PAGO. A integração dos dados aerogeofísicos de alta densidade do sudoeste de Goiás com os dados geológicos, geocronológicos, geoquímicos, modelo digital de terreno e outros produtos geofísicos permitiu um considerável avanço no conhecimento geológico da região na medida em que proporcionou uma melhor individualização e subdivisão de diferentes unidades e um melhor entendimento do arcabouço estrutural regional, além de identificar e delimitar unidades de posicionamento geológico/geotectônico duvidoso ou incerto. ____________________________________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The airborne magnetic and gamma ray spectrometry data related to the Airborne Geophysic Survey Project of the State of Goiás (Block 1) executed between 2004 and 2006 and considered of high density by the acquisition and treatment configuration, were integrated in GIS environment with the existing geologic information, in the SW Goiás region located from the Bom Jardim de Goiás region, eastward to the Córrego do Ouro area. To the treatment, analysis and interpretation of the data were applied traditional techniques like qualitative analysis of individually processed images, binary and ternary compositions and radioelement ratios. The interpretations for acquisition of the geophysical domains maps were driven by existing knowledge, considering all geologic information and field observations, resulting in a product equivalent to a lithogeophysic map in 1:100.000 scale. The geologic-geophysical integration allowed the characterization of sixteen units enclosing ninety-one subunits, which had been grouped in accordance with its chronology and tectonic setting. These geologic units display Archean to Neocretaceous ages. The Cenozoic coverage was eliminated in the final map. The main results are bellow summarized. Identification of new regions with similar gamaespectrometric and field features, typical of the paleoproterozoic units. Delimitation of a north-south trend with orthognaissic sequences and older paleoproterozoic supracrustal rocks and/or neoproterozoic units evolved from these protolites, extending of south of Moiporá until north of the Jussara Town. Optimization of the geologic contacts of the vulcano-sedimentary units that compose the Magmatic Arc of Goiás, as well as the recognition of new areas of these units in other sectors of the investigated region. Identification in the field of acid metavulcanic rocks, composed by metatuffs intercalated with metagraywacks bellowing to the Cuiabá Group, displaying metamorphic-deformational patterns similar to those imprinted in the Bom Jardim de Goiás Group. This facts, retaken the discussion about the Cuibá Group (outcropping at Bom Jardim City neighborhoods) geotectonic positioning in relation to the vulcano-sedimentary sequences of the Magmatic Arc of Goiás. The Ortogneiss of the West of Goiás as previously referred in literature was individualized in several lithotypes and renamed as Neoproterozoic Island Arc Granitites. In the same way the several granite batholites belonging the sin-, late- and post-orogenic granites could be delimited. The late-, sin-, and post-orogenic granites are distinguish from the Neoproterozoic Island Arc Granitites by the highest K, Th and U, and between them, of oldest (sin-orogenic granite) for newest A-Type post-orogenic granites, by the increasing of the radioelements in special of the Th and U. Possible presence of extensional tectonic environment to north of the occurrence area of the Piranhas Formation. In this unit, there were found, thin intercalations of volcanoclastic rocks (riolite-riodycitic tuffs and crystal tuffs which must represent the volcanic equivalents of the granofiric dikes and stocks that crosscut these sediments, attesting the occurrence of acid magmatic activity throughout the evolution of the Piranhas Graben. Individualization of different sub-units that comprise the paleozoic formations of the Paraná Basin, with emphasis to the Ponta Grossa Formation in function of its prospective interest. Delimitation of mafic, ultramafic, carbonatitic and sienitic bodies as well as the associated fenite zones, relatade to the Goiás Alkaline Province (GOAP). These rocks are distinguished not only from the higher gamma spectrometric magmatic pattern but also by the higher magnetic amplitude and continuity in subsurface disclosed for magnetic products of ascending continuation. Among the alkaline bodies that compose the GOAP, three bodies are distinguished by the distinctive behavior of U, K and Th, being characterized for high magnetic amplitude and as excessively impoverishment in K, however showing strong enrichment in U and Th. These features indicate that these bodies are carbonatitic intrusions. Two of these carbonatitic bodies present circular morphology and are known in literature under the assignment of Morro Preto and Caiapó. The third body is elongates according the ENE direction, located about 10 km westward of the previous ones. Equivalent feature is observed in a small sector of the Córrego dos Bois Complex. The region can be segmented, due to the structural framework, in three great domains called blocks, separated by NS structures: - West or Bom Jardim Block structuralized NNE; - Central or Iporá Block structuralized NNW and - East or Córrego do Ouro Block structuralized NE. Internally the blocks present an orthogonal lineaments pattern where the NE and NW directions predominate over the NS and EW trends. The great faults are marked by magnetic structures, or by gamaespectrometric structures and/or of relief features. Some of these fault systems separate great crustais segments and the main systems are called: Araguaia, Serra Negra, Piranhas, Montes Claros de Goiás, Moiporá-Novo Brasil and Serra Dourada. The Araguaia Fault System, with NE-SW trend, of low to moderate angle separates the northwest lands with magnetic signature that suggests the presence in that sector of Archean and/or paleoproterozóicas rocks. The Montes Claros de Goiás Fault System, with NS trend, of high dip angle, wit extensional nature seems to restrict the west granites with sin-orogenic characteristics. The Moiporá-Novo-Brazil Fault System, with NS trend, of moderate to high angle, with directional-extensional kinematics put together lands of different ages from archean and paleoproterozóicas with neoproterozoic isotopic signature units or derivate from these protolith. This system also includes neoprotozoic units, with predominant youthful isotopic signature, westward. The structural setting of the area shows a long history, with successive reactivations. The oldest phase is marked by sub-horizontal foliation with low dipping for the south quadrants, indicated thrust kinematics for north and for old rigid nuclei represented in the south by the Paraná Craton, hidden under the sediments of the Paraná Basin and in the south by the Goiás Massive. Late reactivations of compressional character are registered by the sincinematic anorogenic granite positioning these occurrence of about 500 - 550 My, induced probably for the final inversion of the Paraguay Belt, marking the end of the Brasiliano Cycle in the region. In the Phanerozoic the region was submitted to extensional tectonic, related to the installation of the and Paraná Basin and to the opening of the Atlantic Ocean. Among these events there are distinguished the Arc of the Paranaíba, Flexura de Goiânia and Bom Jardim and the extensional event, with possible evolvement of mantelic plume in the Upper Cretaceous when the GOAP was formed. The integration of the high density aerogeofísic data of southwestern of Goiás with the geologic, geocronologic and geochemistry data, digital land model and other geophysical products allowed a considerable advance in the geologic knowledge of the region, resulting in the optimization of geologic unit mapping, subdivision of different units and the regional structural setting, beyond identifying and delimiting units of geologic/geotectonic uncertain positioning.

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